Improvisadores da Ilha Terceira
MARTINS, J. H. Borges. "Improvisadores da Ilha Terceira" - Suas Vidas e Cantorias, Direcção Regional dos Assuntos Culturais, Secretaria Regional da Educação e Cultura, Angra do Heroísmo, 1989.
Na explicação do autor deste livro lê-se: "95 improvisadores terceirenses foram incluídos nesta antologia. Abrangem um período notável: meados do século XIX até aos nossos dias. Não figuram todos, com certeza. Mas figuram aqueles sobre quem nos foi possível, ao longo de um moroso e difícil trabalho de pesquisa, recolher as informações consideradas necessárias."
Destes 95 improvisadores referidos, destaco agora, os que eram naturais da freguesia da Serreta, por também ser minha terra natal e apenas conheci o senhor António Machado Rodrigues e o senhor Manuel Gonçalves Correia de Melo Júnior (O Barbeiro).
Abaixo insiro um quadro resumo com os principais detalhes, retirados do livro supracitado, relativos aos improvisadores da Freguesia da Serreta, Ilha Terceira - Açores:
Nome |
Conhecido por: |
Pai |
Mãe |
Profissão |
Nascimento |
1 Guilherme Augusto dos Reis |
O Guilherme da Venda |
Agostinho José Coelho |
Rosa dos Anjos |
Comer- |
05-01-1877 |
2 Francisco Caetano Diniz |
O Céguinho |
Manuel Caetano Diniz |
Maria do Rosário |
Tocador |
06-03-1886 |
3 |
O António Rodrigues |
José Machado Rodrigues |
Maria Luz |
Pedreiro |
06-01-1906 |
4 |
O Barbeiro |
Manuel Gonçalves Correia de Melo |
Maria da Luz Cota |
Lavrador |
09-12-1923 |
Nota: (a) Improvisadores já falecidos
Alguns excertos de improvisos, escolhidos no mesmo livro:
1 - O Guilherme da Venda em desafio com o António Rodrigues na Freguesia da Serreta:
"O Rodrigues não se espanta
É dos homens dedicados.
Porque é que o galo canta
Sempre com os olhos fechados"
2 - O "Céguinho" discutindo com vários companheiros na origem do mundo:
"Mesmo a própria Santa Virgem
Que Cristo dentro de si coube,
Do mundo qual a sua origem,
Ela mesmo nunca o soube."
3 - O António Rodrigues disse numa Briança a um certo sujeito:
"Quiseste engordar a oferta
Para ofereceres ao Divino;
Mas deixaste a porta aberta
P'ra ele fugir pró caminho."
4 - O "Barbeiro" disse num Pézinho à porta do cemitério do Livramento:
"No fundo de uma cova
Só se encontra uma ossada
A mais excelente prova
De que o homem não é nada."
Azoriana