Mudou a página...
A expressão que ouvia da boca do meu falecido pai, afinal, não é tão inédita assim. Para além de ser o título que dei a uma das minhas criações também se pode ler aqui e aqui, da autoria de Sónia Bettencourt.
Neste momento, a página virou para as Cinzas (da Quarta-feira do jejum). Estamos no início do período quaresmal e a carne é pó e leva com o sinal na testa de que é isso mesmo.
Viveram-se momentos da melhor euforia, fantasia e alegria carnavalesca para agora dar lugar a momentos de reflexão interior que, nem sempre, é sinónimo de tristeza.
Há dias, como este, que a tristeza, que não destas Cinzas, me invade por me sentir como que solitária no meio desta multidão. Pelo contador dos que aqui vêm é que noto que talvez não esteja assim tanto só e ainda tenho amigos que me visitam e deixam uma palavra de incentivo. Há palavras coloridas de cores quentes e outras em que ressaltam as cores cinzentas e frias. Estas é que me gelam e nem sempre as coloco à vista.
Mas, afinal o que sou (somos)? - Sou (somos) pó e ao pó hei-de (havemos de) voltar e sempre só (sós).
Hoje, até a noite traz o eco cinzento dos céus, anunciando a eminência de tempestade.