Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

As cantigas da Terceira

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Um poema feito canção de Euclides Cavaco

No Dia da Assunção de Maria, feriado religioso, recebi o poema da semana, "Canto à Amizade, de Euclides Cavaco.

Assim que o ouvi, respondi:

Obrigada. É lindo!
Fico feliz por ter este amigo.

E, então, recebi esta quadra em retorno:

O meu singelo obrigado
P’la sua graciosidade
De hoje ter elogiado
O meu Canto da Amizade !...

Ao que eu respondi:

O seu “Canto da Amizade”
Para mim é um consolo;
Do poeta de verdade
Nascido no nosso solo.

É que hoje também se podia chamar o Dia da Amizade, que é comemorado no primeiro domingo de Agosto, dizem. Por cá, existe o Dia dos Amigos, Dia das Amigas mas isso é na quinta-feira antes do Entrudo, que é o mesmo que dizer: Carnaval. E enquanto não chega, cantemos a Amizade!

Rosa Silva (“Azoriana”)

Desafio: Desgarrada de sonho

Mascote da Desgarrada na Net
Desenho e imagem do
Pipoca (11 anos)

À esquerda ele diz que é o retrato do Eliseu;
À direita o retrato da Azoriana.
Podem rir à vontade porque eu também já o fiz :)
E cá vai mais uma:

Desgarrada do sonho

Os ares da nossa ilha
São musas da desgarrada
E porque dela sou filha
Muito mais fico inspirada.

A desgarrada escrita
Terá boa aceitação;
Se tiver quadra bonita
Com estrofes de feição.

Os dedos vão pro teclado,
A moda está na cabeça;
O verso sai animado
Sem que vintém lhe apareça.

Mesmo deitada na cama
Entre sonhos de improviso,
Acordo se alto me chama
O que me canta o juízo.

E esta noite sonhei
Com desgarrada no céu,
Charrua e Turlu. Gostei!
Cantavam plo povo ilhéu.

Era a Turlu e Charrua
Do livro do meu afecto,
Porque é este que actua
No verso que sai directo.

A luz estava dormente
Para não ver a assembleia,
Só via na minha frente
O retalho desta ideia.

Vi tocadores na terra
Reunidos num salão,
Ali prós lados da serra
Que me prende o coração.

No meio deles estava
Toda vestida de preto
E para o céu rimava
Num verdadeiro coreto.

Ao meu peito uma flor
Como amuleto de sorte
Para rimar com fervor
Um tanto deste meu norte.

Rosa Silva (“Azoriana”)

Desafio: Encanto da Desgarrada

O Pézinho

A cantiga do Pézinho
É feita de porta a porta
E no vídeo do Raminho
Sua linha se recorta.

A Cantoria

É popular na Terceira,
Em palco, serão ou terreiro,
É pausada e certeira
De improviso pioneiro.

A Desgarrada

É uma moda ligeira
Cujo melhor atractivo
É levar p’ra brincadeira
O despique emotivo.

Desgarrada na "Net"

”Azoriana” agora canta,
O improviso renovado,
’Inda hei-de pintar a manta
Nem que seja ao teclado.

Os versos são bons jograis,
Nem se pensa na medida,
Basta seguir os sinais
Que cada peça convida.

E quem se meter comigo
No despique mais fiel
Ficará pra sempre amigo
Deste cantar em papel.

Minha prece vai pro céu
Para a mãe que eu lá tenho
Que dê ao povo ilhéu
Gosto pelo novo engenho.

Eliseu, bravo cantador,
De estatura pequena,
Engenheiro com valor
Merece uma açucena.

Se ele por aqui passar,
E lhe pique o desafio,
’Inda com ele vou estrear
Uma cantiga de brio.

As pernas hão-de tremer
Mas os dedos esses vão
Cantar como deve ser
Desgarrada de eleição.

Mas se tal não acontecer
Eu não vou ficar parada...
Há-de, sempre, até morrer
Encantar-me a Desgarrada!

Mascote da Desgarrada na Net
Desenho e imagem do
Pipoca (11 anos)

Rosa Silva (“Azoriana”)

Minha homenagem ao poeta Armando Sousa

Porque as homenagens adocicam a vida... e é em vida que devem dar-se.

Nesta foto agora vejo Um amigo muito honrado Que mostra o seu ensejo Por um livro abençoado. ”Os Lusíadas” de Camões Reluzem nessa moldura; Já o li noutras estações Mas não fiz bem a leitura. Hoje se o pudesse ler Com o dom dessa paixão Decerto iria perceber Moldura do coração. Coração de um Português Com a riqueza de Dons, Morreu pobre, sem talvez, Conhecer tão lindos tons. Os tons da nobre Poesia Que deixou aos portugueses; E na nobreza do dia Há quem o lê muitas vezes! Em louvor das Cinco Quinas, - As Santas Chagas de Cristo - Nestas quadras pequeninas O Amor por tudo isto. Rosa Silva (“Azoriana”) 2008/08/15

Nota: Recebi do poeta Armando Sousa algumas palavras recheadas de simpatia. Partilho convosco uma parte que agradeço de coração.

Armando Sousa, diz-me: "(...) estás levando para a frente o nosso máximo... poeta que sendo o máximo morreu numa casinha atraz da Sé de Lisboa... apenas com uma companheira Jovanesa que lhe foi fiel vendendo seus versos pelas ruas para lhe matar a fome...".

Agradeço ainda o facto de me dizer que: "Sim claro tudo que é meu podes usar... me orgulhas pela tua espontaneidade poética..."

Este é mais um carinho que guardo de um poeta que bem merece a homenagem que lhe estou oferecendo neste artigo. Ele tem nas mãos e dentro dele o Amor pela Poesia! Bravo, gentil amigo que só vejo na fotografia que encima este artigo feito homenagem.

Abraços. Bem-haja!

Rosa Maria