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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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Nem sombra do que era

01.07.04 | Rosa Silva ("Azoriana")

Antes de postar este artigo, deparei com o "Procura-se um Amigo", publicado no Ailaife Blog, que faz parte dos meus favoritos (e é de um amigo "blogueiro").
Vale a pena ler porque transmite uma mensagem muito válida e importante.
Cativei meu olhar e pensamento nesta frase, em que um Amigo: "Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer".
A propósito de "crianças" meu cérebro entristeceu
porque o ser criança, hoje, empalideceu.
Neste mundo onde imperam regras,
horas marcadas, tabeladas,
automatização,
confusão,
pandemónio de solicitações
e tantos outros trambolhões,
que matam, aos poucos, estes "pequenos" corações...
A brincadeira da criança, hoje, é:

  • ... a natação,
  • ... a equitação,
  • ... o ténis,
  • ... a playstation,
  • ... a consola,
  • ... o xbox,
  • ... os "games" de computadores,
  • ... os "downloads" na internet,
  • ... os DVD's,
  • ... a aparelhagem, a televisão,
  • ... mais outros tantos "enlouquecidos" sons,
  • ... o conservatório,
  • ... o instituto de línguas,
  • ... os exames e testes motores.
A brincadeira da criança, ontem, na minha terra, foi: 
  • ... bem animada com telha raspada para ser a "canela da refeição" da pequenada;
  • ... a boneca de trapos feita com pedaços de alguns "panos americanos" vindos na saca repleta da encomenda perfumada,
  • ... o soco ("sabugo" ou a parte da soca de milho, debulhada) que representava os bois aparelhados ou então em manada, por entre mãos da rapaziada na terra que lhes dava vida folgada,
  • ... a lata de sardinha, vazia, representando os carros de bois (ou os "taxis") que transportavam os "pedregulhos" das emoções,
  • ... os bordados e outros lavores aprendidos das mãos de senhoras habilidosas, que cantarolando belas cantigas animavam os serões,
  • ... a busca das latas da coca-cola deixadas na "Mata da Serreta" para na reciclagem caseira serem as canecas da água pura, vinda da fartura das nascentes da mãe natureza;
  • ... os jogos de arco, do pião, das saquinhas, das pedrinhas, dos berlindes,
  • ... a barulheira dos carros de ladeira,
  • ... um herói da brincadeira de "cowboy",
  • ... as "touradas à corda", com uma "mão cheia de nada", e uma bela "cornada" nas costas, naquela íngreme canada.
Não, por favor, não deixem esquecer esta linda tradição!!
Não me lembro de tantas depressões,
tantas insatisfações,
nem o pandemónio de solicitações...
Haviam outras razões
e mais alegria nos pequenos de grandes corações.
Não concordas?
Azoriana