Dia de São Martinho
É suposto ser um dia risonho em que o vinho e as castanhas fazem as delícias de muitos (e muitas) que se juntam, numa fraterna comemoração, simbolizando a partilha (manta que o Santo deu ao pobre) e que é regado pelo sol extraordinário. Até que o sol tem sido constante, pese embora a chuva que caiu ontem, na forma natural desta época. A chuva é muito desejada porque sem água não há vida.
Hoje, por incrível que pareça, sinto-me triste. É o 2º dia de desiquilíbrio numa urbana que às oito horas da manhã traz uma espécie de enlatados humanos e eu, ainda, não lhe tomei o gosto. A idade é outra e a juventude vai como o vinho pelas goelas abaixo. Ressuscitaram alguns traumas e tenho de enfrentá-los olhos-nos-olhos e
suportar coisas que julgava moribundas. O passado ainda me ronda.
O que é mesmo lindo é o amanhecer junto das árvores que vão traçando no céu um traço verde de esperança. Enquanto as olho vou pedindo a Deus para saber viver no meio de outras florestas.
@z(º)riana