#2 Carta à moda antiga - transcrição
"A Carta que não foi escrita
06 de Março de 2005
Minha amada Flor de Lotus,
Hoje amanheci com o pensamento em ti. Não que não ocupes todos os minutos das minhas horas. Mas de alguma forma me sinto muito feliz e alegre desde que passamos a dividir nossos dias e noites. E mesmo que até possamos estar distantes, é por ti que meu coração pulsa a cada minuto. Tantas vezes pensei em te dizer estas palavras, mas a oportunidade me fugia, como a areia fina da praia, onde caminhamos, escapa entre os dedos das mãos.
Sinto tua falta, sinto a saudade bater forte no peito. Lembro dos beijos ao sabor do vento e da fria brisa do mar que nos respinga no rosto, as gotas de água das ondas a quebrarem na praia, enquanto selamos nossos lábios num beijo apaixonado, como a dizer o quanto nos amamos e nos sentimos felizes, mesmo estando distante como estamos. Me vem a lembrança do teu olhar, desses olhos verde-mel, ou de um castanho-esverdeado como a água do mar, de um brilho irradiando a felicidade que sentes quando em meus braços estás. Flutuo de amor e paixão ao te ter comigo.
Passos lentos, cabelos ao vento, teus passos cadenciados me faz lembrar as poesias de Mário Quintana - em Esconderijos do Tempo - :
"Eu queria trazer-te uns versos lindos...
Trago-te apenas estas mãos vazias,
Que vão tomando a forma do teu seio."
Queria trazer-te flores, mas trago apenas o meu amor entre-laçado nestas linhas, cuja rima e inspiração é você. Quisera afagar teus cabelos negros e sentir como tantas vezes o calor do teu rosto repousando no meu peito, sentir tua respiração compassada a pedir um beijo, e convidando ao amor e a entrega sem rodeios. Quem dera nesse momento poder te abraçar, olhar e dizer com as palavras que aqui te escrevo: És, não apenas a paixão, mas a mulher, o amor da minha vida, e a razão dos meus dias.
Amo você a quem beijo com infinito carinho,
Teu Lobo das Estepes"
Datada de 06-03-2005