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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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Em dia da "Tourada do Porto" - Biscoitos

25.09.05 | Rosa Silva ("Azoriana")

no dia dos Toiros do Porto

25-09-2005, o último Domingo de Setembro, foi o dia da tradicional "Tourada do Porto" na Calheta, da freguesia dos Biscoitos, iha Terceira, Açores. Sempre me lembro de ser assim.
O dia amanheceu convidativo para uma viagem de camioneta, o transporte colectivo de passageiros, da nossa Empresa de Viação Terceirense.
Os preparativos foram ligeiros e vamos que se faz tarde.
A paisagem, ao longo do percurso Angra - Biscoitos, estava um encanto. Talvez porque é bom viajar com distância no tempo e no espaço.
Passei pela minha freguesia natal, Serreta, e no coração da Terceira, como costumo apelidar a "Mata da Serreta", local onde os piqueniques são o atractivo no verde ideal.
Seguiu-se a freguesia do Raminho, que há muito não via e está bela e asseada. Depois os Altares, onde residi durante uns anos, e finalmente, a freguesia dos Biscoitos, o destino a que me propus neste Domingo de sol.
Descemos a rua a pé com a mala da paparoca, com um sorriso bem disposto, até à Calheta dos Biscoitos, onde iria decorrer a festa brava.
Claro que ainda era cedo para o desfile dos toiros presos pela corda ao pescoço. Eu já sabia que não ia ver nenhum porque tinha que regressar na última camioneta e não dava tempo de esperar pela saída nem do primeiro bicho bravo.
Então, quis aproveitar ao máximo este passeio domingueiro.
Dei uma volta pelo local e atraíu-me o mar. Aqui o mar é o dono poderoso. Estava algo revoltado. As ondas irrequietas galgavam as rochas desenfreadamente num espumante alvo. Assustou-me!
Cheguei perto delas porque vi algumas pessoas reunidas na zona alta, a seguir à piscina natural. Fiquei curiosa.
Nada me indicava que tinha havido uma tragédia. Chamou-me a atenção uma fita a vedar a passadeira onde eu gostava de me aproximar do mar mas como não dava para banhar, pensei ser um sinal de interdição de banhos.
Não permaneci ali muito tempo e voltei para a zona dos calhaus e onde ia decorrer a festa.
Umas frutas, água e um descanso numa mesa junto ao bar fizeram-me ouvir as vozes a comentarem que alguém tinha sido captado pelas águas. Espantada perguntei o que tinha acontecido e disseram-me que uma jovem tinha sido arrancada das rochas pelo mar e outra e mais uns rapazes.
Pormenores não insisti em saber. Fiquei a pensar: Oh! Mas que tragédia!
Uma moça, já se sabia, tinha falecido.
Senti uma inquietação, uma tristeza.
O mar... o mar... o mar... sempre o mar! Talvez ele, o mar, tenha avisado que estava alvoraçado... (eu percebi logo isso) que era tempo de só o avistar, de longe...
Enfim, um acontecimento inesperado e doloroso.
Procurei os meus familiares e fiquei-me a olhar de longe o movimento no arraial.
Penso que neste dia não havia conversa que não se falasse dos (6 ou 7) jovens ao mar; na chegada das ambulâncias, da tragédia...
Antes das cinco da tarde já eu me fazia ao regresso com destino a casa... e sempre carregava na mente... "o mar hoje estava revoltado", mas é um dos seus estados normais, num dia normal, com factos anormais.
Gosto do mar mas só do avistar!
Por favor, lembrem-se sempre: o mar é nosso amigo mas avisa-nos do perigo.

Azoriana

Feliz aniversário, Filho!

25.09.05 | Rosa Silva ("Azoriana")

É possível escrever uma prosa, com sentido, pegando em pedacinhos de muitos sentidos.
Assim, uni-os e o texto fluiu:

Tudo é belo nessa Terceira.
De lés a lés bebi as saudades de uma Terceira distante.
Quase sempre os fundos de gavetas cheiram a saudade.
Obrigado pelo tempo, pelas palavras, pela distância.
Virei todos os dias à alvorada do teu verbo.
Um sorriso enorme para ti (bem o mereces).
Entendo agora porque o mar te fez prisioneira.


Eu sei de quem é a autoria. Eu costumo guardar todas as autorias.
A prosa denuncia uma saudade... essa saudade que hoje sinto.
Estou prisioneira do mar e do ar que não me leva onde eu quero.
Tem tudo a ver com as quadras a seguir:

Estou numa jangada de terra
com o pensamento além mar:
Não foi ninguém para a guerra
só sei que está a estudar...

O dia já está a raiar,
Salvé! É teu aniversário;
O primeiro fora do lugar
onde tinha o seu armário...

Um armário com o meu amor
trabalho e dedicação,
ofereço-lhe quadras em flor
e todo o meu coração!

Um grande beijinho
para o primogénito
Há semanas que não o vejo;
algures no Alentejo

25-09-2005

Azoriana