Avó
Minha querida avó
Escrevo-te este artigo já um pouco fora de tempo.
Sei que não o vais receber nem tão pouco ler ou até já sabes o que vou escrever-te.
Sinto uma terrível saudade...
Lembras-te, avó, quando foste a minha casa pela última vez? Quando quiseste que eu tivesse no meu jardim uma roseira?
Pois, eu tive essa roseira que me deu algumas rosas pequeninas. Temo que agora ela já não exista mais, mas ficou sempre a plantinha no meu coração.
Escrevo-te estas linhas porque há muito que ninguém me escreve uma carta e eu lembrei-me que tu também gostavas de cartas e passavas horas a escrever uma bela carta e sempre com um sorriso estampado em cada envelope... lembro-me daquele estrado junto à janela e a banca onde te inspiravas.
Por isso não te admires de escrever-te este artigo porque sei que nunca imaginavas que eu escrevesse estas coisas...
Despeço-me pedindo perdão pelas vezes que te causei desgostos e hoje arrependo-me tanto.
Um doce beijinho e espero entregar-te a rosa que guardo para ti!
Azoriana