Ser ou não ser...
Eu não esqueço (nem desprezo) as pessoas que se abeiram de mim na vida real, embora por vezes tenha a sensação que elas pensam o contrário e até atino às insinuações.
Também é verdade que não tenho o dom de fazer amizades duradouras. Mas julgo que isso tem a ver com feitios tanto no que toca à vida real como na virtual.
Outra grande verdade é que já estou (ou sinto-me) numa fase que sabe bem "pregar aos peixes". Há quem pregue às gaivotas e a outros seres alados, às flores, e muitos pregam ao mar, onde há peixes... e neste "mar" onde navego também vou pregando.
Um dia, no meio de uma conversa entre duas pessoas em que uma delas era eu, ouvi um comentário mais ou menos assim:
"Daquilo que conheço de ti e aquilo que leio no teu blog não há coincidência. Não pareces tu."
Na altura não argumentei muito. Optei por não adiantar conversa.
Admito que nem sempre somos o que queremos ser, nem sempre escrevemos o que somos mas o que gostávamos de ser. Não considero fingimento o facto de escrever só a partir de uma determinada época da minha vida nem tão pouco o que escrevo é para agradar a todos se bem que prefiro agradar do que ofender, mas nem Deus agradou a todos fará eu...
Não considero que esteja o tempo todo triste nem alegre. Tenho os meus altos e baixos como toda a gente tem. Só não admito que me digam que o que escrevo não é sentido e que não é meu, mesmo que não seja o discurso directo do "eu" completo, transparente e descarado. Escrevo momentos, sonhos, realidades e ilusões, e, sobretudo, é neste blog que encontro uma das minhas felicidades. É um projecto meu que já tomou algumas proporções com a colaboração de muitas amizades.
Este blog é o meu calmante, uma terapia e que ninguém ouse tirar-me esta alegria, porque sem ela serei uma mulher efectivamente mais triste. Através do blog já tive oportunidade de me encantar por amizades virtuais que me fizeram (fazem) distrair das tristezas e até evitar o pior - o suicídio.
Mesmo que não entendam algumas coisas que eu escrevo, mesmo que pensem que é tudo a fingir, mesmo que não captem o que vai nas entrelinhas, é preferível escrever e ter amizades (mesmo que virtuais) do que de vez... partir. (?)
Deixem-me viver fingindo que sou feliz! E sou feliz assim: Azoriana.
Aqui estava feliz junto com amigos bloguistas!
Lembrei-me deste (primeiro) momento feliz.