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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

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Parabéns!

19.10.08 | Rosa Silva ("Azoriana")

Fonte: Açores - Eleição para a Assembleia Legislativa 2008

Ilhas com Futuro

Meu amor p'las nossas Ilhas
Faz crescer minha vontade
De continuar maravilhas
Quer no campo ou na cidade.

Nosso Povo Açoriano
Nosso lema verdadeiro
Nosso canto é soberano
Vem comigo, companheiro!

Meu irmão e meu amigo,
Cruzeiro de gerações,
O futuro está contigo
Na união dos corações.

Nosso Povo Açoriano
Nosso lema verdadeiro
Nosso canto é soberano
Vem comigo, companheiro!

Rosa Silva ("Azoriana")

Angra do Heroísmo. Uma carta para ti

19.10.08 | Rosa Silva ("Azoriana")

Angra do Heroísmo, 19 de Outubro de 2008

Gostava de morrer só para saber o que escreviam de mim. Se for pecado escrever isto, peço perdão. A morte dá relevo às notícias, faz como que ressuscitar do "anonimato" passageiro deste mundo de inúmeros talentos. Fica-se com a sensação que a urna é um pedestal. Os anjos elevam-no tão alto que parece passar além do limite, do infinito.

Os que vivem admiram-se, surpreendem-se com a "urgência" da morte duma pessoa, seja ela qual for, que se habituam a ver no dia-a-dia, mesmo que a dita não lhes diga nada em alta-voz, mas tão somente no silêncio dos dias iguais.

Não se sabe o dia nem a hora mas sabe-se que dela ninguém está fora. A morte nunca será triste se o bem está pela proa. Só que do bem sabe Deus quem.

Juro! Só queria "morrer" para saber o que escreviam de mim, com o sentimento verdadeiro do que se lê nas entrelinhas de uma vida. Talvez morresse e "ressuscitasse" alegre. É muito triste a ideia de que sou a solidão das linhas, sem perícia alguma.

Peço a ti que me lês, uma carta para eu ler em vida e levar comigo para a urna. É pena não poder levar um computador J Não me deixem só na urna. Coloquem os rascunhos. Tenho medo da solidão.

Ah, como gostava de ter minha última morada num pouco do chão serretense! Foi a Serreta que me fez escrever tanto, tanto... e já fiz com que surgissem mais olhares atentos a novos escritos de lá e para lá.

Há personalidades, poetas, amigos, familiares e os que vou conhecendo e que me vão conhecendo. Vou colocar alguns nomes conforme me vão surgindo na mente, aleatoriamente, e por quem tenho elevada consideração:

Álamo de Oliveira, Victor Rui Dores, Diniz Borges, Katharine Baker, José Ávila, Germano Silva, Sidónio Bettencourt, Pedro Moura, Luís Castro, Sónia Bettencourt, Humberta Augusto, Felix Rodrigues, Daniel Arruda, Jorge Gonçalves, Luiz Fagundes Duarte, Paula Belnavis, Maria João Brito de Sousa, Clarisse Barata Sanches, Euclides Cavaco, Jorge Vicente, Luís Nunes, Mariana Matos, Bernardo Trancoso, Victor Santos, Hélio Costa, Luís Bretão, Gabriela Silva, Miguel Azevedo, Anita Azevedo, Alberto Flores, Agostinho Silva, Carlos Henriques, Ângela Monforte, Paulo Roldão, Francisca Silva, Francisca Dias, Salomé Alves, Carla Oliveira, Dionísio Sousa, André Bradford, Pedro Arruda, Nuno Barata, Duarte Bettencourt, Fernando Alvarino, Donato Parreira, Fátima Albino, Paulo Póvoa, Rosália Sousa, Carlos Silveira, João Marcelino, Humberta Silva, Frederico Freitas, Luís Carlos Borges, Aida Alexandra Borges, Paulo Filipe Borges... etc. e aqueles que me conhecem desde Abril de 2004.

Fiquem sabendo que eu escrevo com o que me dita (ou ditava) minha mãe. Foi esse o desafio que me condicionou uma nova forma de vida, nesta caminhada mais feliz.

Remato com um pedido (já que tenho fama de pedinchona): quem me concede a honra de ter a colecção de livros de Dias de Melo? É pedir o impossível, eu sei, mas era um Homem do Pico e do Pico era o meu pai. Aprendi a amar aquela ilha tal como amo a ilha Terceira, mátria do meu sentir.

Aquele abraço. Estou feliz.

Rosa Maria Silva

O comentário de Teixeira da Silva e os Prémios

19.10.08 | Rosa Silva ("Azoriana")

Hoje está um dia bonito. O sol presenteia a natureza e Deus a nossa alma.

O comentário de Teixeira da Silva também me presenteou pela manhã. Agradeço-lhe, sempre, as suas palavras mimosas.

Resolvi colocar em evidência, aqui neste artigo domingueiro, a parte que me fez estremecer: (...) para quando a publicação dos seus trabalhos?
Os computadores avariam e todo este trabalho se esvai...
As obras, as nossas obras serão eternas, se publicadas em livro.
(...)

E agora?

Todos sabemos que ele me apontou uma grande verdade. Tudo é efémero, tudo é uma passagem, tudo tem dia, hora, minuto e segundo... mas um trabalho publicado em livro fica nem que seja numa prateleira sentimental de alguém...

E agora?

Quem cuidará de revisar os meus trabalhos?

Sei de algumas pessoas amigas que incentivam a publicação em livro e até a Autores-Editora está somente à espera de uma palavra minha...

Hoje, porque estou tremendamente bem disposta, resolvi lançar um desafio a todos(as) quantos(as) quiserem ajudar-me a escolher os artigos para o livro - O blogue da Azoriana. (seleccionei duas tags e ao clicar no título do livro acederá aos conteúdos respectivos.)

Quem se oferece para tal?

O único prémio que posso dar, em troca, é uma Webcam LabTec. Por esta revisão sou capaz de me desfazer desta peça a favor da bondade de alguém.

Outro prémio irá para o VISITANTE 200.000 porque o contador está a querer chegar-se para lá e é fácil captar o registo através do contador de visitas.

O dia está lindo, não está?

Azoriana: 500 palavras, em verso, para a Fábrica de Histórias

19.10.08 | Rosa Silva ("Azoriana")

Dois lados de mim

O da prosa e o da rima,
O da noite e o do dia;
O de baixo e de cima,
Da tristeza e da alegria.

Também há sol e a lua,
O claro e o escuro;
O atalho e a rua,
O certo e o inseguro.

Há a dor e o prazer,
A verdade, sem mentira;
O coração a doer,
Quando alguém de mim te tira.

Há um lado mais feliz,
Outro que me faz chorar;
Há o topo e a raiz,
Que nada pode quebrar.

Há o novo e o velho,
Há o bem e há o mal;
Quando me vejo ao espelho
Encontro o lado mortal.

Porque a vida e a morte,
São apenas um só lado;
Há o fraco e o forte
Há o peso do pecado.

E das cores que mais gosto,
Juntam o mar e o céu:
É no azul que aposto,
Da ilhoa e do ilhéu.

É de rimas que me faço,
E de versos numa estrofe;
E na prosa me desfaço,
Quando me mexe o bofe.

Há o doce e o amargo,
Numa mistura frequente;
E do teu amor não largo,
Enquanto a gente for gente.

Há o mito e o real,
O simples e o complexo;
O quadrado e o oval,
O côncavo e o convexo.

O brilhante e o opaco,
O singelo e o apurado;
O partido faz-se em caco,
E o inteiro bem formado.

Há a fome e a fartura,
O largo e o apertado:
Há também a curvatura
Quando o corpo não é delgado.

Há o pico e há o vale,
Há o mar rodando a terra;
E que a voz se me não cale
Faça paz em vez de guerra.

Contra o ódio, o amor,
Contra a preguiça, o trabalho;
Tenho fé em Nosso Senhor
Que me acode quando ralho.

A aurora e o luar,
Que vestem o dia e a noite,
E me podem inspirar
E o verso ser mais afoite.

Mesmo que não venha a nu
  O pior lado de mim:
  Importa que não és tu
Que me fazes ser assim.

Sou jardim e sou deserto,
Sou Silva com algum espinho;
Tenho o meu peito aberto
P’ra nunca ficar sozinho.

E do lado do amor,
Desenho um coração,
Para quando eu me for,
Ele ficar na tua mão.

E se ódio encontrares,
No desenho que te deixo,
É melhor não lhe ligares
Não é de ti que me queixo.

O melhor dos meus escritos,
É o que fica em herança;
Nestes versos foram ditos
Os temperos da lembrança.

Abandonei o passado,
Assentei-me no presente,
Tenho o humor de lado,
Sem saber se vem p’la frente.

O desejo e a vontade,
Outros dois lados de mim,
Mas para falar verdade
Um dia chegam ao fim.

Como vão chegar ao fim,
Estes versos fabricados,
Como o doce de alfenim
Nos lábios adocicados.

Por lembrar da doçaria
Que é típica da nossa ilha:
Tudo de bom eu queria,
Como uma mãe quer à filha.

Rosa Silva (“Azoriana”)