Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana).
Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1
Lê-se esta notícia no "Sol". Até agora nunca escrevi uma linha sobre este assunto deveras misterioso. Hoje apetece-me escrever que até que enfim um pensamento que deviam ter em conta. Quanto mais depressa este caso se desenvencilhar melhor para o mundo inteiro. O que aconteceu à menina Maddie? Alguém saberá? Depois de correr tanta tinta confesso que estou confusa de todo. Já se ouvem todo o tipo de suposições e por enquanto, para mim, são só isso mesmo. A verdade quando a saberemos?
Passámos em frente ao relógio da Sé e os ponteiros estavam unidos nas 0 horas de sábado, 8 de Setembro de 2007, tal como a nossa vontade de chegar pelo nosso pé à Serreta.
O dia maior começava. Éramos nós dois e a noite mais o desejo de "Boa Viagem" que ouvimos da boca sorridente de uma senhora na rua da Sé. Devíamos ter a cara de quem vai rumo à Serreta preparados para o que der e vier (um saco com umas garrafas de água, algo para se houver fome e um guarda-chuva) e ala...
Pelo caminho, eu disse muita vez: "Espera aí!". Mais devagar... E a respiração ouvia-se mais ruidosa. É que as forças eram inferiores às do meu companheiro. Enquanto que ele levaria umas 3 horas e meia a chegar ao Santuário da Mãe Milagrosa, eu fiz com que levasse 5 horas e meia (+ 2 horas). Benditas horas! Cumprimos os nossos objectivos.
Chegámos junto da Senhora dos Milagres e apresentámos, cada um por si, os seus agradecimentos e preces.
Durante a caminhada houve momentos a relembrar. É exemplo, a "Vila Maria", em São Mateus. O mar dava-nos uns murmúrios de calma. A quebrar os silêncios da noite, interrompidos pelos passos de alguns caminhantes que regressavam do Santuário após cumprirem a sua promessa, ou alguns carros, porque ir pelas freguesias é outro movimento, falávamos sobre o que nos distraísse o cansaço e ajudasse a chegar lá sem quase darmos pelos quilómetros (20).
De vez em quando um golo de água e toca a andar. Apareceram almas bondosas que nos deram garrafas de água entre a freguesia das Cinco Ribeiras e Santa Bárbara - funcionários da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia da Serreta.
No Negrito, ainda em São Mateus, os meus pés obrigaram-me a calçar novo par de meias de algodão. Ainda bem que pensei nisso: cuidar de proteger ao máximo os pés.
Houve duas alturas de paragem obrigatória: Cinco Ribeiras e Santa Bárbara. Nesta freguesia tomámos um café e as deliciosas "donetes" e um pouco de prosa com quem nos serviu com alegria no adiantado da hora.
Seguimos... Mas teve de haver nova paragem num café das Doze Ribeiras que estava aberto para prontamente servir quem tivesse necessidade de retemperar forças, tal como nós. É que estas esvoaçavam sobretudo as minhas. Tinha que chegar lá. Deu tempo para olhar a Igreja de São Jorge das Doze Ribeiras, alta e imponente, como que a dar-nos coragem para seguir e lembrar que ali estivera a Senhora dos Milagres que contava connosco agora no seu Santuário.
O meu companheiro deu-me a mão e o guarda-chuva, previdente neste caso, serviu de bengala e ajudou muito no resto do percurso...
A tabuleta «SERRETA» foi como um grito de gosto e "Avé-Maria" o canto de alegria que balbuciei enquanto pausei um pouco o ritmo do andamento: - Estamos quase! Falta pouco agora.
Quando passei na casa dos meus pais, ao cabo de baixo da canada da árvore, a lua brilhava por cima dela como que a dar-nos as boas-vindas. Apenas a lua nos via e mais ninguém do meu sangue.
E eis que subíamos os degraus do Santuário com aquela sensação de felicidade plena estampada no suor do rosto.
Subimos ao altar para ver melhor o rosto puro de Maria que não me viu lágrimas mas sim consolação.
Depois tivemos casa para ficar até à sexta-feira à tarde (quase 8 dias), e oportunidade de ver a festa do princípio ao fim.
________________ Este artigo surgiu como que no rescaldo de uma reportagem da autoria de Helena Fagundes, da revista DI (Diário Insular), do dia 16.09.2007, cuja capa me levou a ligar para o meu acompanhante da peregrinação e pedir-lhe: - Traz a revista de Domingo que fala da Serreta. Ele trouxe.
Li e vi com mais clareza tudo o que se escrevia lá e também as imagens de António Araújo com gente que conheço do jornal e não só. Até vi amigas e colegas. Fiquei a saber que: "Cada elemento do grupo veste uma t-shirt com uma letra ou um número na frente. Todas juntas, lê-se: "Serreta 07"." - in página 7, do DI, Domingo 16. Um grupo deste jornal partiu no sábado de manhã e chegou à Serreta no princípio da tarde, pelo caminho ficaram imagens da vida rural, o movimento dos peregrinos e toda a cor que rodeia uma das mais fortes manifestações culturais terceirenses. DI relatou a experiência, na primeira pessoa.
Mas foi aquele terço branco nas mãos de uma senhora (sem rosto, numa das fotografias) que traduz plenamente todo o espírito da peregrinação à Serreta: Avé-Maria!. Está lá sempre à nossa espera, Maria, e recebemos sempre o seu Sorriso. É o valor das pequenas grandes coisas que são feitas por Amor.
Tenho a certeza que tanto nós dois (e a noite) e este grupo (e o dia), como tantos outros e demais peregrinos, (noite e dia), sentiram o esplendor de Maria - Nossa Senhora dos Milagres a tocar-lhes o coração... Isso sim, vale tudo! E sorrimos...
(Imagem na Revista do DI OnLine, de António Araújo)
Decisão da UEFA Scolari suspenso por quatro jogos e obrigado a pagar multa de 12 mil euros (SAPO)
Ontem, 19.SET.07, quando se abria a página 4 do DI, em papel, lia-se:
NA FREGUESIA DA SERRETA Fecho de escola gera contestação
Os 15 alunos da escola da Serreta serão transferidos, a 1 de Outubro, para as Doze Ribeiras. A Unidade Orgânica afirma tratar-se de uma medida pedagógica. _______________________________
Quanto à primeira notícia prefiro não comentar pois ficou caro mas é um castigo.
A segunda notícia, que me chamou a atenção por focar a Serreta, faz-me escrever isto:
Se Nossa Senhora quis mudar-se para a Serreta e deixou-se ficar até ter um Altar numa Igreja, agora Santuário; Se cada vez nascem menos crianças e há cada vez mais idosos e muitas das vezes adoentados; É uma freguesia com uma escola em boas condições e uma estrada nova em folha e limpinha; Se até tem restaurante, snack-bar (s), uma praça para touradas, casas fresquinhas, etc. ...
Portanto, concentremo-nos em das duas uma:
1- Ou as crianças das Doze Ribeiras tinham hipótese de ficar mais à larga na escola da Serreta e até davam emprego a mais gente que precisa e o nevoeiro já não é o que era. A Serreta está a tornar-se um sítio invejável para se viver;
2 - Ou aproveitam a escola para fechar algumas casas da freguesia e mudar para lá os idosos que precisam de apoio e ainda dá para outros de outras freguesias e forma-se, assim, um convívio amistoso sob o olhar atento de pessoal especializado em socorrer os problemas da terceira idade.
É que daqui a amanhã não há crianças e os idosos são a maior percentagem e com necessidade de auxílio diário permanente ou também vão mudá-los para outra freguesia?
Em vez de se chamar Escola da Serreta passava a chamar-se "CAIS - Centro de Apoio a Idosos Serretense", porque ficava na freguesia da Serreta e servia outras também. Mas como ninguém vai ligar a mínima a isto que estou a escrever, nem os da Serreta me vão ler, acho que não terá boa saída pois teriam que fazer obras de remodelação e fazer a escola parecer asilo. A freguesia já tem a "Casa dos Romeiros" que reúne os idosos, penso, mas como caminhamos para mais velhice, quem sabe esta tornar-se-á demasiado pequena para os amparar.
A velhice desacompanhada é muito triste tal como é a infância num constante vaivém de carro e, além disso, para longe do seu seio familiar. Ganha-se numas coisas e perde-se noutras. É sempre assim e todos temos culpas. Afinal, vivemos todos neste planeta em vias de extinção... Credo! Oxalá que não.
Qualquer dia fecham-se freguesias e mudam-se os habitantes para outra freguesia ou ilha. Será?! Nunca se pode dizer nunca...
Se me ajudassem numa casa e num carrito eu até mudava-me para a Serreta contente e satisfeita... Tenho cá para mim que não chego à terceira idade para me inscrever no "CAIS", sigla inventada por mim para - Centro de Apoio a Idosos Serretense. (Atenção: Este centro não existe. É só uma ideia.)
Se quiserem comentar ou dar outras sugestões estejam à vontade.
Encontrei esta imagem num blogue que me foi dado a conhecer hoje - Aconteceu... em imagem, coordenado por Guilhermina Cota.
Podem seguir o link supra para verem as belas imagens que lá estão sobre a Festa da Senhora dos Milagres.
Há imagens que dispensam mais palavras mas há e-mails que nos colocam lágrimas de saudade, vindos da América. Se voltares ao meu blogue saberás que recebi o e-mail e que gostava que me contasses como era antigamente a vinda dos toiros a pé para a praça.
Ainda me lembro das palavras que dediquei ao grupo "Só Fórró" na noite de quarta-feira, 12 de Setembro de 2007, na tasca "O Papagaio", que estava instalada ao cabo de cima da canada do cemitério, na freguesia da Serreta. Foi durante a sua actuação que animou os presentes após a tourada à corda que, mesmo desacompanhada de música, improvisei isto:
Agradeço ao "Só Fórró", Por ter vindo à freguesia; Nesta moda não está só, Faço agora companhia.
A Virgem Nossa Senhora Abençoe seu improviso E p'la sua vida fora Lhe dê tudo que é preciso.
Assim no calendário, Guardo boa recordação: Da Igreja - o centenário Do "Só Fórró" - a melhor canção.
Obrigada!
Os presentes, dentro e fora do recinto, não esperavam esta minha dedicatória mas eu não resisti à vontade de lhes dizer estas simples e sinceras quadras. Esperemos que para o ano lá estejam de novo porque há sempre lugar para improvisar. Desejo-lhes muito sucesso!