Haja inspiração!
Com uma lágrima no canto do olho e um sorriso a escondê-la.
Há lágrimas felizes como que a regar o que nos vai na alma após tomarmos conhecimento de algo que nos enche as medidas todas.
Hoje fiz algo diferente do habitual. Levantei o rabo da cadeira e deixei as paredes a cogitar onde eu ia toda frenética e com o pensamento a mil. Após o ritual de picar o ponto (ai quem pudesse evitar esta maçada) e dirigi-me, a passos calmos, até ao mercado que há muito não me ripava uns trocos.
Com o pensamento incógnito mas com o físico reconhecido, dou por mim a ser cumprimentada alegremente por uma pessoa que nutre grande amizade pela freguesia da Serreta. Algumas palavras trocadas, alegremente, e ficou no ar aquela frase: “Não esqueças os toiros do Terreiro…” e, entre sorrisos, dissemos adeus.
Procurei nas prateleiras o mínimo dos mínimos de gastos e retornei ao ritual de picar o ponto de entrada da tarde. Almocei e segui o frenesim de terminar o que me tinha proposto antes do fim-de-semana.
Tarefa terminada. Trabalho em dia!
Li alguns correios eletrónicos e fiquei de lágrima feliz ao canto do olho a iluminar o encanto de uma das mensagens vindas do outro lado do mar que nos banha comummente. Escondi-a com um sorriso perante quatro paredes mudas, com prateleiras que deram que comer a quem as urdiu e a quem escreveu tantas e tantas folhas que prescreveram.
Esteja eu onde estiver, estejas tu, amigo, onde estiveres, haverá sempre este elo eletrónico para nos consolar a alma (de quem escreve e quem lê e/ou comenta). Obrigada, amigo lisboeta!
Rosa Silva (“Azoriana”)