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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

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Prazer de navegar

20.11.08 | Rosa Silva ("Azoriana")

Se continuar sem internet
Vou engolir uma cassete
E bem alto vou gritar:
Será que eu não mereço
Um pouco do vosso apreço
P'ra nestas ondas andar?!

Há gente que muito tem,
E outros a pedir vem,
P'ra surtirem bons efeitos:
O prazer de navegar
Aliado ao de versar
Está a perder os direitos.

Disseram que uma campanha
Que a dádiva acompanha,
Dividida por mais gente,
Toca pouco a cada um
E não faria mal algum
P'ra me fazer sorridente.

Vou pedir ao Pai Natal
Que a ficha principal
Surja numa hora boa;
As noites são tão vazias
Sem as vossas companhias
Fico triste assim à toa.

Rosa Silva ("Azoriana")

Ruralidade

20.11.08 | Rosa Silva ("Azoriana")

Chega o sono da tarde...
Nada de fazer alarde
Porque isto já me passa.
Levanto cedo, p'la manhã,
E dela eu não sou fã
Porque o sono me deslaça.

Sempre fui, desde pequena,
O inverso de morena
E muito amiga da cama:
O sol quando me batia,
De frente, logo se via
A minha tez toda em chama.

Com o clima em mudança
Continua em festança
O sol cá por este lado...
E se assim continuar
Muito vai agoniar
O Inverno bronzeado.

A noite p'ra mim é linda,
Dá-me calma, é bem-vinda,
Se o silêncio impera;
Nos quintais dos Folhadais
As baladas dos animais
Deixam meu sono em espera.

Rosa Silva ("Azoriana")

O comando é de quem?!...

20.11.08 | Rosa Silva ("Azoriana")

Ouvimos publicidades
Que anunciam novidades
Que podem dar muito jeito;
Eu tenho cá para mim,
Se continuarem assim
O salário fica estreito.

E a demora em colocar
Os aparelhos a funcionar
É outro inconveniente;
Quem espera desespera
E o desgosto acelera
No utente mais exigente.

Faz falta a televisão
O aparelho da nação
Que nos liga ao universo.
O meu lá não tem defeito
Só que 'inda 'stá sujeito
A continuar submerso.

Sem tomada principal,
Sem o filtro especial,
Continua mudo e quedo;
À noite p'ra variar
Fingimos que está a dar
Qualquer coisa com enredo.

Se isto fosse Carnaval,
Numa dança original,
Cabia a família inteira:
Dava pano para mangas
Com alegrias e zangas
Num enredo à maneira.

Antes vinha a Saudação,
Seguida do assunto, então,
Em comédia só p'ra rir:
"Mudança prós Folhadais"
Cantada por bons jograis
Só mesmo p'ra divertir.

Vinha o "cabo da vassoura",
"Uma esfregona" loura,
"Um rato" e "uma barata",
"Um pano" e "um pincel",
"Uma saca" do farnel
E "um bilhete" de gravata.

Armava-se a confusão,
Pois nenhum tinha razão
Nas diversas teorias:
E quem quisesse saber
O que ia acontecer
Só ao fim de alguns dias.

Era tamanha a desordem,
Que para pôr tudo em ordem,
Precisava de "um ratão":
Fazia-se o tal contrato
Com um gajo caricato
Para esta encenação.

A risota seria tanta,
Em cada rosto e garganta,
Amainando na Despedida:
Cantigas originais
Da casa dos Folhadais
Feita cena de uma vida.

Rosa Silva ("Azoriana")