Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana).
Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1
Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos
Motivo para escrever: Rimas são o meu solar Com a bela estrela guia, Minha onda a navegar E parar eu não queria O dia que as deixar (Ninguém foge a esse dia) Farão pois o meu lugar Minha paz, minha alegria. Rosa Silva ("Azoriana") ********** Com os melhores agradecimentos pelas: 1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3" 2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze" 3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor" 4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado **********
Sexta feira, 20 de Agosto de 2004, quedei-me a ver e ouvir o Professor Doutor José Hermano Saraiva, historiador ilustre e notável, "HISTORIADOR e jurista, a sua maior fama deve-se ao seu talento de comunicador mediático, que utiliza para a divulgação de temas históricos.", no programa, divulgado pela RTP Açores, "A ALMA E A GENTE constitui uma lição e um estímulo sobre a arte de falar a Língua Portuguesa. Sendo a sua base e verdadeira razão de ser, o êxito do Autor desde há mais de trinta anos, mantendo o método do improviso verbal, sem tele-pontos nem qualquer outro apoio, características que tem tornado tão populares todos os programas qualquer que seja o tema tratado." Nesta sexta-feira falou de D. Manuel I e também do seu próprio pai. Encanta-me ouvi-lo falar tão sabiamente, porque ele faz com que a História de Portugal seja especial: ele ama sua Pátria, Portugal e a forma como falou do seu próprio pai fez-me admirá-lo ainda mais. É curioso que o pai nasceu no dia 1 de Abril, conforme "ele diz": "O meu pai era de uma família pobrezinha e nasceu em Abril, na Beira" "... o meu pai, teve seis filhos, foi membro da Academia, foi vice-presidente da Academia das Ciências, morreu com 80 anos. Mas tão pobrezinho que nunca pôde andar na escola. E julgava ele, se ele tivesse um livro. E a certa altura, assim, em vésperas de Páscoa, quando se fazia a limpeza das casas, ele viu lá nas traseiras de um palácio, umas folhas de um livro sem capa nem nada, mas era livro, sem dúvida, era livro, começou a perguntar aos colegas que tinham a sorte de andar na escola primária. "Olha, isto como é que se lê?" Um B e A. Então, B, A, BA". E foi assim, ligando as letras que ele aprendeu a ler e aprendeu aquele livro de cor. Aflito, com as lágrimas nos olhos, procurou o professor da escola primária e disse-lhe: "Senhor professor, eu, como sabe, não posso vir à escola, porque tenho que guardar as duas cabrinhas" - que eram o que dava leite para os seus irmãos que ele tinha - "mas tenho um livro, mas eu devo ser muito estúpido, porque eu não entendo nada, nada do que o livro diz. Eu já o sei de cor.". E começou a dizer o livro. E o professor disse: "Ó rapaz, traz-me lá o livro. Eu também não percebo.". Bom, é que o livro que ele tinha achado não era em português, era em latim. E mesmo assim aprendeu-o de cor. Foi um dos maiores latinistas portugueses. Mas isto mostra até que ponto um livro é importante. Vejam se o meu pai não tinha encontrado aquele livro. Eu não estava agora aqui concerteza a falar convosco. Não estava. Desculpem-me esta invocação que me enternece muito: o meu pai que, enfim, foi o maior homem que eu conheci. Mas o livro no século XV vem tornar possível que milhares de pessoas leiam e pensem." - in http://ptvip.com/notaveis/josehermanosaraiva/ - "O que diz" - texto de José Hermano Saraiva Aconselho a visitarem este sitio na internet e muitos outros que escrevem sobre este Homem talentoso e extraordinário que merece os melhores elogios e honras. Transcrevi este texto sobretudo por causa da parte que refere: o meu pai que, enfim, foi o maior homem que eu conheci. Não mais esquecerei esta frase que me fez brotar uma lágrima... Como não o posso fazer pessoalmente, aproveito este cantinho, para lhe enviar um grande abraço, um LOUVOR e sinceros desejos de saúde e que continue a encantar todos os que o ouvem na sua expressão tão peculiar de grande estudioso e bom comunicador.