Sem título no ser
Fotografia - "A Tecedeira de Barcas",76x64cm,
Pastel de Óleo sobre Papel Fabriano montado em tela,
de M. João Brito de Sousa, 2006
(ver aqui)
Sem título no ser
Sou ventre da vil fúria dum vulcão
Sou malga da muralha de ser forte
Sou folha que esvoaça sem ter norte,
De fria cor enfeito o coração.
Cálice derramado pelo chão...
Sou lírio de mãos dadas com a morte
Sou rosa que se queda em pouca sorte
Sou manta de retalhos da ilusão.
Sou hortênsia de pranto e nostalgia
Peça de fogo que arde noite e dia
E choro, choro até encher o mar.
De dentro do meu peito ondas e bruma
Naufragam numa tela uma a uma
Num traço de mil cores a soluçar.
Rosa Silva ("Azoriana")
Nota: Este nasceu em comentário ao artigo de "Poetaporkedeusker" (Maria João). Gostei do que ela me respondeu e adorei vê-lo publicado no Mumbles. Obrigada sempre!
Em http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=12206
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