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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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Pés descalços

21.08.04 | Rosa Silva ("Azoriana")

Pés descalços,
Brincam no chão,
Pés descalços
A tua paixão
 
De tenra idade
Sorriso aberto
Tua liberdade
Um ser esperto
 
Pulas, brincas,
Fazes loucuras
Não quero que mintas
Nem faças travessuras
 
Olhar atento
Ao "teu" Panda, canal
E ainda há tempo
Para o "game" habitual

Não tarda a escola
No ano terceiro
Com tua sacola
Caminhas certeiro
 
Pés descalços
Já não convém,
Pés descalços
Não vai ficar bem...
 
No basalto da calçada
Teus pés já estão protegidos
E de maneira apressada
Enfrentas alguns perigos.
 
Para ti, um grande beijinho!

Rosa Silva ("Azoriana")

José Hermano Saraiva

21.08.04 | Rosa Silva ("Azoriana")

Sexta feira, 20 de Agosto de 2004, quedei-me a ver e ouvir o Professor Doutor José Hermano Saraiva, historiador ilustre e notável, "HISTORIADOR e jurista, a sua maior fama deve-se ao seu talento de comunicador mediático, que utiliza para a divulgação de temas históricos.", no programa, divulgado pela RTP Açores, "A ALMA E A GENTE constitui uma lição e um estímulo sobre a arte de falar a Língua Portuguesa. Sendo a sua base e verdadeira razão de ser, o êxito do Autor desde há mais de trinta anos, mantendo o método do improviso verbal, sem tele-pontos nem qualquer outro apoio, características que tem tornado tão populares todos os programas qualquer que seja o tema tratado." Nesta sexta-feira falou de D. Manuel I e também do seu próprio pai.
Encanta-me ouvi-lo falar tão sabiamente, porque ele faz com que a História de Portugal seja especial: ele ama sua Pátria, Portugal e a forma como falou do seu próprio pai fez-me admirá-lo ainda mais. É curioso que o pai nasceu no dia 1 de Abril, conforme "ele diz": "O meu pai era de uma família pobrezinha e nasceu em Abril, na Beira"
"... o meu pai, teve seis filhos, foi membro da Academia, foi vice-presidente da Academia das Ciências, morreu com 80 anos. Mas tão pobrezinho que nunca pôde andar na escola. E julgava ele, se ele tivesse um livro. E a certa altura, assim, em vésperas de Páscoa, quando se fazia a limpeza das casas, ele viu lá nas traseiras de um palácio, umas folhas de um livro sem capa nem nada, mas era livro, sem dúvida, era livro, começou a perguntar aos colegas que tinham a sorte de andar na escola primária. "Olha, isto como é que se lê?" Um B e A. Então, B, A, BA". E foi assim, ligando as letras que ele aprendeu a ler e aprendeu aquele livro de cor. Aflito, com as lágrimas nos olhos, procurou o professor da escola primária e disse-lhe: "Senhor professor, eu, como sabe, não posso vir à escola, porque tenho que guardar as duas cabrinhas" - que eram o que dava leite para os seus irmãos que ele tinha - "mas tenho um livro, mas eu devo ser muito estúpido, porque eu não entendo nada, nada do que o livro diz. Eu já o sei de cor.". E começou a dizer o livro. E o professor disse: "Ó rapaz, traz-me lá o livro. Eu também não percebo.". Bom, é que o livro que ele tinha achado não era em português, era em latim. E mesmo assim aprendeu-o de cor. Foi um dos maiores latinistas portugueses. Mas isto mostra até que ponto um livro é importante. Vejam se o meu pai não tinha encontrado aquele livro. Eu não estava agora aqui concerteza a falar convosco. Não estava. Desculpem-me esta invocação que me enternece muito: o meu pai que, enfim, foi o maior homem que eu conheci. Mas o livro no século XV vem tornar possível que milhares de pessoas leiam e pensem." - in http://ptvip.com/notaveis/josehermanosaraiva/ - "O que diz" - texto de José Hermano Saraiva
Aconselho a visitarem este sitio na internet e muitos outros que escrevem sobre este Homem talentoso e extraordinário que merece os melhores elogios e honras. Transcrevi este texto sobretudo por causa da parte que refere: o meu pai que, enfim, foi o maior homem que eu conheci. Não mais esquecerei esta frase que me fez brotar uma lágrima...
Como não o posso fazer pessoalmente, aproveito este cantinho, para lhe enviar um grande abraço, um LOUVOR e sinceros desejos de saúde e que continue a encantar todos os que o ouvem na sua expressão tão peculiar de grande estudioso e bom comunicador.