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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

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Eu não gosto de partidas

10.07.05 | Rosa Silva ("Azoriana")



Eu não gosto de partidas
Bem melhor são as chegadas
Tristes são as despedidas
Alegres só as entradas.

O barco deixou a ilha
No rasto água salgada
Lá se foi a minha filha
Com gosto acompanhada.

Ser jovem nada melhor
P'ra viajar à boleia
A espera é que é pior
Se a cadeira tiver cheia.

Hoje o dia foi sortudo
Tanta gente embarcou
Expresso leva de tudo
A mim é que não levou.

P.S. Hoje a estrada era de água e bem salgada... Vi partir, em sorrisos, as pessoas que me são queridas. Foram nessa estrada longa e larga com destino a um bom porto, um cais com nome de Boa Ilha! Essa ilha negra que abraço até mais não! Eu fiquei... a ver a água calar-se ao virar do Monte... Senti nas veias o som a chamar-me: Vem connosco, vem até à conchinha beira mar plantada... Não fui! Fiquei a pensar quando será a minha vez de visitar Santo Amaro... Ele está lá com as minhas raízes e a saudade!
(Este o comentário que postei em Ardemares.)

Azoriana

Tocando o sonho

10.07.05 | Rosa Silva ("Azoriana")

imagem da net

Nem sei se penso ou quero arrimar.
Se rimo faço-o, por mim, sem desdém
A contar mais do que rimo por bem,
Só se for mesmo cantando a rimar!

Em quantas linhas eu te quis chamar?!
Conotei as vezes que o sonho provém?
E tudo quanto admirei aqui e além
Rimei nas janelas voltadas a mar.

Melhor sorte terei se no retorno,
Com pétalas rosas fizer tal adorno
Mas não vejo quem gostava de ver!

Se neste voar eu perder a cabeça,
E malfadada quadra aconteça:
Só na rima plantarei novo viver...

Rosa Silva ("Azoriana")

 

Em http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=5123

Índice temático: Desenho sonetos

O que não és (o comentário que virou artigo)

10.07.05 | Rosa Silva ("Azoriana")

Não sou Cupido
nem vim alguém arranjar
mas vim com carinho
algo declamar

Em ti há uma estrela
que é esse teu coração
que tem a doçura de um passarinho
e de uma jovem mulher a paixão.

És flor branca da paz
Amarela para a vida
Rosada com o amor
e sempre uma mulher querida

Quem te aconchegue vai aparecer
seja com flores seja com sorrisos
E apenas te vai dizer
Que olhos tão bonitos :)


P.Povoa

De Azoriana:
Agradeço ao poeta esta gentil inspiração.
Assim fica com uma melhor disposição.
Um abraço sorridente.

Numa tarde de sol

10.07.05 | Rosa Silva ("Azoriana")

Não me lembro do muito que estudei. Às vezes nem precisa, porque eu vou rebuscar, mas canso-me.
Eu não gosto do cansaço, prefiro o luar...
em sossego ou com vento!
"E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido".
Fernando Pessoa o escreveu e eu gostei de o ler. Admirei-o de coração.
Eu pensei bem lendo isto.
Dói-me é se nada penso mas o vento sopra a dor e encanto-me no verso que leio à noitinha.
Sempre ouvi tanto de Fernando Pessoa e hoje a vergonha inflama o que vou escrever.

Numa tarde de sol eu fui às compras e na lista, pequena, assinalei: livro.
Queria, porque queria um livro. Mas que livro?! Havia tantos...
De repente, olhei e vi

FERNANDO PESSOA
poesias escolhidas por Eugénio de Andrade.

Parei: É este!
Depois... a tira com números pequenos e a curiosidade abalaram rumo a casa.
Grande compra! Que grande compra! - pensava eu.
O pensamento estava cheio de razão.
Agora torna-se difícil saber qual o poema que gosto. Uns li uma vez, outra vez e outros fazem-me companhia assídua.
Não me obriguei a decorar nada como outrora o fiz. Agora soube-me muito melhor voltar a esta leitura:

Coroai-me de rosas;
Coroai-me em verdade
       De rosas -
Rosas que se apagam
Em fronte a apagar-se
       Tão cedo!
Coroai-me de rosas
E de folhas breves.
       E basta.


in página 125. Ricardo Reis. Odes.

Em páginas anteriores, apaixonei-me... quem não se apaixona por este Poeta?!

LAST POEM
(ditado pelo poeta no dia da sua morte)

É talvez o último dia da minha vida.
Saudei o sol, levantando a mão direita,
Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus,
Fiz sinal de gostar de o ver ainda, mais nada.


in página 121. Alberto Caeiro. Poemas Inconjuntos.

A página 117 trouxe-me uma surpresa agradável que calei e continuei a ler porque o próprio o escreveu:

"fui o único poeta da Natureza". - in página 119. Alberto Caeiro. Poemas Inconjuntos.

e

"Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?</i>. - in página 203. Álvaro de Campos. Poemas.

O melhor de tudo é mesmo ser livro... é a árvore que fica viva.
Aquele é lembrado e amado por quem lhe toma gosto.
Há árvores grandes!
Eu nunca plantei nenhuma, nem pequena...
Talvez um dia volte às compras numa tarde de sol...

Azoriana