Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana).
Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1
Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos
Rimas são o meu solar Com a bela estrela guia, Minha onda a navegar E parar eu não queria O dia que as deixar (Ninguém foge a esse dia) Farão pois o meu lugar Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"
2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"
3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"
Listagem dos Párocos que serviram a freguesia, de acordo com a enumeração listada no Sumário histórico de 1974, intitulado "As 18 paróquias de Angra" de Pedro de Merelim, páginas 770 a 772:
Nota: Entre parênteses encontram-se as notas de rodapé, para complemento da informação.
José Bernardo Corvelo, vice vigário, desde 1 de janeiro de 1862 até setembro de 1863. (1 ano e oito meses)
João Guilherme da Costa, vigário, desde 1863 até janeiro de 1874 (transferido para os Biscoitos. Vítima de ataque apoplético, sucumbiu instantaneamente em 14 de setembro de 1879, quando percorria a Serreta, integrado na procissão da Senhora dos Milagres, conduzindo o Santo Lenho, sob o pálio).
Belarmino José da Silva, vice vigário, cargo que exerceu até setembro de 1881.
António de Oliveira Morais, vice vigário, até 1882 (transferido para as Angústias, Horta).
Júlio Augusto Rebelo, até julho de 1885 (idem para a Matriz de Velas, S. Jorge).
José Furtado da Ponte, até outubro de 1885.
Francisco Lourenço do Rego, desde 4 de outubro de 1887 até 3 de fevereiro de 1906 (aparece, entrementes, como Vice vigário, António Jacinto de Ávila, depois beneficiário da Sé).
José Leal da Silva Furtado, desde 3 de setembro de 1906 até 28 de dezembro de 1925.
António Cardoso Machado, desde 3 de janeiro de 1926 até 3 de setembro de 1933.
Vicente Carreiro de Arruda Afonso, desde 16 de janeiro de 1934 a 27 de março de 1938.
António Pereira Rodrigues, desde 12 de março e 1939 até 12 de dezembro de 1940.
José Narciso Coelho Lopes, desde 19 de janeiro até 23 de novembro de 1941 (as datas atribuídas aos eclesiásticos, indicados de 7 a 12 inclusive, reportam as dos primeiro e último termos paroquiais, respetivamente, por si exarados e subscritos).
Francisco Rodrigues do Couto, desde outubro de 1942 até julho de 1989. Nasceu na freguesia dos Biscoitos em 26 de janeiro de 1908. Filho de Francisco Rodrigues Quartilho e de Delfina de Jesus do Couto. Admitido no Seminário Episcopal em outubro de 1923. Ordenado na Sé, pelo bispo D. Guilherme Augusto, em 11 de junho de 1933. Celebrou a Missa Nova em 2 de julho seguinte, na paroquial da Conceição de Angra. em 6 de dezembro imediato encetou o múnus de cooperador na igreja de Nossa Senhora dos Milagres (de assinalar, por curioso, serem idênticas, quiçá do mesmo artista, as imagens da Senhora dos Milagres do Corvo e da Serreta), ilha do Corvo, passando a pároco ouvidor da mesma freguesia em 1936, onde se manteve até à vinda para a Serreta).
José Barcelos, desde julho de 1989 até 2001.
José Luís, desde setembro de 2001 até 2003.
José Francisco, desde janeiro de 2003 até agosto de 2004.
Manuel Carlos, desde agosto de 2004, até setembro de 2018. Foi Reitor do Santuário Diocesano de Nossa Senhora dos Milagres a partir de 2006.
João Pires, desde setembro de 2018. Atual Reitor do Santuário Diocesano de Nossa Senhora dos Milagres, da freguesia da Serreta, concelho de Angra do Heroísmo, ilha Terceira - Açores.
Quem te ama!? Quem vê a tua beleza!? Onde mora essa arte?
Hoje, há aberração... desilusão...
Carregam-se sacos cheios de mudança parada...
Limpam-se paredes de misérias caladas...
Pagam-se faturas de flagelos atordoados
Aberração!
Essa maldita farpa que espeta até fazer sangrar o coração...
Tu, Poeta,
és de ouro puro,
tens as pérolas sábias do escrever.
Eu não sei usar as palavras...
Sei apenas transcrever o que me dita o coração...
E hoje este coração está em aberração... Só aberração!
2004-12-06
Açores
Açores
terras limpas
de cores
e belas flores
o paraíso vivo
onde melros-pretos
as toutinegras
e demais avezinhas
chilreiam na passagem
Não! Não é miragem...
O campo abre-se fresco
longe de todo o resto
e
leva-se saudade
quando se parte a debalde.
Açores
nove sementes
de cores diferentes
com alma
e
coração...
Deus dá-lhes a Mão!
2005-10-29
Adoro rosas...
É tão boa a dádiva de rosa, com a cor da amizade...
Obrigado a ti... Que me lês!
2005-08-08
A imagem
"cheiro a terra e a orvalho"
No campo onde trabalho
Cheira a amor e fantasia
A terra nasce com o dia
E na profundeza da alma
O orvalho lava-me!
2005-06-08
Amanhecer
Num retângulo mansinho
adormeço minha razão
enquanto devagarinho
tu acordas minha mão.
Brilha o raio singelo
dando folga à escuridão
para que o pobre chinelo
não tropece em vão.
Mais uma hora balança
a porta, destino certo,
outra estrela que avança
para de mim ficar perto.
Meu rosto bebe sua luz
e o sorriso acontece
é o que mais me seduz
logo quando amanhece!
Haja o que houver
que haja sempre Sol!
Haja o que houver
que sejas meu farol!
2005-04-12
Anjo da Guarda
Liberta-me esta amargura que me queima o riso
Afaga esta voz calada que me deixa inerte
Sinto a dor querer fugir a galope para de novo voltar
nada acontece... a força esvoaça
quero abrir meu coração à alegria
preciso de paz
preciso de seguir a minha viagem
não consigo evitar os obstáculos
por isso,
rogo-te:
Anjo da Guarda,
minha companhia
Guardai a minha alma
de noite e de dia!
2005-04-04
Aproveitem a vida!
Esta passagem é tão estreita: um dia, uma noite, uma manhã...
Não é exagero o que aqui escrevi!?
Um dia somos felizes, um dia somos aprendizes...
Num dia,
Numa noite,
Numa manhã:
Tudo acontece...
Colhe uma flor, dá o teu amor, tenta parar as trevas da guerra.
Então dir-me-ás:
"Acreditas nisso! Grande é a tua utopia! Não vives neste mundo!? Que ingenuidade é a tua!?"
Responder-te-ei:
- Tens razão. É verdade!
Acho que não "vivo" neste mundo.
Vivo no meu sonho, no meu profundo sono,
deixo seguir o rumo de um dia, de uma noite e de uma manhã,
por mais inquietante que seja.
2004-11-19
Arco-íris
Já sequei a queda d'água
na minha almofada de aguarelas
O mar estava arrepiado...
talvez estivesse à espera do sorriso
que lhe foi negado.
No virar da onda eu li que:
Enquanto eu estiver aqui tu também estás,
e vais recolhendo as minhas
e tantas águas mais...
Elas caem
destas torrentes da vida
que sofre com crises dos novos
e o padecer dos velhinhos...
Afinal...
Tantos olham o arco-íris
e as aguarelas!
2005-11-08
Arte
Arte ó coisa bela
que até me deixa suspensa
como poderei tê-la
sempre na minha presença?!
Dentro do meu coração
lutam artes duvidosas
é com grande emoção
que as coloco amorosas.
Eu amo tudo o que é belo
mesmo que feio possa ser
há-de haver algo singelo
que me faça envaidecer!
Será que a arte tem graça?
será que tem algum proveito?
olha como cada ser passa
nem sempre tudo é perfeito.
Deixo-me ficar a ver a arte
que seduz qualquer olhar
ela está em toda a parte
haja tempo neste sonhar!
2005-06-30
Atordoada
Estou atordoada
nem consigo pensar,
por causa da Fada
que comigo veio falar.
Mostrou-me sonhos mil
por campo ou por mares;
eu até sinto-me febril
no gosto desses olhares.
Será que a Fada vai voltar?!
Será que nos vai dar a mão?!
Não nos deixes naufragar
num mundo de ilusão...
Quando voltares ao meu lar
alinha-me o pensamento
é que não posso voar
à mercê de qualquer vento!
Desenho um sonho no escuro
na esperança de céu estrelado
escolho o caminho mais seguro
para ver o sonho realizado:
- Um mundo sem fome, sem dor,
e alegria no olhar das crianças;
os velhinhos com mais amor
e os pobres ricos de esperanças.
Mas para que possa acontecer
tamanha felicidade...
a Fada vai ter de esclarecer
o porquê desta ansiedade.
2005-11-22
Avistar
Quem me dera ser
a paz pura das águas que vi tranquilas
pelo rasgo do casario
cá de cima até ao muro
que te separa de mim...
A tua calma contagiou-me,
o meu passo recua para avistar-te:
és o espelho do manto verde desse Monte;
és o mar plasmado na ilha
onde a vida e a morte sempre se noticia...
2005-04-15
Bio[grafia]
As águas cantaram
rasgadas numa tarde de Abril
e eu nasci
nas mãos que me lavaram
na nova luz.
Recebi o perfume
das águas bentas.
Espiguei entre
[chuvas e sóis]
choros e alegrias
fantasias de abraços
nos dias e noites
voltados p'ra ilha
assente nas águas
que brindaram
o meu olhar
de
água...
que vive!
2005-10-30
Caminhar
Absorvo uns dias para pensar
Sonho que nada consigo escrever
Há espinhos que demoram a curar
E tanto que nos fazem sofrer
Vinte e oito dias de Março
Encobertos no ano dois mil e cinco
Quero sorrir à flor no meu braço
Nem sei dizer-lhe o que sinto!
A Páscoa é a Festa da Vida
Lembra-nos que Deus voltou a brilhar
Uma prece eu tenho, muito sentida,
Ajuda-me Senhor neste caminhar!
2005-03-28
Claridade
olhar-te...
Há olhos
que trabalham
que vivem
em sobressalto.
Há olhares
que se cruzam
não silenciam o brilho.
Há...
cores em delírio.
Há
espelhos com alma
de tão bonitos!
2005-07-07
De cá para lá
Nesta ilha onde pernoito,
Algures num vasto oceano,
Trago a certeza no pensar,
Que és um ser sempre afoito,
Sinto que aqui não há engano...
Nestas linhas de ternura,
Envio-te o Sol, plena luz,
Quando chegar ao teu lar,
Lembra-te que é aragem pura,
O que esta mensagem conduz...
Espreito o dia que virás,
Nas asas de tão grande ave,
Uma viagem entre nuvens,
Sei que no Monte pousarás,
Ninguém colocará entrave...
Numas quintilhas emotivas,
Brinquei com algumas letrinhas,
Desenhei ao som deste sentir,
Rabisquei com cores bem vivas:
- Abraço nestas poucas linhas!
[O abraço da Ilha]
- para ti que ainda me lês -
2005-05-23
De onde sou
Sou da Vassoura
a Canada que riu
e o mar estava todo a fio...
Foi ali que te conheci,
Doce Mar:
Eu sempre te admirei!
Falei contigo sobre a Canada
que se ligava à pequena serra:
Serreta
Quantas vassouras Deus te deu?
Tantas e hoje poucas...
E o nome dado ao caminho
Que ouviu o meu chegar:
Esse o meu ninho!
2005-07-02
Desenho folhas
Ai, folhas, folhinhas
de cores maduras
amarelas
escuras
de tantas nervuras!
Brinco com elas
deixo-as cair
nem importa se são belas
eu gosto, assim... amarelas!
2005-04-13
Dia da Poesia e...
14 de Março - Dia da Poesia
Escolheram bem a dedicatória ao dia
e eu lembrei-me de ti "Sonhos de Poeta"
porque este dia não é só um dia
são todos juntos num viver
de momentos áureos de sonhos,
dos teus sonhos... tantos sonhos!
Se dizem que hoje é dia da Poesia
então hoje és o meu Ídolo
porque contigo há Poesia!
Era dia de aniversário da minha Mãe!
Só agora o fiz especial: o Dia e a Mãe...
2005-03-14
Ensaio p'ra São João
Na Baía o São João
alegre vai a cantar
colorido é o balão
para o porto enfeitar.
Venham todos à Terceira
Embalados pelo mar
Um baile feito n'areia
E nas fogueiras saltar.
Vamos, toca a marchar
pelas ruas da cidade
Angra é amiga do mar
ao leme vem a saudade.
Vamos, toca a sorrir
pelas ruas da cidade
Brava Gente a colorir
este jardim d'amizade.
Foguetes riscam os céus
a lua beija a Marina
o reflexo vem de Deus
Encanta a nossa Rainha!
Angra bela cidade
entre festas e arraiais
ternura em qualquer idade
embeleza o nosso cais.
2005-05-26
És Baía de Encanto
Fascínio da profundeza
Viagem prestimosa
passadeira arenosa
de tesouros submersos
descobertas longínquas
repousam em silêncio
na Baía de Angra
património subaquático
em "Cemitério das Ancoras"!
2005-02-25
Folha caída
Minha surdina é não me apetecer filtrar a névoa da alma.
Quero ficar dentro de mim onde tudo se amontoa num tempo
não consigo desenhar um caminho para outro deserto.
Adormeci-me, acordada, como folha caída e inanimada...
a noite toma conta de mim por um dia...
Vem e alegra-me algum som,
não me deixes vazia
faz da minha noite... dia!
2005-03-11
Fugitiva
Meu nome nem vem ao caso, sou apenas uma mulher fugitiva.
Vim à cidade para fugir do meu viver trapalhão.
Fugi das terras altas, das florestas, das batalhas, das guerras... e faz hoje precisamente três anos de fuga.
Dou-me bem nesta calma citadina e não lamento a minha fuga. Apenas lamento não estar despreza das correntes que amarram as minhas mãos.
O meu pensamento está livre e tenho que abrir os elos destas malditas correntes...
Onde estará a chave mestra?
A chave ainda está fora do meu alcance e preciso assinar a libertação que ainda está por escrever...
Será que já não a saberei ler?
Custa-me a crer...
O tempo corre devagar, devagarinho, parado...
Está ficando tarde, muito tarde... tenho pressa de me libertar...
Quando, enfim, irei parar de fugir? Não tenho mais medo de ter medo de parar de fugir...
Quem para esta fugitiva sem sentido?
Só eu posso parar esta corrida, só eu posso limitar a minha meta...
Estas correntes apertam demais as minhas mãos.
Tenho de cortar a fita que une os dois lados, sem sequer ousar olhar para trás.
Tenho que começar nova corrida com alegria e vida.
Preciso encontrar a chave... Tenho que a encontrar.
Será que ela está dentro de mim!?
2005-02-10
Há outra de mim
Há outra de mim
sempre
eu não sou eu
há outra que me engana, que me magoa
há outra que ..., foge, embirra
há outra que ..., ... , ama
mas eu ...
eu sou tragicamente nula
vazia
malditamente ...
sem sinais de vida
perdida
sem dó nem piedade
apenas hoje serei verdade
e a verdade matar-me-á
enforcada em mim
na negritude
apenas a luz das crianças
eu amo os meus filhos
eles nasceram de mim
tiveram dentro de mim 9 + 9 + 9
eles estão à frente seja de quem for
vinte e sete meses de esperança
Deus é grande
eu queria pedir perdão a muita gente
eu queria mudar minha vida
eu queria ser outra mas não sei ser outra
eu sou apenas eu
.
e
.
m
a
i
s
.
n
a
d
a
.
.
.
2005-03-16
Horas efervescentes
Das tuas mãos nascem
as palavras
efervescentes
com sementes d'encanto
As mãos que amam
e se juntam
noutras mãos
e vivem!
Lábios
Que beleza tem o Beijo!
A saudade
estreita-me os lábios
por um beijo
que envolve os sentidos
e fica gravado no coração
com doçura.
As saudades de um beijo!
[lábios donde fugiram os beijos]
2005-10-14
Leituras
O sono foge-me devagar. Nem sei bem porquê... (ou até sei!).
Navego em pensamentos intranquilos por não conseguir apagá-los...
Perco-me nas vestimentas asseadas de leituras variadas,
obras de mil talentos que enriquecem as pausas do meu adormecer...
É verdade! Rendo-me, com encontro marcado, a esta nova paixão,
teimo em conhecer mentes fabulosas que, em horas atentas,
delinearam lírios de um sentir profundo.
Quase não dou tempo ao tempo de dormir!
Caio nesses talentos que não me ferem o cérebro,
mas dão-lhe sorrisos... ou choros...
Apetece-me devorar as páginas dos sonhos de olhos bem abertos...
Já não me sinto só: eu leio e releio o muito que aprendo!
No entanto, sei que sou mulher sem talentos em espaços do meu tempo...
Preciso é adormecer feliz!
2005-02-26
Lenço
Antes que eu parta
para aquele alicerce fundo
deixo-te uma flor
da minha alegria...
Se vires um lenço branco
voando por entre as nuvens,
sou eu ao teu encontro!
É que eu vim de tão longe
na mira de um beijo
vestido de luar...
2005-08-08
Magia
Pedi uma flor
deram-me um sorriso.
Pedi um amor
deram-me o paraíso...
No paraíso fiquei
sem idade para voltar
do sonho acordei
com vontade de cantar.
Pedi de novo o sono
deram-me a noite.
Pedi o dia
e ele veio como por magia...
e a felicidade desse dia, é a fonte da minha alegria
por um dia!
2005-05-21
Menino de rua
Menino perdido
no Sol e na Lua
Menino querido
que sina é a tua?
Vestes o luar
ris com as estrelas
só não podes voar
para junto delas.
Menino de rua
tens uma missão
procuras ternura
p’ró teu coração.
Eu quero louvar
o Deus que te guia
Ele vai-te amar
e dar luz ao teu dia!
2005-06-22
Moinho dos Sonhos
Agora
as pás
já não cantam ao toque do vento veloz
a pedra
já não mói o grão da fartura
o taleigo
já não pesa no quadril,
a maquia
já não faz falta ao moleiro
que partiu, talvez a sorrir...
a lembrança
paira na alvura feita fatia
(o sustento de tantos sonhos
no rescaldo do forno da saudade
que aquecia os corações risonhos
reunidos à luz da griseta).
Tu...
não estás,
mas o teu perfume permanece à porta do moinho...
dos sonhos!
2005-05-21
Nas mãos de um amor
Fogo,
que te manténs no ser
banha-me de ternura e amor
faz-me vibrar como rosa desfolhada nas mãos de um amor,
ferve, ser estridente lança teus ais zelosos,
geme,
não és indiferente aos sons de um cantar,
brilha,
beija,
encanta,
fervilha,
no ser a teu lado neste encanto
num som,
mais som,
alto, alto, lindo, lindo...
grande tom entra profundo em mim,
lembra-te que não é o fim
apenas o começo de um movimento
que revela o desalento de tão belo momento...
2004-11-18
Nesta ilha
Nesta ilha
... que piso todos os dias e coloco a minha imagem
o sol dá-me forças e o mar tempera-me as ideias
não me sinto nem boa nem má sinto-me fraca
num voo que não tem fim que passa para além céu
... que me arrebita o despertar para novas realidades
e não me deixa esconder o riso ou o cântico das lágrimas
não me sinto nem boa nem má sinto-me vulcânica
de pedra e lava - que hoje não vi - mas está em mim
... que foi a que me registou no seu seio e me beijou devagar
deu-me tanto e plantou o nada mas sobrevivo aqui ancorada
não quero rir com vontade de chorar
não quero chorar por fingir que estava a rir
Nesta ilha
que sou eu e não sei de mim.
2005-08-28
O beijo!
"One, Two, Three..." (1,2,3...)
O ser
Na sede
Entreaberta
Teu dia
White, Blue & Rose
Oásis de amor
Teu ser
Hoje sorrindo
Recebe
Emoções
E sonha em infinito.
2004-12-22
Obra na tela
Entre plumas e rosas
se fazem os melhores quadros
a natureza é meiga
e faz nascer a beleza
num pincel de artista.
atrás de uma primavera
esconde-se o vento...
que sopra, sopra
e leva a tela.
Nunca se prenda o vento
ele é mais forte que a tela.
2005-11-07
Ontem, hoje, amanhã...
Pensar que hoje,
tal como ontem,
não sei peneirar os meus versos
apeteceu-me, apenas,
debulhar palavras ao vento
e escolher as singelas rajadas
espalhadas no tempo.
Viver hoje
é pensar que,
talvez amanhã
as migalhas de uma vida
não sejam réstias perdidas.
Escreve o meu nome
numa árvore
e...
lavra-me à tardinha!
2005-06-07
O que é amar?!
Amar
está na vontade...
na vontade de viver!
Amar
é bem querer
mesmo que isso faça sofrer!
Pode-se até calar a dor
mas nunca o amor
eu canto o amor à poesia
que leio de noite e de dia.
2005-08-21
O que eu sou!
Se eu fosse uma estrela
Vivesse abaixo das águas
De certeza que as mágoas
Fugiriam logo dela.
Se eu fosse um passarinho
De mil penas coloridas
Dar-te-ia boas guaridas
Bordadas em amor e carinho.
Se eu fosse jovem mulher
Com alegria no coração
Abraçaria com emoção
Quem me quisesse acolher.
Mas não sou aquela estrela
Nem tão pouco passarinho
Até caiu o meu ninho
Sou mulher e sou singela.
Apetece-me flor branca
Amarela ou rosada
Gostava de ser bem-amada
Esta palavra tão franca.
Há sonhos que não amanhecem
Escondem-se no teu mar,
Não há forma de os chamar
Tão longe se desvanecem.
Pedi à estrela que flameja
Que levasse o tal recado
Com um sorriso embrulhado
Pode ser que assim te veja...
2005-07-08
Passadas leves
Não deixam traços
os teus passos na calçada,
porque não estás mais aqui.
Não deixam fios
os teus cabelos cinzelados,
que não vejo ao meu lado.
Só ouço o eco
das tuas passadas leves,
que passeiam no meu coração.
Tuas passadas,
passadas leves...
guardadas em linda estação!
2005-04-27
Pela amizade
Não há bem mais precioso
Que o tesouro d'amizade
O coração honrado e doce
No gosto p'la sinceridade.
Nas lágrimas ou nos sorrisos
Amizade é ombro qu'aguenta
Dá conselhos e bons avisos
Quando algo nos apoquenta.
A vida é tão passageira
Por entre ruas e travessas
A amizade verdadeira
Não deixa nada às avessas.
A ribeira corre p’ró mar
Em desafios constantes
A amizade quebra a tristeza
Quando estamos tão distantes.
Um abraço é ternura
P'ro coração saudoso
A amizade é a doçura
Um presente carinhoso!
2005-04-21
Pessoas Salvam Pessoas (PSP)
Os Polícias Açorianos,
Homens fardados, olhar atento,
Esteja sol, chuva ou vento,
Nunca perdem aquele alento,
E salvam os seres humanos.
Um Polícia é um amigo,
Que devemos agradecer,
Naquelas horas de perigo,
Está pronto a socorrer.
PSP Polícia de Segurança Pública
Um grande e superior tema,
PSP "Pessoas Salvam Pessoas"
"Firmes na Razão" é o seu lema.
Uma causa justa tem de abraçar,
Em qualquer estado de espírito,
Nunca podem recuar a salvar,
Eis a razão deste meu escrito:
Uma homenagem para eles
Todos merecem incentivos,
As insígnias nas mãos deles,
Carregam alertas aos vivos.
2004-10-27
Porquê?
Porque me fizeste terra com montanhas?
Porque me fizeste casa com formatos?
Porque me fizeste rua com valetas?
Porque me deste luz para eu ver asfaltos?
Porque me deste abalos para eu tremer?
Porque me deste degraus para eu tropeçar?
Porque esta pedra com v.i.d.a.? Porquê?
Porque quero ser Gente!
Ser Gente é bem diferente...
A frase que eu amei, vinda da expressão sorridente do meu filho:
A melhor poesia é a Mãe!
- É bom ser Gente com alma.
2005-05-08
Primaveril
Meados de Abril... primaveril,
entro e saio, entro e saio
estamos quase em Maio.
...
O chilrear dos passarinhos... querem-se amiguinhos.
...
Há quanto tempo não vou eu ao campo?
Sinto saudades de vestir o jardim
mesmo que eu não gostasse das vestes daninhas
e de tingir as mãos que reviravam a terra
eu gostava do cheiro do tom jardinado
sabia-me bem olhar o traje perfumado.
...
Aos poucos, vou esquecendo o festim da minha infância
aquele que, agora, sabia bem mondar...
crisântemos, cravos, rosas, flores multicores
vejo-as todas...
se os olhos fechar.
...
É tão bom recordar!
2005-04-18
Primeiro Bodo
(Ilha Terceira - Açores)
Primeiro Bodo, Dia de Pentecostes,
Pousa em nós o "Sopro do Espírito"
Estimado leitor espero que gostes
Daquilo que aqui eu deixo escrito.
O Terço com devoção então rezaram,
Um ano passou na casa com bandeira,
Na Coroação em alas Te levaram
Para a Igreja da Mãe Padroeira.
No terreiro, frente ao Império,
Músicos tocaram, enfileirados,
Comemoram alegres o Mistério,
Em tons conhecidos e bem ensaiados.
Arrematação de gostoso alfenim
Mais as rosquilhas de massa sovada,
Esta Festa, do princípio ao fim,
Esteve, como sempre, tão animada.
Uns jarros de um rico vinho de cheiro,
Uns petiscos, nas mesas, temperados
De sentimento risonho, verdadeiro,
Mostra-se nos rostos entusiasmados!
Pela Serreta eu passei,
Com gosto estive no Bodo,
No arraial eu fiquei
Na alegria o tempo todo!
2005-05-16
Quando há... Libertação
Talha-me em pedra macia
com um rasgo de esperança
Faz ruir todos os muros
deixa-me sair do negrume
que me cega
de ver o clarão por mim
Quero ser a amante
sem fim
Quero ser... sem morrer
o que de belo vive
em mim
2005-11-21
Que amor!
Tão frágil sou
neste meu sangue
que de azul
só em veste minha.
E fez-se em mim
amor p'la rima
musa encandeia
mais à noitinha.
E se o sorriso
aponta o dia
nasce a esperança
... e eu canto: Há vida!
2005-11-21
Que beleza!
rosas
amarela
encarnada
simbologia duplicada
felicidades
emparelhadas
de pétalas viajadas
abraçadas
25/11/2004
2004-11-27
Remodelado
Rebento o coração no desejo
de teus olhos nus,
Ferve-me o corpo
na sede de teus lábios.
Auréolas de veludo num louco frenesim
Soltam rosas do meu vulcão
Em que acolho
um gemido louco.
Nas lavas que me derretem a alma
Onde desfaleço a pureza do intenso sentir.
2004-10-07
(Re) sonho
Volto na miragem
sorriu ao clarão do dia
sinto o cheiro da maresia
vagarosa
Volto na viagem brutal
do sono estrelado
sinto o ar sossegado
formosa
Nunca devia ter adormecido...
Volto e (re)sonho que ainda é tempo de re-sonhar,
laboriosa...
2005-04-15
Servir os outros
À D. Fátima Laranjo:
No teu olhar
vê-se a esperança
o sorriso de criança
No teu olhar
e nas tuas mãos
apelo às renovações
O Divino Espírito Santo
Olha para ti
e Sorri!
Fátima Laranjo, 76 anos, professora reformada de Angra do Heroísmo, ilha Terceira, no programa de Joel Neto «História da Minha Vida» # 6. O título do artigo é "FÁTIMA LARANJO: o mundo inteiro nos braços de uma idosa"
Sanjoaninas 2005 - Convite Terceirense
I
Uma mão cheia de atividades
Nas Sanjoaninas deste ano
Diversão p'ra todas as idades
Regidas sempre por digno plano.
II
Alto das Covas centro regional
Praça Velha música do Mundo
Porto das Pipas cenário ideal
P'ra juventude delírio jucundo.
III
Rua de São João austera
O Centro das atenções
Decoração de uma nova era
Fogueiras atiçam emoções.
IV
P’rós mais novinhos há atrativos
Dispostos na Rua da Esperança
"Funny Park" terá bons motivos
Um chamariz para toda a criança.
V
Artesanato não foi esquecido
Largo Prior do Crato é ideal
E para um povo bem vestido
Marina à noite tão jovial.
VI
Areal da Prainha não escapa
É palco do primeiro Festival
Na areia, toca o som em alta
Local, nacional e internacional.
VII
O dia mais popular marcha
O São João por excelência
Penso que toda a gente acha
Noite das Sopas sã vivência.
VIII
Uma dezena de dias festivos
Angra boa alegria preside
Quiosques, tascas, palcos efetivos
E até o desporto vos convide.
IX
Às Touradas a dedicatória
Na Praça, Porto, brava tradição
A Tertúlia Terceirense será memória
Forcados são únicos neste São João.
X
O mar beija a Baía d'Encanto
Em finita noite a luz vai brotar
Alegria na areia, quente manto
O brilho de lágrimas irá saltar!
XI
A Terceira em Junho é encanto,
E mesmo que não possam cá vir
Juntem-se, aqui, neste Canto
Deixem Quadra Joanina provir!
XII
São João vai p’ró bailarico
Com lindo garrafão na mão
Não importa ser pobre ou rico
No teu rosto há diversão!
2005-06-11
Sei que um dia
I
Sei que um dia partirei
E vos deixarei então
Os versos que eu tentei
Oxalá tenham razão!
II
Tanta pena que há em mim
Tanta dor no coração
Porque se sofre assim?
Jesus dá-me a Tua Mão!
III
Eu prostro-me a Teus Pés
E Te peço o meu perdão
Sei bem que Tu não és
Injusto no teu Sermão!
IV
Eu só queria proteger
Meus filhos da confusão
Mas que irá acontecer?
Ajuda-me nesta missão.
V
Sei que um dia partirei
E vos deixarei então
As frases que eu rezei
Vieram do coração!
VI
Ó Jesus olha por mim
E por toda a nação
Eu sei que em cada fim
Conta a Tua decisão!
VII
Sei que um dia partirei
E vos deixarei então
Estes versos ensaiei
Espero boa entoação!
2005-05-08
Sentimento
Poesia...
é o que a gente quiser
é novelo
é mulher
é um querer
toda a vontade
um viver
sem idade
é respirar
traços de liberdade!
2005-04-13
Sinais
Faz de mim o grito do teu amanhecer
Faz de mim a pérola do teu anel
mas
não faças o meu fim
cuida de mim...
2005-06-04
Sonhos e pétalas
Se gosta do meu cantinho
das pétalas do meu voar
digo com muito carinho
que as pode dali levar.
Elas têm o meu perfume
leve, singelo e sentido:
cá dentro tenho um lume
volta e meia destemido.
A pétala que eu mais amo
deixa o perfume em mim
sabem que por ela clamo;
esse amor não tem fim.
Um dia só a verei, talvez,
ou vejo quando escrevo,
traço, de quando em vez,
um sonho posto a relevo.
Sou assim...
Pensamento em rima
Em linhas do acaso
O sorriso é que encima
Uma quadra sem atraso.
Sou terceirense e neste torrão me quedei
Sinto florescer em mim um novo encanto
Cada dia que passa vejo que encontrei
Força e alegria para pousar meu "canto"
2005-04-01
Sufoco...
Dark
Grey
é cinza
é manhã
é pena ser assim.
Dark
Grey
é cinza
é ilha
é pedaço de mim
por fim
é dia de amor
so dark, so grey...
2005-05-25
Tu...
estás nesse chão
desaguada
não foste colhida
foste largada
mas,
ficarás nova
se amada!
2005-07-02
Um dia
Há um mar de lágrimas azuis
que sinto navegar no meu rosto
ondulado de lembranças
de tantos dias
e
um dia deito-me na areia
e choro como perdida no sonho
de tantos sonhos perdidos
2005-08-29
Um grito na noite!
Desço a calçada do pensamento
em tom apressado...
a luz ofusca-me o olhar
e, ao longe...
tão longe, nasce o escurecer
onde encontro o sono das recordações:
é um grito na noite!
Esse grito que tempera de paz o novo dia!
2005-05-07
Um sorriso
Nunca abales de mim
fica comigo nesta noite fria
és a luz que me alumia
és a estrela deste luar
que inspira o meu cantar.
Nunca abales de mim
Sorriso
2005-07-30
Um tempo
É tão bonita a janela
De um tempo inocente
O cortinado acautela
O que nos sopra a mente!
2005-05-05
Ventanias
Estou caída
Não consigo levantar a razão
A ventania tarda em ajudar-me
Voaram de mim as ideias...
Sabereis onde elas pousam?
2005-07-08
Outras inspirações
Dedicatória à Chica
Se procuras uma vivalma amiga
Nos poemas que d´estrelas vais tecendo,
Dou-te versos, rosas qu´estou devendo,
Inda perplexa nem sei o que te diga.
Das tuas mãos... Beleza sem fadiga!
Encanta-se o olhar no que vou lendo,
Canto um afinidade em crescendo,
Abraço a solidão e nasce a cantiga.
As emoções transbordam dos teus retalhos,
Todo o carinho que repartes p´los filhos
E netos são as flores dos teus trabalhos.
Na densa noite e fina madrugada
Brota da tua alma, sem empecilhos,
O mais que tudo... Na fé e poesia amada!
A t-shirt dos Açores
E deste jardim de encantos floridos,
Vestido de branco e donzelas cores,
Próprias da Região dos Açores,
Nascem versos com laços coloridos.
Estampam-se sonhos, fios unidos,
Amostras das Ilhas de tantos amores,
Dão-se a conhecer bonitos labores,
E vê-los por aí são gostos sentidos.
Açores! Nove sonhos a amanhecer,
Nove estrelas que devem conhecer,
Inscritas neste terceto humilde.
Um sorriso meu num verso veloz
A "t-shirt" que leva um pouco de nós:
Um mimo dedicado a ti: Matilde!
Postal das Ilhas
Nós gostamos de alfenim,
E há touradas seguidas;
Cada ilha, cá p'ra mim,
Tem artes bem definidas:
Santa Maria, Ilha Mãe,
São Miguel é a maior,
Na Terceira cantam bem,
Há alegria em redor.
Graciosa bela menina,
O longo São Jorge avista;
O Pico tão bem assina
Qualquer postal d'um artista.
Faial sorri para o mar;
As rosas crescem nas Flores,
Corvo é sonho ao luar:
Beleza é cá nos Açores.
A tua ilha
Santa Maria, nome da Virgem,
Maria, nome próprio de Mulher
E cada ser tem a sua origem:
O lugar que não deve esquecer.
Santa Maria, a primeira ilha,
É louvada em tão bom poema,
Tu com o teu coração de filha,
Tão bem o divulgas em rico tema.
Cada ilha envolta no seu manto
Em tom de arco-íris bordado
Até com desígnio de santo.
Ilhas formosas, sonhos d'encanto
Com o salgado mar de braço dado
É neste tom que aqui te canto:
Angra, Prainha e Marina
Angra
é nossa Rainha
é doce menina
deitada ao sol
Angra
tinge-se de cores
veste-se de amores
voltada p’ró mar
Angra
Prainha e Marina
esperam por ti
para te abraçar.
Mar... Meu mar!
Vagueei pelo silêncio da Terra
Abracei o apelo do mar
[Canto dos Peixes]
Prefiro o cheiro do Mar
Que a Terra vem beijar
E no alto do velho Monte
Sonhei com outro canto
Muito além do horizonte.
Apenas e só o Mar me dizia:
- Estou aqui! Estou aqui!
Visto de dentro
O Mar é perfeito
Na calmaria de Domingo.
Flores
Se eu fosse flor
teria o mesmo nome?!
Deram-me nome de flor
talvez com a maldição
de amar e ser amada
mesmo que sem nada
e com tudo: um trio de pétalas
que de mim floriram...
Tudo é belo
quando se ama a vida!
Aleluia!
Da ponta da varanda que estimo,
sinto a natureza...
A natureza rejubila
com o cantar feliz dos pássaros
nas árvores acordadas
no Domingo que é de Páscoa.
O silêncio é rico de chilreios
cacarejos e zumbidos.
Vez por outra olho o mar
que tateio num corridinho de azul
pintalgado de branco
Nesta quietude pasma-se nas cores.
Apercebo-me que a beleza Serretense canta:
Aleluia! Aleluia!
Bastam-me estas melodias para acreditar que
Há Ressurreição!
Até a natureza sorri... E
Contagia-me.
Papa João Paulo II
Quero fazer um soneto
Ao Pai mais terno do Mundo,
Foi João Paulo II,
Um Homem cheio de afeto.
Que foi deveras correto
Espalhou um Amor profundo;
Visitou os países do Mundo.
Nos Açores, vi em direto.
Faz um ano que partiu,
Deus O recebeu à sua beira
E eu o Louvo na Terceira.
Que hoje seja proclamado,
Para sempre bem lembrado:
João Paulo já a Deus viu!
À Vila da Povoação
Uma força renhida entre terra e ar
Marcada pelo mote d’outra descolagem,
P’ra mais uma prestimosa afã viagem,
Que sobrevoa a eternidade do mar.
Nada me impediu de dentro versejar
Ninguém ao meu lado captou esta mensagem
Lá fora uma tela d’ azuis na miragem
Na imensidão onde comecei o bom sonhar.
O pássaro gigante deixou-me nesta ilha
Segui o trilho onde os olhares se levantam
P’ro encontro d´águas que a terra fervilha!
Sonho e vontade de ver a Povoação
Das sete Lombas onde mil águas cantam
Fazendo que a rima salte do coração.
Alfenim em Louvor ao Divino
Alfenim, bom alfenim,
Tua doçura, nossa promessa,
Alfenim, santo alfenim,
Linda alvura em cada peça!
Pelo Bodo estás na frente,
Com doçura e divindade,
O sentir está na gente:
Pentecostes e Trindade!
Quando a dor nos atinge,
A fé ajuda a suportar,
No alfenim ela se tinge,
E a depomos no altar.
Branca, alva e muito dura,
Nossa oferta ao Divino,
No coração vai a ternura,
Canta ao toque do sino!
Alfenim, bom alfenim,
Tua doçura, nossa promessa,
Alfenim, santo alfenim,
Linda alvura em cada peça!
A minha cor
A minha cor nem eu sei,
Anda perdida nas nuvens,
Nunca mais a encontrei…
Só sobram algumas fuligens.
O azul que gosto tanto
Desvaneceu-se do olhar;
Que belo seria um manto
Tal e qual a cor do mar.
Mas o mar tem variações
Acolhe quem o admira,
Nas suas ondulações
Alegra-se com quem o mira.
Por isso, gosto do mar,
Estou tentada a imitá-lo…
Numa noite de luar
É com ele que eu falo.
Ilhas de Paixão
Comentar belas imagens
É a saudade a refletir
Até parecem miragens
Que acabam por nos seduzir.
Queria eu voltar lá
Pico e São Jorge: Sóis belas!
Quem sabe um dia vá,
A Santo Amaro e às Velas.
As ilhas do cordão central
Juntinhas como num sonho
Não deixam ninguém tristonho.
Perante tanta beleza
Louvada seja a natureza
Feita espaço teatral.
Flor de Juventude
É assim o teu retrato,
Do sorriso já passado
Com beleza, é um facto,
Que revejo emoldurado.
Não que ele seja distante
Nem tão pouco olvidado
E nesse tom cativante
Sempre, por mim, recordado.
A mente é como uma flor
Enquanto cresce viçosa
- Prefiro sempre uma rosa -
E nesse olhar encantador
Transparece uma virtude:
Eras flor de juventude!
Alegre a cantar
Oh! Senhora dos Milagres
Juntos em franca oração
Pedindo que nos consagres
Perto do Teu coração!
Senhora nós aqui vimos
Cobertos de muita fé
Desde outrora descobrimos
A força do nosso pé!
Peregrinos a caminho
Do Altar que nos inspira
Para Ti, nosso carinho
E ao Filho que Te admira!
Santuário de Mãe
Onde brilha imagem pura
No Teu olhar sei que tem
Uma prenda de Ternura!
Salvé! Salvé! Mãe querida,
Mãe dos Homens e do Amor;
Salva, salva nossa vida
Do pecado e da dor!
Ilha Terceira. Por ti vou cantando...
Da Serreta p'ró Raminho
E Altares, que de Angra é,
Biscoitos doutro concelho
(Onde há bom vinho verdelho)
Até à Fonte do Bastardo.
São Sebastião guardo
P'ra Angra, com muita fé,
E depois sigo caminho,
Rumando às Doze Ribeiras:
A vizinha, sem fronteiras.
Dois concelhos a ilha tem:
A Praia da Vitória,
E Angra do Heroísmo,
Repletos de cor e civismo;
Hortênsias sempre à beira,
Decoram a ilha inteira.
E nos anais da história,
Esta riqueza convém
Guardar na nossa lembrança
Neste tempo de bonança.
Dedicatória a Bernardo Trancoso e outros sonetistas
Parabéns Angelis! Já viram a boa notícia? Em 27-12-05 - Pé de vento é Destaque no SAPO. Saiba mais seguindo o link no seu logótipo . Eu acompanho este blog desde há muito e fiquei feliz com o merecido Destaque.