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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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"Lagoas da minha Terra", de Coelho de Sousa

03.05.06 | Rosa Silva ("Azoriana")

A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo fez 50 anos (1956-2006). Hoje, resolvi fazer-lhe uma visita por esse e outro motivo (ainda é cedo para o revelar). Na entrada, deparei-me com uma exposição que é digna de se ver. Adorei!
Chamou-me a atenção um poema de Coelho de Sousa que se encontra num dos expositores e que foi publicado no jornal "A União", página 11, no dia 27 de Julho de 1957. Uma relíquia com 50 anos.
Gostei tanto dele que ouso publicá-lo. No caso de não ser permitida a publicação peço que me avisem e retirarei.

Lagoas da minha Terra

Lagoas são o rosário
Das gotas que a chuva reza:
Os Pai-Nossos são Luar;
Salvé Rainha, a beleza!

E as estrelas fazem côro
Numa oração reflectida.
Eu conto à beira da água
Mistérios da minha vida.

As lagoas são do pranto
Que a Terceira já chorou.
Não são muitas nem são grandes
Só porque o Sol as queimou!

Na Lagoa do Gingal
Sente-se o mar a gemer,
Diz a lenda. Mas quem sabe
Se é o coração a bater...

Dentro do peito da Ilha
Num susto de noite dia
Trazendo preso o arfar
Num vulcão de agonia?

Lagoinhas entre o mato,
E a Negra bem recortada!...
Silêncio! Ninguém acorde
A Alma da água deitada!

Vamos calados à beira
Destes sonhos feitos de água.
São espelhos. Cada qual
Neles veja a sua mágua!

Lagoas da minha Terra,
Céu e Ilha num abraço,
Estes versos são as pétalas
Das quadras-rosas que faço...

Coelho de Sousa

Relembro a todos que a página de Coelho de Sousa também merece a nossa visita. Deixo-vos o caminho para lá chegarem sobretudo para os que ainda não a conhecem.