Natalidade
Nasci da Terra pró colo do Mar
Amei a vida sorrindo e chorando
Enquanto a lava de mim foi regando
O vulcão que um dia há-de parar.
O nevoeiro que me embalou no lar
Deu lugar ao Sol que, de vez em quando,
Me beija e abraça no ruma que ando
E a Lua canta comigo a rimar.
Assim, vão os dias e noites beijadas
Pela rima do meu sentir todo ilhéu
Na curva do tempo de palavras dadas.
No palco da ilha a ode descerra,
As musas se juntam e bradam do céu:
- Tu louvas o mar que amou a Terra!
Rosa Silva (“Azoriana”)
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