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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

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Poetas em Destaque - Eugénia Vieira

30.01.05 | Rosa Silva ("Azoriana")

Bruma

Trago nas veias o travo salgado
Deste mar que emerge
Sobre o rosto destas ilhas
Semeadas no oceano da saudade

Envoltas na candura desta bruma
Que tolda o olhar
Quando no horizonte
Se adivinha a tempestade
Sentindo-se este remar contra todas as marés
Este caminhar sobre águas
Sempre com o sorriso
Esboçado no rosto tisnado

Nove pedras envoltas em bruma
Nove dores
Nove silêncios
Nove sorrisos
Desta gente feliz
Mas com lágrimas

Nove luas te pariram
No doce ventre desta bruma
Que me envolve a alma
E me deixa sonhar
A cada amanhecer

Eugénia Vieira
(30-01-2005)

Infinidade em botão

30.01.05 | Rosa Silva ("Azoriana")
 

INFINIDADE EM BOTÃO

No meu cantinho sinto
que a minha alma floresce
lavada em tons escarlates...

Fico pensando num ramo
e no perfume da rosa em botão
que já beijou a minha mão...

Recordo que o teu perfume
embriagou os meus sentidos
no leito dos sonhos...

Bela é a natureza
que talhou tanta beleza...
És a infinidade em botão!

Azoriana

Poetas em Destaque - Carlos Drummond de Andrade

30.01.05 | Rosa Silva ("Azoriana")

Procura da Poesia

Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intacta.
Ei-lo sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.

Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível que lhe deres:
Trouxeste a chave?

Carlos Drummond de Andrade