Aos 6 minutos e 42 segundos: um pouco das nossas "Velhas"
E para animar um bocado, cá estão as "Velhas da Terceira" na voz de João Angelo e José Eliseu, os famosos nesta arte.
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Isto porque lembrei-me desta moda para cantar 2 tercetos e 1 quadra de cada vez, num comentário no blog da D. Clarisse de Góis. Será que por lá cantam ao desafio?
Ora cantemos...
Muito grata estou eu
Por tudo o que vem de seu
Seja prosa ou poesia;
Falha-me a pontuação
Vírgulas são o meu senão...
Vale mais a cortesia.
Eu agora foi à pressa
Que fiz esta rima toda
Porque o Euro já começa
A fazer parte da "boda".
Nesta coisa de rimar
Posso fazê-lo a cantar
P'ra resposta ser perfeita;
Tenho de voltar atrás,
P'ra ver se o ponto faz
A cantiga mais direita.
E se vejo que falhei
Logo me ponho a preceito,
Porqu'inda não encontrei
Maneira de o pôr direito.
Até já me estou a rir,
Acabei mesmo de vir
Da rua, muito encarnada;
Depois do "Mexe contigo"
Que p'ra mim é um castigo
E não dá p'ra perder nada:
Querem que a gente ande
Por causa do colesterol
Mas a distância é grande
E terrível quando há sol.
As banhas antigamente
Era o que dava à gente
O piropo de "formosa";
Agora tudo mudou
Outro termo ecoou:
- Ai que já não és jeitosa.
Tenho de andar bastante
P'ra receber elogios,
Ter um corpo elegante
P'ra cantar em desafios.
A moda das nossas "Velhas"
Enche a casa até às telhas
Com boa disposição;
Se não souber como é
Pesquise aqui ao pé
E não fará confusão:
É uma moda bonita
Que na ilha faz furor,
Há até quem acredita
Que faz rir o cantador...
Estou entusiasmada
Com a cantoria armada
Ao lembrar deste valor;
Já cantei sem dar por isso
Pois o ritmo é castiço
E segue a todo vapor...
Espero que goste da moda
E a leve para Góis,
Podem fazer uma roda
E cantarem dois-a-dois.
Rosa Silva ("Azoriana")
As cantigas de Góis
Mas que grande inspiração
Tem lá no seu coração
Que não pára de cantar...
virgula a mais ou vírgula a menos,
Por isso não é somenos
Nem se vai atrapalhar.
O Euro é de Portugal,
Pois não há outro igual,
Somos levados da breca...
O pior é amanhã,
Mas ganhamos de almã sã
Jogo à República Checa.
Também anda na corrida
Para ter mais cor e vida
Por causa do colesterol?
Eu fico no meu cantinho
A olhar um passarinho
E a pôr as costas ao sol.
Dantes ouvia dizer
Que se devia comer
Para ter mais formosura.
Hoje correm pela rua,
Mesmo à noite à luz da lua
Para abater a gordura.
Aí na Ilha Terceira
Vi que gente mais gaiteira
cantam bem à desgarrada.
Aqui por Góis não é tanto
São mais tristes e, portanto,
Anda-se mais de mão dada...
Eu já vi que a cantoria
Aí tem mais energia
"E segue a todo o vapor"
Não há cá gente poeta
E dizem que sou pateta
E a versos não dão valor.
À beira do nosso Rio,
Era lindo, ao desafio,
Ouvirmos cantar o fado.
Mas não, pois, não há cá cantores
E nem mesmo agricultores,
Só silvas por todo o lado.
Depois p'rá gente "papar"
Tem de vir tudo por mar:
Trigo centeio e cevada.
Porque os velhos, coitadinhos
Só podem colher carinhos,
E já não fazem mais nada.
Por isso o nosso país
Cada vez menos feliz,
Mas tantos a passear...
O petróleo a preço de ouro,
Não se acha nenhum tesouro,
Onde é que isto vai parar?
É dia de Portugal
De Camões tão genial
Que nos deu honra e glória!
Nosso País marinheiro
Foi do mundo um pioneiro
E hoje vive só de História.
Adeus e abraço da
Clarisse