Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
**********
Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

**********

Eu vou ter com a nossa Mãe...

12.09.08 | Rosa Silva ("Azoriana")

Sexta-feira da Serreta.

 

Um vento leve anuncia que a ilha está a chamar o Outuno. É normal ser assim. Pela Festa da Serreta começam os agasalhos. O que não é normal é o encontro que irei ter com a madrinha e as primas que não vejo há tanto, mas tanto tempo... Já estou emocionada... Já imagino aquele abraço apertado que até parece rebentar connosco... E vou ter com a nossa Mãe... Quem é que não gosta de se encontrar com a sua mãe? Muitos já perderam, tal como eu, a mãe que lhe deu o ventre quentinho, mas existe sempre um Altar da Mãe sempre Viva e representa tudo o que há de mais belo: a fé! Eu tenho fé. Eu acredito que só através de Maria podemos pedir e agradecer seja o que for ao seu Filho Jesus. Mãe tem aquele jeitinho diferente de lidar com pedidos e agradecimentos...

Eu vou ter com a nossa Mãe! E tu queres ir comigo? Podes ir. O pensamento leva-nos a todo o lado e o teu vai comigo, connosco.

 

Vou ficar uns dias (se não encontrar meio de dar novidades) sem acesso à internet e aos vossos comentários e/ou e-mails. Espero que tudo vos corra bem e a nós também. Tenho que ir agradecer a Nossa Senhora dos Milagres pelos filhos que ele me colocou no seio para criar, educar e perceber que são o melhor que tenho na vida; quero agradecer o amor, a saúde, as alegrias e as tristezas, enfim, a vida. Quero pedir que Ela veja se consegue falar, com jeitinho, com o Filho Jesus para que não venha coisas ruins para nós e para o mundo. E quero agradecer, também, uma coisa que Ela me concedeu e que não estava nada à espera e podem crer que é o milagre de 2008...

 

Vou levar comigo as amigas e os amigos. A Joanina da América; a Clarisse Barata Sanches de Góis; o Agostinho e o Carlos Henriques de Parada de Gonta (incluo aqueles que são amigos deles); o Paulo; a Rosália; a Francisca do Canadá; a Salomé, Picarota; a Chica Ilhéu e família; o Luís Nunes e família; o Alberto do Porto e família; a Manuela Cardoso; o pai, a mãe e o irmão da Matilde; a Angela Monforte; a Margarida - das Fábulas; o Jorge Gonçalves - da Graciosa; a Grilinha; o Tibério - do In concreto; a Isabelinha; Nelson Fontes; Jorge Vicente; Euclides Cavaco; Bernardo Trancoso; a poeta Maria João; o Miguel e Anita Azevedo; a "Rapariga das Laranjas"; o Anar'ka; Félix Rodrigues; a Isa; a Biazocas; Manuel Neves; António Prates; Tere Penhabe; Kathie Baker; Gabriela Silva; Efigênia Coutinho (e toda a AVSPE); Maria Alfacinha; Luís Castro; a Lala; a equipa do SAPO; etc. etc. Que me desculpem se esqueci de colocar algum nome, mesmo que de "anónimo", mas até esses que não dão o nome vão connosco porque é bom:

 

Ser feliz!

 

O povo da nossa ilha
Tem Sua Mãe a chamar
Para ver a maravilha
Que está naquele Altar.

«Ó Glória da nossa terra»
Rainha de Portugal,
Mãe da pequenina serra
Mãe de todos por igual.

Na Serreta enfeitada,
De estrelinhas e de flores,
Está a Mãe Imaculada
Dos altares dos Açores.

Quanta fé nesta paragem,
Quantas lágrimas caídas?!
Não de dor, mas de Homenagem,
E de promessas cumpridas.

2008/09/12
Rosa Silva ("Azoriana")

P.S. Adeus até à volta! Fiquem bem!

E agora muita atenção...

12.09.08 | Rosa Silva ("Azoriana")

 

Não esqueçam! O dia 25 será um dia especial para a bloguista, digo, para a Cagarra Azoriana. É o dia do Pezinho... E mais não digo, por agora. O melhor é aparecerem por lá

 

 

Entretanto, fiquem com o que escrevi há uns dias:

1
Véspera do meu nascimento,
Houve escrito de tragédia
Que veio a luzimento
No livro "enciclopédia".


2
João Ângelo, o ás da terra,
Terceira, que é lilás flor,
Contou que do mar à serra,
São Jorge viu o horror.
3
Só agora soube disso,
Neste livro pioneiro,
Que guardou todo o serviço
Sempre num verso certeiro.
4
Talvez fosse distracção,
E eu tinha pouca idade,
Não lembro de tal menção
Da desgraça de verdade.
5
Nossas ilhas são assim,
Volta e meia treme tudo,
O que tem de bom jardim
Também o tem carrancudo.
6
Toda a vida ouvi dizer,
Que Deus é a protecção,
Por isso há um bem-querer
Pela Casa da Oração.
7
No meio de tempestade
Há que esperar a bonança;
Aos quinze anos de idade
Vi que a terra balança.
8
Balança tão fortemente
Tecendo marcas nos dias
Que ficam pla nossa frente
Sempre alerta às agonias.
9
Espírito Santo e a Senhora
Dos Milagres, nossa amiga,
Foram quem na triste hora
Ouviram a prece antiga.
10
Lembro que era o terço
A companhia diária,
Mesmo quem estava no berço
Tinha prece extraordinária.
11
Isto tudo a propósito
Do "Mestre das Cantorias"
Este o seu grã depósito
O melhor dos nossos dias.
12
Na tristeza ou alegria,
Na doença ou na saúde,
Deu valor à Cantoria
E à ilha deu virtude.
13
No seu olhar doce e terno,
No seu cantar de humildade,
Tem o nome já eterno
No campo ou na cidade.
14
Velhas, rimas, desgarradas,
Cantorias e Pezinho,
Frases e prosas lembradas
Nunca o deixarão sozinho.
15
Ele sozinho quis ficar,
Mas na vida pessoal,
Se eu um dia lhe cantar,
Será um sonho real.
16
Gosto do mês de Setembro,
Onde brilham mais foguetes,
De Outubro eu só lembro,
Da musa dos meus verbetes.


17
Uma musa encantadora,
Que tem o nome de mãe,
A nossa progenitora...
A minha queria-lhe bem.
18
A dor que ela levou,
Pro ventre da sepultura,
Na Cantoria ficou,
E fez-se a sã moldura.
19
João Ângelo convidado,
Para a festa da Briança,
Nem um ano tinha passado,
Era dela essa lembrança.
20
Já no céu ela o ouviu,
E a mim deu a conhecer,
José Fagundes insistiu
Neste novo amanhecer.
21
E amanheceu, então,
O gosto pla Cantoria,
Agora peço perdão
Se o deixar em agonia.


22
Luís Bretão é devoto,
Desta causa, sem saber,
Que será este o voto
Duma mãe, mártir, mulher.
23
Eu já fui convidada
Pro Pezinho lá de casa,
A São Carlos irei prezada,
Com o coração em brasa.
24
E se não abrir a boca,
Não terei prova dos nove,
A vontade não é pouca,
E a rima me comove.
25
Isto que agora conto,
Com gosto à humanidade,
Com emoção cada ponto...
Fez-me feliz de verdade!
26
Nem pensem que é mania,
Por fama ou outro efeito,
São ecos da Cantoria
Que do céu me vem a eito.
27
Os versos já me salvaram
E podem vir a salvar,
Dos tempos que já passaram
E posso vir a passar.
28
Nesta ilha tudo canta,
Do mais velho ao mais pequeno,
Todo o povo se levanta
Quando se canta em pleno.
29
Alonguei a trajectória
Destes versos apressados,
Pra que fique na memória
Brio dos antepassados.
30
Se algum dia cantar
O brio não será meu,
É a luz que vem plantar
O que é ditado do céu.

Rosa Silva ("Azoriana")
2008/08/16