Em directo com "Cheiro a Pólvora" de Bagdad
Vi a reportagem na televisão dos 5 anos que se iniciou a guerra e assustei-me. O blog do jornalista Luís Castro tem início com o seu regresso ao Iraque, cinco anos depois. Tomei coragem e comentei assim:
- Diga-me: o que sente um jornalista no meio desse mar de fogo?
Ao ver a reportagem pensava constantemente... Grande coragem tem os que visionam a guerra por dentro...
Nem sei o que dizer-lhe. Estou assustada depois do que revi e sinto um gelo imenso.
Um abraço terceirense
A resposta foi imediata:
não é fácil, mas é possível. Basta que a procura da verdade se torne prioridade. E é por isso que vim.
Já estive preso, aqui no Iraque. Não pelos iraquianos, mas curiosamente pelos americanos, em 2003. Fui expulso para o Kuweit e voltei a entrar onde se juntam as fronteiras do Iraque, do kuweit e da Árábia Saudita. Atravessei então todo o Iraque até Tikrit, sempre fugindo dos americanos. E essa foi a grande experiência que tive nessa altura: sentir a guerra do lado do povo do exército mais fraco. Um dia conto essa história.
Bjs para a terceira. Vivi na Base e trabalhei na Rádio Lajes durante um ano, em 1987/88. Um dia terei que voltar.
LC"
Disse-lhe ainda:
(...) Sim, volte pela Terceira. Aqui, a paz abraça-lo-á de novo. (...)
(...)
Os Açores são deslumbrantes.
Vou dormir que são quase 4 da manhã e amanhã poderá (ou não) ser um dia agitado.
LC
Jamais esquecerei que estive em directo com o jornalista em Bagdad, nos comentários do blog.
Por estas e por outras se percebe a dimensão de um blog.