Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana).
Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1
Há já algum tempo, encontrei um sítio que coloca a concurso poesias e está quase no terminus a recepção de Poemas de Amor. Já lá tenho o meu. Hoje é o último dia para concorrer e como já existe uma colecção jeitosa, sugeri que um índice de poemas seria o ideal para ficarmos a conhecer os títulos e depois, através de um link, teríamos a possibilidade de os ler.
A fase seguinte é a da escolha do poema que será o vencedor. Que vença o melhor e está de parabéns quem tal ideia teve.
Tendo em conta o 19º artigo do Regulamento (Ocorrências não previstas), sugiro que seria interessante haver um selo (logótipo) para colocar nos blogues como prémio de participação. O verdadeiro prémio será muito bom mas ao menos ficava a consolação. Não está no regulamento mas fica a sugestão.
Olhei para o relógio. Era só eu e os ponteiros, em V aberto, das 22:10. Senti a ansiedade da antevéspera... Será que virá a véspera e o dia? Eu gosto muito de aniversários e acho que muita gente já sabe disso. Geralmente ando na miragem dos anos de familiares, amigos e até de blogues... Mas nesta antevéspera sinto vontade de vos receber a todos no meu cantinho nem que seja com um sorriso apenas que se faz com dois pontos e um parênteses curvo à direita, assim :) Não me deixem só com o meu silêncio (que me inspira...). A inspiração é a única coisa boa que tiro do silêncio que acolhe a voz que me traz o prazer do verso. Este "só" não é o da solidão porque graças a Deus não me falta companhia... Este "só" é a falta de um verso teu... Dá-me a alegria de um verso no dia do meu aniversário... Apenas um verso e eu publicarei o verso dos versos. Até lá uma boa noite, lindo dia, melhor tarde, nova noite, volta a madrugada e pelas 13 horas talvez sorrirei para ti, pessoa amiga que me visitas e terei muito gosto de guardar o teu nome, alcunha ou simplesmente um :)
Tomei conhecimento do video "O Mar dos Açores" através de um comentário num artigo de um blogue que nem vou mencionar de quem é. Prefiro que apenas vejam a diferença entre o sotaque da ilha de São Miguel e o da ilha Terceira, para que não hajam confusões. "Cada ilha com seu uso cada roca com seu fuso". E cada um gosta do que é seu, mas eu gosto mais do meu.
O que se ouve todas as noites na novela da "Ilha dos Amores" (São Miguel) é a "Canção do Mar"... Sem comentários e com outro sotaque.
O campo está acolchoado Da beleza que agora nasce O sol quebra o acinzentado E na natureza há paz se O amor se lança e conquista As cores que a ilha avista.
Entre azuis e verdes, a rima Das ilhas, molda o coração. Ser ilhéu é ter mais estima Um olhar de satisfação E cantar à tona do dia: Sou ilhéu com muita alegria!
No regaço do Caldeirão Do Corvo, as ilhas unidas, A magia desta visão Faz parecê-las mais queridas. Neste sonho viajo eu E no verde que Deus lhe deu.
Confinada aos teus Bordões Continuo minha miragem: As Flores, ilha de emoções, A prenda da flor na passagem. É meiga, a quarta pequena Maravilha que deixa pena.
Semana do Mar, teu cartaz Que enfeita o cais da cidade, Tens a marca que não se desfaz Num abraço ganhas amizade. Dançam no mastro alvas velas À noite sorriem as estrelas!
Alta montanha à mercê Da inspiração dos jograis, Tão alta, é Deus que a vê, Por entre plumas, neve sem ais... A ilha da pedra escura Por ela tenho muita ternura.
Esse dragão adormecido Que se estende de lés-a-lés P'lo cavaleiro destemido São Jorge, a ilha a seus pés. De forma estreita tamanha, Ilustra-te a cor castanha.
Ilha branca, tão Graciosa, (Das queijadas conheço o gosto) És uma menina formosa! Santo Cristo tens em Agosto; Ao seu lado linda Baleia, O ilhéu que fica na ideia.
A ilha abraça alegria Nas festas de honra e touradas; Alcatra, vinho - Confraria, O mote p'ra mais desgarradas. Sanjoaninas na cidade Património de humanidade.
Sete Cidades a Lagoa, De Ponta Delgada, São Miguel, Que encanta qualquer pessoa. Vila Franca também sou fiel, Povoação rumo a Nordeste, Ribeira Grande bem me fizeste!
Santa Maria, nossa Mãe, Das ilhas é sempre a primeira; O sol beija a Baía que tem Concha maior na dianteira: São Lourenço assim se chama A esse belo panorama.
Açores do mar! Maravilhas, Pétalas de amores-perfeitos; Lindas imagens destas ilhas Que para todos os efeitos Fazem um colorido jardim, Oásis de versos sem fim.
Nobre terra portuguesa Rica de encanto e doçura Em si tem tanta beleza E p'la sua mesa Há paz e ternura Terceira torrão amado Onde aprendi a brincar Pelas ondas fui beijado Pelo sol dourado Aprendi a amar. Um dia quando voltar Ao berço que me embalou Quero todos abraçar A terra e o mar Quem por mim sonhou Enquanto não acontece Esse encontro feliz Faço aqui a minha prece De quem não esquece Seu lindo país.
Inda trago na memória Uma longa tradição E nos anais da história Um Hino de glória Junto à devoção Pai, Filho, Espírito Santo Um cântico de louvores À bandeira eu levanto E nela me encanto P'los nossos Açores. Um sorriso de alfenim O gosto de uma rosquilha As flores desse jardim Que passam por mim À volta da ilha Fazem lembrar minha infância Juventude e amizades Alegria em abundância E agora a distância Que aumenta as saudades.
Inda trago na memória Uma longa tradição E nos anais da história Um hino de glória Junto à devoção Pai Filho Espírito Santo Num cântico de louvores À bandeira eu levanto E nela me encanto Pelos nossos Açores Um sorriso de alfenim O gosto de uma rosquilha As flores desse jardim Que passam por mim À volta da ilha Fazem lembrar uma infância Juventude e amizades Alegria em abundância E agora a distância Que aumenta as saudades.
VI
Adeus pessoas queridas Que brindo com simpatia Por estas páginas tingidas De cores garridas Que têm este dia Nas estrelinhas do mar À procura de um sorriso Quero aos Açores voltar Poder mergulhar Naquele paraíso E no Pico das Cruzinhas Rever a cidade inteira Frente às cores marinhas Gaivotas rainhas Mesmo ali à beira Apertar em minha mão Aquela mãe verdadeira Abrir o meu coração E dizer então Te amo ó Terceira.
Fim
Nota: Ouvi pela primeira vez as cantigas a 28 de Março de 2007, na voz do mestre da dança.
Ó minha linda Terceira Estás gravada em meu peito Brava gente hospitaleira Alegre e festeira Meu amor-perfeito Para vós amigos meus Um abraço especial Fiquem bem junto dos seus Na graça de Deus Honrando o Carnaval Nossa casa recordamos O sino ainda a tocar No altar que te rezamos Quando emigramos O vimos chorar Os nossos pais e avós Com tristeza acenando Mal se ouvia a sua voz Tão cheia de nós Sempre suspirando.
III
(esta cantiga é do autor Hélio Costa)
A minha voz vai subir Bem alto perto do céu Se Ele me quiser ouvir A Deus vou pedir Pelo povo ilhéu Que um dia emigrou Deixando o seu Portugal E de saudades chorou E não mais voltou À terra natal Vem ver tua ilha amada Berço do teu coração Onde a terra é beijada Pela madrugada Com ar de paixão São nove pedras brilhantes Que no meio do mar estão Nove estrelas cintilantes Que nós emigrantes Temos no coração.
IV
(volto a cantar)
Carnaval é fantasia Que percorre a nossa ilha Numa rima de alegria De noite e de dia Que o povo partilha São cenas contagiantes Que trouxemos na bagagem E mesmo sendo emigrantes Não somos distantes Da sua miragem Esta sala é prova amiga A verdadeira paixão E nesta minha cantiga A dor se desliga Em franca oração Pai-Nosso que estás no Céu E Virgem Mãe a teu lado Fazei de mim o teu réu E que este povo ilhéu Seja abençoado.