Falar para dentro de mim
A minha campa não se quer vazia
Para adorná-la basta a poesia
Dos dias (in) findos do alvorecer
Duma vida feita de tanto perder.
A minha campa não se sinta fria,
Por ela voem pétalas de alegria…
[Sem pensamento andou a tecer
O que talvez não venha a perecer].
Não chorem ante a dor vespertina
Com mais fé se abraça a vela divina
E no meu caso tão cedo deturpada.
Um dia então chega a hora tão dura
Da terra fria que não dá cultura…
Só uma saudade… eterna morada…
Rosa Silva (“Azoriana”)