Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana).
Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1
Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos
Motivo para escrever: Rimas são o meu solar Com a bela estrela guia, Minha onda a navegar E parar eu não queria O dia que as deixar (Ninguém foge a esse dia) Farão pois o meu lugar Minha paz, minha alegria. Rosa Silva ("Azoriana") ********** Com os melhores agradecimentos pelas: 1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3" 2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze" 3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor" **********
Meu nome nem vem ao caso, sou apenas uma mulher fugitiva. Vim à cidade para fugir do meu viver trapalhão. Fugi das terras altas, das florestas, das batalhas, das guerras... e faz hoje precisamente três anos de fuga. Dou-me bem nesta calma citadina e não lamento a minha fuga. Apenas lamento não estar despreza das correntes que amarram as minhas mãos. O meu pensamento está livre e tenho que abrir os elos destas malditas correntes...
Onde estará a chave mestra? A chave ainda está fora do meu alcance e preciso assinar a libertação que ainda está por escrever... Será que já não a saberei ler? Custa-me a crer... O tempo corre devagar, devagarinho, parado... Está ficando tarde, muito tarde... tenho pressa de me libertar... Quando, enfim, irei parar de fugir? Não tenho mais medo de ter medo de parar de fugir... Quem pára esta fugitiva sem sentido? Só eu posso parar esta corrida, só eu posso limitar a minha meta... Estas correntes apertam demais as minhas mãos. Tenho de cortar a fita que une os dois lados, sem sequer ousar olhar para trás. Tenho que começar nova corrida com alegria e vida. Preciso encontrar a chave... tenho que a encontrar. Será que ela está dentro de mim!?
A propósito de um comentário postado num artigo "Viagem ao baú - A escola" no Ailaife Blog, de um amigo do Porto, fixei meu pensamento no meu passado escolar. Não me lembro de muitos pormenores, pois já passaram mais de trinta anos. Recordo, apenas, que fui uma aluna obediente e sempre tentei não dar motivo para apanhar réguadas ou castigos piores, numa época em que a disciplina se impunha. Ai daquele ou aquela que não soubesse bem a lição ou então cometesse erros ortográficos entre outros... tinha o castigo adequado à infracção. Mas adiante... O que guardo no meu "baú de recordações" é uma foto de umas meninas. Esta foto nem sei bem como veio parar à Escola Primária da Freguesia da Serreta, nem em que data. O que está escrito nas costas da foto é apenas isto:
Para a amiga da Bélinha. A Bélinha, é a menina do meio, que tem o cabelo comprido.
Um pormenor importante é o carimbo do fotógrafo: Mini-Foto (ao lado da Sé) - Angra. Portanto, tudo me leva a crer que esta foto foi tirada na ilha Terceira, por um fotógrafo com sede na cidade de Angra do Heroísmo. Acontece que nunca conheci esta menina, que hoje deve ter a minha idade, supostamente. O aflores fez-me recordar este acontecimento e esta amiga "secreta" que no meu tempo da escola primária foi motivo de entusiasmo, pelo facto de cada aluno(a) ter oportunidade de escolher uma amiga de outra escola. Se me disseram na altura de onde era, se cheguei a escrever alguma cartinha a ela... isso já não sei. Certamente houve algum tipo de contacto ou simplesmente ficou esta foto a preto e branco, que guardo sempre comigo e sempre que mudei de casa (pelo menos quatro vezes) nunca me separei dela. Quem me dera saber quem é, de onde é e onde está esta menina. Aproveito para lançar um alerta a todos quantos me visitam e comentam para darem a sua opinião. Afinal ela é da minha ilha e pode nem estar na ilha. Pode muito bem ter embarcado, etc. Actualmente, há muitos meios de descobrirmos seja o que for, mas neste caso vejo-me um pouco à deriva. Quem me dá alguma achega neste procurar no escuro? Serás tu a Bélinha? Azoriana
Num mistério de amor E a sombra do meu desejo Vem num fogo abrasador Colho flores para te oferecer No jardim do meu quintal Mas teu aroma me vem trazer Teu perfume matinal
Entre meus sonhos...te vejo Disposta aqui a meu lado Ai aumenta o desejo De por ti ser amado
As estrelas companheiras São brilhantes testemunhos Das mil e uma maneiras Que te prendo em meus punhos Baixinho em meus ouvidos Os teus lábios murmurando Sussurros enrouquecidos Te amo mesmo sonhando
Em meus sonhos te admiro És a minha felicidade Mas acordo e suspiro P'lo sonho não ser verdade.
Daniel Arruda (12/15/04) (gentilmente autorizada publicação pelo Poeta emigrante)
