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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

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Na véspera do amanhã

11.05.05 | Rosa Silva ("Azoriana")



É sempre assim. Uma azáfama de pensamentos invade a pacatez de um dia.
Sento-me perto da vidraça de um quarto que já foi meu. Resolvi trocá-lo para ficar perto do lado sul, perto da civilização.
Quando quero a paz, volto-me para este quarto, para as árvores, poucas, que entardecem com o esvoaçar de alguns animais alados. Claro que lhes chamamos de pássaros, os pardalitos que até estão a namorar.
Lá estava também o "Sr. Melro" pousado numa antena prisioneira de uma chaminé já sem brancura. Ela ainda continua firme num telhado sempre tão regional.
Ao longe, uma nuvem laranja parece fugir apressada para deitar-se no horizonte. As suas companheiras seguem-na de perto e vão-se vestindo de um tom nocturno.
Deixei-me ficar à espera da noite nascer... Olhem! Ainda há tempo de duas pombas deixarem um rasto de despedida alegre.
Uma aragem entra pela janela semi-aberta como que a avisar-me que é tempo de recolher aos meus aposentos... é apenas, mais um dia, de uma vida, que se aproxima do terminus. O amanhã fica a uma distância de pouco mais de três horas...
Quando eu virar a página do "Hoje" entro numa página especial. Comemora-se uma data perfeita: fui mãe de uma menina há mais de uma dezena de anos. Ela era muito miudinha mas trazia consigo a vontade de ser feliz, trazia o meu sangue e um olhar tão lindo!...
É impossível não registar esta véspera. Ela nasceu na véspera do dia de Nossa Senhora de Fátima, precisamente quando o Papa João Paulo II visitou esta ilha.
Talvez a minha emoção ao vê-lo através da "caixinha mágica" tenha acelerado o processo... Foi um marco importante na minha vida e oxalá seja na dela também - minha flor de Maio!
Quando se rasgam as entranhas e são expulsas as águas da felicidade nasce um ser... um ser que é fruto do amor.
Amar é isto: olhar pela primeira vez os filhos que nos colocam junto ao nosso rosto e os beijamos. É o primeiro gesto de carinho, o primeiro beijo da flor de Maio: a minha filha!

Azoriana

É preciso ter Fé!

11.05.05 | Rosa Silva ("Azoriana")

Quando vagueio em linhas dispersas pelo solo da minha ilha,
(linda ilha onde os pássaros resolvem unir-se numa melodia que cativa o sol)
sinto que a recuperação dos meus sentidos é muito importante:
Visão
É bom ver as flores que florescem bem à frente da minha janela, de novo...
Olfacto
É bom o perfume salgado que rebenta do mar, tão velho...
Tacto
É bom tocar o rosto do filho que nasce de nós, beijado...
Audição
É bom quando dizes: Amo-te!
Paladar
É bom... é muito bom o doce no fim de uma tarde de sol...
Pois é... aquele alfenim apregoado na frente do Império do Divino Espírito Santo, símbolo de agradecimento pela prece atendida...


No próximo Domingo abunda, nestas Ilhas, a Fé ao Divino Espírito Santo...
É o pão, vinho e a carne que são distribuídos num Bodo de um mar de gente que se une num único aclamar:
”Espírito Santo... Deus... Misericórdia! (...)
Faltam poucos dias para o fim de semana que enche os caminhos da Terceira de um movimento diferente: a Fé ao Divino!

(c) Azoriana