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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem

Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(940...pausa... 961)

Motivo para escrever:

Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.

Rosa Silva ("Azoriana")

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Com os melhores agradecimentos pelas:

1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"



2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"



3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"


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Dia de Amigos

28.01.09 | Rosa Silva ("Azoriana")
Quinta-feira, a primeira, Dum molho de outras três Que pela ilha Terceira Se comemora outra vez. Os amigos vão ao streap Que por cá é nova moda As amigas ao despique Ficam c'a cabeça à roda. E vão todos p'ra folia À conta de uns tostões E no meio da euforia Vão comendo coscorões. As filhoses e malaçadas Licores de bons sabores E caras fantasiadas Animam nossos Açores. @z(º)riana

O "causo" não é para rir... E talvez faça chorar... É a saudade!

28.01.09 | Rosa Silva ("Azoriana")

A "Peripéciazinha" foi uma realidade,
Faz rir, mas foi dorida de verdade;
Podia bem ser um tema de Carnaval
Para aquela dança em que tudo vale.

Querida amiga Joanina,
Não o quiseste ofender,
Mas se foste esta menina
Gritava ou ficava a morrer.

Isso de andar à cata,
Duma "agulha num palheiro",
É triste e quase que desata
A pessoa num berreiro.

Mas no fundo tua viagem,
Foi bela recordação,
E levaste na bagagem
Todo o nosso coração.

Uma lágrima caída,
Remata a cantoria
E para o resto da vida
Vou lembrar nossa euforia.

Podem passar muitos dias,
Meses e até mais anos,
Foste causa de alegrias
Para uns quantos seres humanos.

Esse nobre coração,
E mais alegrias que tais
Tão felizes, ao serão,
Da Canada dos Folhadais.

Guarda a rima que te dou,
Nesta boa hora do dia
Porque foi ela que soou
Como a nossa mais valia.

Não foi preciso cantar,
Sozinhas ou acompanhadas,
Cá dentro senti vibrar
Nossas palavras rimadas.

A rima que vem de dentro
E por fora não se vê
É a que nasce do centro
De quem ama e de quem crê.

O amor e sã amizade
São as flores dum canteiro
Que ficam p'ra eternidade
Como um selo verdadeiro.

Me despeço com abraços
Para ti, marido e gato,
São esses teus fortes laços
E merecem o teu bom trato.

Rosa Maria

Agradecimento que publiquei nos Cânticos da Beira

28.01.09 | Rosa Silva ("Azoriana")

É com um grato prazer,
Que acabo agora de ler
Talentosa explicação
Da Drª Maria Tavares
Que alegra os meus ares
E a quem lê a edição.

Desgarrada de Além-Mar,
Deu-nos gosto em cantar,
E selou nossa amizade:
Dona Clarisse do Ceira
E a Rosa da Terceira
Cantaram na virtualidade.

Bem-haja aos ecos todos,
Que dão alegria a rodos
E vontade de repetir;
Está quase o Carnaval
Dizem que agora tudo vale
P'ra boa quadra surgir.

Assuntos não vão faltar,
Pela ilha é um tal cantar,
Nos ensaios p'ro Entrudo;
Não há ilha mais festeira
Que a nossa ilha Terceira
E cá se aprende de tudo.

Melhores agradecimentos

In «Cânticos da Beira» - DESGARRADA DE ALÉM-MAR

Rosa Silva ("Azoriana")

Em memória de John Updike

28.01.09 | Rosa Silva ("Azoriana")

Publico o poema que se segue, recebido através da amiga Kathie Baker, em memória do grande autor americano John Updike, que morreu 27 Jan 2009.

John Updike - "Azores," in Harper's Magazine, January 1964, p. 37
Portuguese translation (below) by Jorge de Sena, published in "The Sea
Within"
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Azores

Great green ships
     themselves, they ride
at anchor forever;
     beneath the tide

huge roots of lava
     hold them fast
in mid-Atlantic
     to the past.

The tourist, thrilling
     from the deck,
hail shrilly pretty
     the hillsides flecked

with cottages
     (confetti) and
sweet lozenges
     of chocolate (land).

They marvel at
     the dainty fields
and terraces
     hand-tilled to yield

the modest fruits
     of vines and trees
imported by
     the Portuguese:

a rural landscape
     set adrift
from centuries ago;
     the rift

enlarges.
     The ship proceeds.
Again the constant
     music feeds

an emptiness astern,
     Azores gone.
The void behind, the void
     ahead are one.
= = = = = = = = = =

Grandes navios verdes
     eis que navegam
ancoradas, para sempre;
     sob as águas

enormes raízes de lava
     prendem-nas firmes
a meio do Atlântico
     ao passado.

Os turistas, pasmando
     do convés
proclamam aos guinchos lindas
     as encostas malhadas

de casinhas
     (confettis) e
doces losangos
     de chocolate (terra).

Maravilham-se com
     os campos graciosos
e os socalcos
     feitos à mão para conter

os modestos frutos
     das vinhas e das árvores
importadas pelos
     portugueses:

paisagem rural
     vindo à deriva
de há séculos;
     a distância

amplia-se.
     O navio segue.
Outra vez a constante
     música alimenta

um vazio à popa,
     os Açores sumidos.
O vácuo atrás e o vácuo
     à frente são o mesmo.