Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
**********
Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

**********

Mentira (ou não?!) - para a «Fábrica de Histórias»

22.10.08 | Rosa Silva ("Azoriana")

«Recentemente recebi um convite da Azoriana:

Convido Você e Exª Família para um jantar convívio que se realizará na “Casa da Azoriana” no dia de São Martinho, pelas 19 horas. A recepção terá uma surpresa. Traga consigo o prato preferido e partilhe-o connosco.

A surpresa é que me ficou a atormentar... O que será que se vai passar?! Matutei nisto um bom bocado e (como não aguentei), abeirei-me do telefone e disquei o número que vinha no canto inferior direito.

Disquei e aguardei os “tim... tim... tim”. Atendeu uma voz de criança que indagou: - Quem fala? Eu respondi e pediu-me que aguardasse um bocadinho que neste momento a mãe estava a lavar a louça e que ia enxugar as mãos... Nunca acerto no horário para ligar para ela... Ou está na louça, ou “foi ali e já vem” ou, ainda, “acabou mesmo de sair”. Incrível porque sei que a maior parte das horas vagas, passa-as a engendrar um novo artigo para o seu querido blog para não pensar que ainda não está com tudo resolvido para mudar para a “Casa da Azoriana”... Nem sei se chegará o dia... Puxa, que demora para limpar as mãos!... Será que a gordura chegou aos cotovelos?!

Nisto reconheci a voz que chegava ao ouvido. Perguntou logo quem era... e eu ri-me e disse-lhe o que acabara de pensar: - Tens gordura até aos cotovelos, mulher?! Ela reconheceu-me a voz e disse: - Pois tenho! Nem imaginas quanta! O jantar foi coelho à minha moda... E riu-se tanto que foi uma inquietação para encontrarmos o ponto de seriedade.

Passados os sorrisos lá fui eu perguntando assim naquele jeito que ou ela respondia ou mandava-me dar uma volta. Esta última parte não é muito usual nela. Talvez o mais certo era dizer “surpresa é surpresa” e não me adiantar mais nada... E não é que ela disse mesmo “surpresa é surpresa”, copiando-me a expressão, que nem é minha... Eu não me contentei com isso e fui dando-lhe a volta, torneando as frases, até que ela se descaiu:

- Prometes não dizer a ninguém?

Eu que estava já a inquietar-me para aguentar tanto suspense disse logo: - Prometo!

- Olha, então cá vai... É que resolvemos casar nesse dia e juntar os amigos mais chegados. Como as coisas não estão para gastos extra, resolvemos inovar com a ideia do “prato preferido”. Das bebidas cuidamos nós, se não faltar a água na torneira... (E parou para dar uma das suas gargalhadas, continuando...) – Achas que vai aparecer alguém?

- Talvez, mas lembra-te que é dia de São Martinho e há mais festas nesse dia. O vinho é quem mais ordena... Mais perto avisas se não for para haver festa?

- Claro. E se não houver água bebe-se vinho e come-se castanhas que talvez alguém nos traga. Agora deixa-me ir acabar de lavar a loiça porque, graça a Deus, aqui não me faltou a água.

- Boa noite e até ao dia de São Martinho à tua festa “Txanã”!»