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A "Peripéciazinha" foi uma realidade,
Faz rir, mas
foi dorida de verdade;
Podia bem ser um tema de Carnaval
Para
aquela dança em que tudo vale.
Querida amiga Joanina,
Não o
quiseste ofender,
Mas se foste esta menina
Gritava ou ficava a
morrer.
Isso de andar à cata,
Duma "agulha num
palheiro",
É triste e quase que desata
A pessoa num
berreiro.
Mas no fundo tua viagem,
Foi bela recordação,
E
levaste na bagagem
Todo o nosso coração.
Uma lágrima
caída,
Remata a cantoria
E para o resto da vida
Vou lembrar
nossa euforia.
Podem passar muitos dias,
Meses e até mais
anos,
Foste causa de alegrias
Para uns quantos seres
humanos.
Esse nobre coração,
E mais alegrias que tais
Tão
felizes, ao serão,
Da Canada dos Folhadais.
Guarda a rima
que te dou,
Nesta boa hora do dia
Porque foi ela que
soou
Como a nossa mais valia.
Não foi preciso
cantar,
Sozinhas ou acompanhadas,
Cá dentro senti
vibrar
Nossas palavras rimadas.
A rima que vem de
dentro
E por fora não se vê
É a que nasce do centro
De quem
ama e de quem crê.
O amor e sã amizade
São as flores dum
canteiro
Que ficam p'ra eternidade
Como um selo
verdadeiro.
Me despeço com abraços
Para ti, marido e
gato,
São esses teus fortes laços
E merecem o teu bom
trato.
Rosa Maria
É com um grato
prazer,
Que acabo agora de ler
Talentosa explicação
Da Drª
Maria Tavares
Que alegra os meus ares
E a quem lê a
edição.
Desgarrada de Além-Mar,
Deu-nos gosto em
cantar,
E selou nossa amizade:
Dona Clarisse do Ceira
E a
Rosa da Terceira
Cantaram na virtualidade.
Bem-haja aos ecos
todos,
Que dão alegria a rodos
E vontade de repetir;
Está
quase o Carnaval
Dizem que agora tudo vale
P'ra boa quadra
surgir.
Assuntos não vão faltar,
Pela ilha é um tal
cantar,
Nos ensaios p'ro Entrudo;
Não há ilha mais
festeira
Que a nossa ilha Terceira
E cá se aprende de
tudo.
Melhores agradecimentos
In «Cânticos da Beira» -
DESGARRADA DE ALÉM-MAR
Rosa Silva
("Azoriana")
Publico o poema que
se segue, recebido através da amiga Kathie Baker, em memória do
grande autor americano John Updike, que morreu 27 Jan 2009.
John Updike - "Azores," in Harper's Magazine, January 1964,
p. 37
Portuguese translation (below) by Jorge de Sena, published in
"The Sea
Within"
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Azores
Great green ships
themselves, they ride
at anchor forever;
beneath the tide
huge roots of lava
hold them fast
in mid-Atlantic
to the past.
The tourist, thrilling
from the deck,
hail shrilly pretty
the hillsides flecked
with cottages
(confetti) and
sweet lozenges
of chocolate (land).
They marvel at
the dainty fields
and terraces
hand-tilled to yield
the modest fruits
of vines and trees
imported by
the Portuguese:
a rural landscape
set adrift
from centuries ago;
the rift
enlarges.
The ship proceeds.
Again the constant
music feeds
an emptiness astern,
Azores gone.
The void behind, the void
ahead are one.
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Grandes navios verdes
eis que navegam
ancoradas, para sempre;
sob as águas
enormes raízes de lava
prendem-nas firmes
a meio do Atlântico
ao passado.
Os turistas, pasmando
do convés
proclamam aos guinchos lindas
as encostas malhadas
de casinhas
(confettis) e
doces losangos
de chocolate (terra).
Maravilham-se com
os campos graciosos
e os socalcos
feitos à mão para conter
os modestos frutos
das vinhas e das árvores
importadas pelos
portugueses:
paisagem rural
vindo à deriva
de há séculos;
a distância
amplia-se.
O navio segue.
Outra vez a constante
música alimenta
um vazio à popa,
os Açores sumidos.
O vácuo atrás e o vácuo
à frente são o mesmo.