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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem

Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(940...pausa... 961)

Motivo para escrever:

Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.

Rosa Silva ("Azoriana")

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Com os melhores agradecimentos pelas:

1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"



2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"



3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"


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Passado e presente

28.08.07 | Rosa Silva ("Azoriana")

Eu sou uma mera cidadã com direito a “cartão de cidadão” (que já possuo) e que trabalhou durante algum tempo no GAR, numa secretária, com toda a dedicação que talha o primeiro emprego. Todo o valor que eu possa ter é na emoção que certas coisas me causam. Quem passa por mim na rua, não se apercebe desse meu lado sentimental. Cá dentro da minha cabeça e coração anda um redemoinho disparado de pensamentos e emoções.

Li numa crónica de Joel Neto, um escritor que na minha opinião é excelente e atraiu-me a sua crónica, que idolatra a “cidade dos heróis”, e em especial um dizer de Jorge Forjaz: «Éramos um exército. Cada um de nós era ao mesmo tempo general, capitão, sargento e soldado. E o nosso campo de batalha era a Ilha Terceira, sobretudo Angra do Heroísmo», isto aquando da reconstrução pós sismo de 1980 que destruiu tudo quanto pôde.

Para não maçar os leitores e/ou fugirem de me ler, apenas vou acrescentar: - Quem me dera ser como eles para saber escrever sobre a “minha” Serreta, que também pertence ao concelho de Angra do Heroísmo.

Fui escrevendo este artigo enquanto lia a crónica de Joel Neto. No fim já chorava às escondidas para não me verem assim. Joel Neto é um escritor excelente e naquela crónica idolatra a “cidade dos heróis” e o trabalho de senhores ilustres deste torrão, que de vez em quando é abalado.

A razão de me emocionar?! – Descobri que o Dr. Francisco Reis Maduro-Dias “casara-se no Porto pelos dias do sismo e, ao regressar a Angra, encontrou destruída a casa que passara dois anos a restaurar com as próprias mãos”. Lembrei-me do meu pai que também reconstruía tudo com as próprias mãos – casas, alfaias agrícolas, etc. e sabia fazer de tudo mesmo após ter ficado sem os dedos da mão esquerda. Do meu pai apenas posso eu escrever porque mais ninguém se atreve. Nas suas mãos um bocado de madeira virava uma obra, sob o meu olhar atento na loja das ferramentas da nossa casa. Adorava passar algumas horas olhando a sua forma de trabalhar com o lápis sempre atrás da orelha, que traçava por “golpe de vista” todas as medidas de todos os trabalhos que lhe pediam ou fazia, sem contar com a recompensa. Por vezes, ouvia-se uma palavra mais alta enquanto o suor escorria pela sua face, mas no fim via-se o brilho do seu olhar azul como o mar que o viu nascer em Santo Amaro do Pico. Este homem nasceu com o sal e na terra se quedou, bem longe do mar, ficando sepultado na freguesia da Serreta.

O que dirá o Dr. Jorge Forjaz da freguesia da Serreta? Será que na sua obra recente, lançada segunda-feira (2007/08/27), na Pousada de São Sebastião, em Angra do Heroísmo, intitulada “Genealogias da Ilha Terceira”, num total de 9 volumes, 900 páginas cada, 400 capítulos, 1500 sub-capítulos e 15 mil notas tiradas por Jorge Forjaz e António Ornelas Mendes, tem alguma família serretense?! Pesquisei na internet e já encontrei as famílias que reconheci mas tenho de confirmar de perto (Cota, Correia, Costa, Rocha, Silva, etc.). Além destas 5 tem mais 438, o que perfaz 443 famílias.

Quem me dera sentar-me a conversar com ele (seria mais um monólogo em que ele teria o dom da palavra), nem que fosse à mesa de um café da cidade…

Sempre que ouço, leio ou sei de novidades a respeito deste historiador com títulos que honram a cidade de Angra do Heroísmo, fico sempre à espera de uma oportunidade para o cumprimentar. Ele usa uns óculos que deixam adivinhar as horas que passa a cuidar da sua cidade e das suas gentes para que nada se perca, nem os nomes das famílias.Honras lhe sejam dadas, aplausos e que ele consiga as melhores homenagens pelo tempo que dedicou à sua cidade.

Se eu pudesse convidava Joel Neto para uma crónica sobre “O mestre Carlos, o picaroto” e Jorge Forjaz para saber os antepassados do meu pai. De onde teria ele herdado o gosto pelo trabalho e aquele saber sem qualquer curso superior ou ensino específico, apenas o olhar e vontade de tudo fazer. Fico sem saber o resultado...

Rosa Silva (“Azoriana”)