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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

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Quadras a São João

23.06.04 | Rosa Silva ("Azoriana")

Oh, meu rico S. João
Que és muito prazenteiro,
Dá ao mundo diversão
E a todos vinho de cheiro!

Vem para a festa comigo,
Traz um manjerico na mão,
Eu quero dançar contigo
Até fugir-me toda a razão.

Beber umas sangrias e cerveja,
Comer um frango no churrasco
E espero que tudo veja
Que nem sobra nenhum frasco

A vida para ser bem vivida
Tem de ter muita diversão,
Senão até fica esquecida
Nesta noite de São João!

Estas quadras pequenas
Mas com uma grande intenção
É para lembrar-te apenas
Que estou contigo no coração!

Vou acender uma fogueira
E o meu coração animar,
Porque aqui na Terceira
Vale a pena festejar!

À tasquinha vou beber,
Até novo dia raiar,
Espero nunca perder
A vontade de dançar!

Há quem tome a bebedeira
Em dia de São João,
Por favor dêem uma cadeira
Para não caírem no chão!

Oh, Angra, cidade mais bela
Que ficas no coração,
Quem não se lembrar dela
Não sabe o que é S. João!

Pelas Sanjoaninas
Festeja-se São João,
Para os meninos e meninas
Andarem com um balão!

No dia de S. João
Vamos todos sorrir, cantar,
Com a sangria na mão
É um nunca mais parar!

Lá vem o folião
Pela rua de São João,
Ele traz o meu lindo São João,
Para oferecer ao Capelão!

E agora vamos para a rua
E não percamos mais tempo,
Veste essa alegria só tua
É hoje o grande evento!

Marchas de adultos desfilam
Em flores e vestes garridas,
Espero que se divirtam
Nas Festas mui coloridas!

Rosa Silva ("Azoriana")

Nota: Quadras soltas com alguns colaboradores.

Conteira

23.06.04 | Rosa Silva ("Azoriana")

No Prefácio do livro "Açores Flores", por Erik Sjogren, editado e distribuído pela Direcção Regional de Turismo - Horta, Faial, lê-se: "O tipo de vegetação dos Açores, encontra-se entre os mais interessantes da Europa."; na Introdução é referido o objectivo do livro: "servir de introdução à flora e vegetação açoreanas." e "As investigações sobre a vegetação dos Açores, tiveram lugar na última metade do século XVIII".
"56 espécies são originais do arquipélago, não se encontrando em qualquer parte do globo (espécie endémica). O importante número de musgos (cerca de 425 espécies), é também digno de menção".

Conteira Conteira1 Cedro_Mato

Existe uma planta que me traz recordações do tempo da minha infância, a chamada Roca-da-Velha, Conteira (Hedychium Gardneranum). Sendo originária do Himalaia é uma "erva rizomatosa perene, com o caule atingindo os 2 m de altura; folhagens ablongas com 30 cm; muitas flores amarelo-alaranjado em espigas com 20 a 30 cm de altura. - Foi introduzida nos meados do século XIX." (...) "É uma planta ornamental muito atraente".
É sem dúvida atraente. Quando criança costumava ir com as "titias" apanhar folhas de conteira (conhecia por folhas de "jarroca") para colocar os bolos da massa doce que após sovada eram estendidos em mesas para depois serem cozidos (1) em forno de lenha. Estas folhas eram unidas com palitos e cortavam-se as pontas para que ficassem mais ajeitadas à massa, em formato de bola ou em rosquilha.
Que lindo que era, nessa nostálgica época, aproveitar as espigas para sugar o líquido adocicado que nos agradava tanto. Por entre silvados, lá tentávamos a todo o custo apanhar umas quantas espigas para depois calmamente degustar tudo até ficarmos saciadas. Que bom que era... que saudades!!
Hoje, já não faço isso! Hoje... apenas sonho com esse passado bem mais agradável que o presente... Mas ainda há umas quantas conteiras na minha freguesia de origem: Serreta!.

Nota: (1) Para esta cozedura aproveitava-se a "rapa" - endémica dos Açores, que é a ramagem do Cedro-do-mato (Juniperus Brevifolia) - "árvore ou pequeno arbusto com um pequena coroa e por vezes um tronco muito recurvado; agulhas em grupos fechados". A madeira muita apreciada e de óptima qualidade era usada para fazer as tradicionais galochas e pequeno artesanato: arados, carroças, carros de bois, etc.

Azoriana