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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem

Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(940...pausa... 961)

Motivo para escrever:

Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.

Rosa Silva ("Azoriana")

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Com os melhores agradecimentos pelas:

1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"



2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"



3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"


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VERSO QUE EM MIM VIVE

13.01.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

Sei bem o que o povo gosta
Mas eu não posso dizer
Nem que fizesse uma aposta
Em nada se vai mexer.
Por isso deixa assim
“Não te importes rapariga”
Fica p’lo que diz que sim
Venha verso prá cantiga.

 

VERSO QUE EM MIM VIVE

 

Nasci longe do mar alto
Numa rua sem asfalto
No coração da serreta
Que é uma serra pequena
Onde a tarde é amena
Se a nuvem não é preta.

Nasci longe da cidade
Só quando cresci na idade
Foi-me dado conhecê-la
Sentada numa Carreira
Que serviu bem a Terceira
E ainda hoje é estrela.

Tanta viagem eu fiz
Naquele tempo tão feliz
Só me doía a estrada
Entre piso estreitinho
Devagar, devagarinho,
Chegava à hora marcada.

No asfalto então pisei
Pedras talhadas eu sei
Por homens quase esquecidos
Os louvo hoje neste verso
P'ra que todo o universo
Os faça reconhecidos.

Cada peça de calçada
Por mão ágil trabalhada
Permanece nos passeios
São Património as ruas
Que são minhas e são tuas
Abrilhantam nossos meios.

 

(Imagem in "Bagos d'Uva")

 

Vejam só onde fui dar
Pela calçada a rimar
Juro que não tinha ideia
Só isto me acalmou
Depois do que ressoou
Dum aplauso de plateia.

Nosso povo quer é rir
Festa, bodo e divertir
Contornar a onda triste:
Mas, por Deus, peço atenção
Não se pense que a Região
Só de riso subsiste.

Tem fé que move montanhas,
Tem arte, ondas tamanhas
No cais que não tem idade;
Tem amor e tem virtude
O regaço da juventude
Que une o campo à cidade.

Viva, viva a minha terra
E viva quem nos quer bem
No brasão que se descerra
E em cada peito aterra
Como o amor de filho e mãe;
Do verso que em mim vive
Há amor de Terra e Mar
Pelo povo sobrevive
Mesmo que tenha declive
A alguém possa agradar.


Angra do Heroísmo, 13-01-2014
Rosa Silva ("Azoriana")

A propósito de algumas cenas da atualidade

13.01.14 | Rosa Silva ("Azoriana")

Ter nome nem é preciso
Para a fama ser medonha
Basta ter lata, pouco juízo
E mostrar não ter vergonha.

Hoje há disso em fartura
Perante a nossa visão
Pode nem ter grã cultura
Mas é o rei da estação.

Noutro tempo que bem sei
Estudar era o rigor
Hoje um rapaz faz sua lei
Com seu gosto amador.

Vemos hoje tanta tristeza
Na escrita e no paleio
Que a Língua Portuguesa
Já não reina no seu meio.

Faz-se tudo por um naco
De pão para cada mesa
Não interessa se é fraco
Importa é ter mais destreza.

Por mim fico embassada
Com o que vai pela terra
Uns valem sem fazer nada
Outros vão ganhando a guerra.

Lamento com grande pesar
Por quem não mede o que faz
Portugal ainda vai acabar
Sem puder dar volta atrás.

A culpada é a crise
Que tanto se apregoa
Não há gelo que a frise
Nem se prevê coisa boa.

Rosa Silva ("Azoriana")