Densa solidão
É loucura esta densa solidão
Que me dilacera a raiz do sono
No leito amargo que me abandono
Aos gritos vazios de multidão.
Teço alvas palavras de gratidão
Ao Sol que me guia e faço meu dono
Que aquece a alma solta cujo trono
Permanece só nesta imensidão.
A beleza afaga também o luar
Prende-se à noite em cantos e rimas
Brilham estrelas no corpo que estimas.
Há um sonho de luz a flutuar
Neste ser desfeito em mil pedaços
Suspirando na nudez dos teus abraços.
Rosa Silva ("Azoriana")
Em http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=7909
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