admiro[TE] - Instantâneos de uma vida
Talvez um dia seja uma vida (de tantas vidas mais) que povoa um cenário ilhéu. Um homem, uma máquina, a mulher e a folhagem, numa valsa de cores ilhoas tão naturais como a sede de viver a vida tal como ela é.
Pode parecer um sonho sem realidade, por enquanto. De início pode parecer algo inimaginável à luz de experiências que poderão surgir sob a voz de um “corta”, “vira mais para ali”, “abaixa a cabeça”, “levanta o olhar mais para ali”, “não te vires tanto”, “fala mais alto”, “ora deixa cá ver onde te enganaste”, “podes chegar-te um bocadinho para a direita”, “temos de repetir”, “agora fui eu que não tinha ligado a máquina”, por entre risos, gritos, aclamações, num faz e desfaz quase sem interrupção.
É assim. É desta forma que SONHO o que poderá vir a ser, quem sabe um dia, uma realidade feita ao correr das ideias articuladas entre um homem e uma mulher que munidos do aparelho máquina e na presença natural da folhagem façam nascer o que de bom se ouviu, pesquisou e se trouxe aos arquivos vindouros.
Ai! Como diria a minha falecida, santa, mãe: - Continua, estás no bom caminho! Foge dos maus caminhos e ergue o pedestal de uma vida...
E pronto, calou-se a voz interna perante o meu espanto. Será mais um sinal do além?! Mais um “faça-se” e eu terei de responder: - Pois, sim, minha mãe! Vai-se fazer.
Rosa Silva (“Azoriana”)