A cidade
Não tens tempo
Vives para trabalhar
Precisas de um segundo
Precisas descansar
Talvez estejas a fugir
Talvez não queiras lembrar
Por isso trabalhas tanto
Por isso não queres pensar
Aceitas tudo o que aparece
Pois assim ficas ocupada
Mas com tão pouco tempo para ti
Ficas meio desnorteada
Levantas-te de manhã
Atrasada ou com tempo
Mal tomas o pequeno almoço
E ala, sais como o vento
Caminhas de um lado para outro
Numa correria sem fim
Vives num absurdo
Quase não tens tempo para ti
O dia passa
Mal consegues almoçar
Quando dás por ti
São horas de regressar
Regressar,
Regressar de novo a labuta
Passam-se os dias, as semanas
A vida parece tão curta
O pouco tempo que arranjas
Consegues andar e passear
Se não tiveres daquelas crises
Lá consegues descansar
Aos poucos vais-te afastando
Quase sem te aperceberes
Que vida tão puxada
Que vida sem prazer
Mas todos nós somos assim
Obrigados a viver
A vida da cidade, enfim
Rouba-nos os momentos de prazer
(Poema recebido por email e autorizada publicação por "amigo cubano")