Árvore da Amizade Natalícia
Hora de almoço. Tarde
fria. Gente na cidade após um feriado santo. Rostos conhecidos (ou
não) caminham com ou sem afazeres. Entro numa instituição bancária.
Deparo-me com número de espera longínquo. Fico a observar o lado de
fora enquanto que o lado de dentro está em espera ou alberga rostos
inquietos ou não. A porta abre-se várias vezes para entrarem mais do
que saem. Agiganta-se a minha inquietação para sair dali. Quantos
seres estarão ali também em delírio?! Será dia de são vapor? Uns
recebem, outros pagam no dia seguinte. O feriado deu a pausa
necessária a muitas contas. Trilharam-se outras contas.
Uma alma boa deu-me um número mais baixo que o meu para que a minha
vez ficasse perto. Foi um acto generoso. Nem tive tempo de lhe
agradecer convenientemente porque estava a atender uma chamada de
telemóvel de uma pessoa amiga. Deu-me tempo de sorrir. Um sorriso é um
bonito agradecimento. Deus lhe faça bem pela gentileza que teve para
comigo. Cheira-me a Natal e quis fazer igual: dei a minha vez a quem
estava à minha frente com um número alto. Houve sorrisos gratos. É bom
sorrir numa tarde fria. Fiz o que tinha a fazer e fui embora para
outro lado, rua acima. Não me saía da ideia a chamada do
telemóvel.
Pensava. Vou improvisar assentos para este Natal. Há que estar
preparada para um grande dia, tarde ou noite. Um encontro de amizade
na casa da Azoriana vai ser motivo para grandes planos. Até me esqueci
da tristeza de outros números num papel estreito. É que a amizade é um
valor precioso, porque não se compra nem vende. Existe e dá sentido à
vida.
Acho que acabei de criar uma nova Tradição de Natal: Juntar amigos
bloguistas (ou que gostam de blogues) em confraternização natalícia.
Nem mais! Acho que é algo que merece ser divulgado para que dê lugar a
imitações.
Fazem-se festas de Natal para as crianças nas diversas instituições,
por isso, imitemos o que é bom. Façamos de conta que somos crianças,
pelo menos por um dia, para abrir as portas aos sorrisos genuínos e
enfeitar a Árvore da Amizade Natalícia. Os braços serão os ramos, as
mãos as folhas: os braços levantar-se-ão e as mãos irão abanar unidas
por um ventilado comum que é a amizade que nasceu com os escritos ao
longo dos meses.
Os escritos são laços que nos unem na simplicidade do sonho... São
momentos! Festejemos o momento mesmo antes dele acontecer. A ideia já
brilha como a Estrela de Belém. Que o Menino Jesus esteja no meio de
nós e que o calor do momento sonhado seja realizado para que não se
sinta a frieza de uma tarde de Dezembro do ano de dois mil e oito. A
tarde seguinte à do nascimento de Nossa Senhora.
Vamos sorrir e cantar
Com nossos braços no ar
Num efeito de alegria.
E p'la nossa vida fora,
Lembremos, a toda a hora,
O encanto desse dia.