Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana).
Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1
Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos
Motivo para escrever: Rimas são o meu solar Com a bela estrela guia, Minha onda a navegar E parar eu não queria O dia que as deixar (Ninguém foge a esse dia) Farão pois o meu lugar Minha paz, minha alegria. Rosa Silva ("Azoriana") ********** Com os melhores agradecimentos pelas: 1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3" 2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze" 3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor" 4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado **********
O Jornal "A União" que se publica na cidade de Angra do Heroísmo dá hoje, na sua primeira página, destaque ao E.B.I.T.. O Jornal, para além de falar da realização do encontro e de quem o organiza e seus objectivos, publica a relação na integra de todos os blogs participantes, bem como o cartaz do mesmo.
A aderência da comunicação social à divulgação deste evento, só poderá significar que os media estão atentos a este fenómeno, dos blogs, que já corre o mundo inteiro! Já agora, em nome da organização, convido todos os jornalistas a estarem presentes no próximo dia 11 de Março, no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo.
Este texto é da autoria de Luís Nunes e está patente no seu blog «Ideias e Ideiais». Ele também é organizador deste evento. Pela minha parte, agradeço muito ao Jornal "A UNIÃO" pela publicação desta notícia relativa ao I Encontro Bloguista da Ilha Terceira.
Lembro-me de ser pequena, nova, risonha e alegre e sê-lo muito mais na altura do Carnaval. Lembro-me dos enredos que se faziam à volta do tacho das filhós. Era bonito ver e saborear aquelas bolinhas acabadinhas de sair da banha escaldante que a concha (aquele grande talher) fazia pulular por cima de um pedaço de massa lêveda.
Antes, a minha mãe tinha uma canseira feliz. Num alguidar, colocava os ingredientes necessários e a paciência de os amassar bem para depois se fazer o repouso, agasalhado com algumas mantas e cobertores, para que aquela bola gigante de massa levedasse a ponto de se estender na mesa talhada em pequenas bolas que tornavam a ganhar volume em cima da mesa.
Olhando para aquele estendal enorme, já se adivinhava o prazer que dali advinha. Eu, nessa altura, sem dizer a ninguém; punha-me a contá-las todas. Ai tantas, tantas! Que lindo! Mas, o melhor estava para vir. O calor da banha no tacho e, eventualmente, a canseira do corre-corre a entregar as bolas todas esticadas para que dentro do tacho, na banha bem quente, elas tufassem e ficassem coradas de alegria. As filhós "estendidas" então ganhavam a forma asseada e saborosa. Hummm, que delícia para o olhar e para o paladar! Por muitos anos que passe, eu nunca vou esquecer o sabor das filhós da minha avó, mãe e agora irmã. É que só a minha irmã possuía e possui o jeito especial de amassar pão, massa sovada e as ricas filhós de Carnaval. A minha participação, enquanto residi na freguesia da Serreta, era no corre-corre a levar filhós crua ao tacho, o pegar na concha e, rapidamente, cobrir aquela bola que obedecia prontamente e empolava até ficar no tamanho padrão.
Que saudades! Era vê-las dispostas no tabuleiro, com uma cor maravilhosa e, quando se dava a primeira dentada, sentia-se o sabor carnavalesco, Terceirense... Que ninguém ouse sequer dizer mal desta cultura tão linda e tão apaixonante. Lembro de ontem (e hoje) o gosto que tinha aquando do estrondo do foguete anunciador da nova Dança que chegava ao palco da Sociedade Filarmónica Recreio Serretense, e das corridas pela estrada tal qual uma atleta em direcção à meta, para chegar a tempo de ouvir a primeira parte, onde músicos tocavam a moda já bem ensaiada e decorada. Os aplausos ecoavam de par em par e não havia mão que se contivesse neste dia e de par davam o merecido louvor a cada uma das danças que presenteavam aquele público, que ficava horas e horas sentado à espera de outra, e outra e mais outra até que o galo anunciasse a madrugada.
Era sempre assim o meu Carnaval. Hoje já não corro pela estrada abaixo... mas nestes dias a concentração fica dispersa pelas lembranças do meu passado tão lindo, nesta altura... É que no Carnaval tudo o que se faz ninguém leva a mal e eu aproveito para exceder-me um pouco porque gosto de folia, risada e algum devaneio carnavalesco, excepto levar com água em cima, porque isso pode provocar gripe.
Por fim, viva o Carnaval, vivam as tradições terceirenses e vivam as filhós à moda da minha mãe - Filhós estendida (estas são diferentes de todas as outras, estas são tipo a nossa tradicional «massa sovada» às bolinhas). E que deliciosas bolinhas! Hummm!! Mas tudo se acaba. Este ano sinto que não vou avistar daquelas filhós especiais e exclusivas da Serreta; haverão outras. Exemplo de outras bolas: sonhos, coscorões, malassadas/melaçadas, donetes, filhós de forno (várias receitas), etc. Ponto final porque isto está a fazer-me crescer água na boca. border=0>
Duas páginas com cento e sete participantes nesta nova Ciranda. A minha participação (nr. 066), na Página 2, inclui um simples soneto intitulado Crepúsculo. Desta vez, Tere Penhabe faz uma homenagem ao poeta chileno Pablo Neruda. Por favor leia as participações na «Vida Dupla».