Amália Rodrigues (6 de Outubro)
Amália Rodrigues
1920-1999
Retrato a carvão por Fernando Carlos Lopes
Faz-me Pena
Que culpa tem o destino
Deste destino que eu tenho
Se o desgosto é pequenino
Eu aumento-lhe o tamanho
É meu destino
Se o desgosto é pequenino
Eu aumento-lhe o tamanho
Se o desespero matasse
Eu já teria morrido
Talvez alguém me chorasse
Talvez o tenha merecido
Sinto que cheguei ao fim
Das ilusões que não tive
Porque alguém gosta de mim
Algo de mim sobrevive
Cheguei ao fim
Mas se alguém gosta de mim
Algo de mim sobrevive
Adeus que chegou a hora
Há muito a venho esperando
E se por mim ninguém chora
Faz-me pena e vou chorando
Já vou embora
E se por mim ninguém chora
Faz-me pena e vou chorando
Amália Rodrigues
*******
Por Amália
6 de Outubro
É triste isto que sinto
E se jurar que não minto
Podem crer que é verdade...
Foi-se a Diva do Fado
Mas ficou sempre gravado
O tamanho da Saudade.
Saudade faz-se do luto,
De um frio aqueduto
Por onde a lágrima corre;
A Divina Providência,
Vela com sua clemência,
E a Diva nunca morre.
E p'lo Fado, Maior Canção,
Foi Deus, que lhe deu a mão,
P'ra cantar no Paraíso...
E eu, pobre de mim,
Que não sei cantar assim...
Dou-lhe apenas o sorriso.
Grande Amália Fadista!
O mundo inteiro conquista
Com seu Fado, a toda a hora:
"Ó gente da minha terra"
Quando a lágrima descerra
A ovação vem sem demora.
Rosa Silva ("Azoriana")
*******
E Euclides Cavaco declama:
Amália... A Voz do Fado