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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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Não são meras lambidelas...

12.01.09 | Rosa Silva ("Azoriana")

A quem for sensível não aconselho a leitura deste monólogo.

Título do monólogo: Não são meras lambidelas...
Escrito e sentido por: Rosa Silva ("Azoriana")
Mote: Página 22 e 23, do DI Revista nº 301, de 11-01-2009.

Conheci logo o rosto daquele pianista que uma noite tocou umas peças no restaurante serretense "Ti Choa". Nessa noite não me veio à mente o nome do pianista mas hoje, passados uns largos meses, reconheci o rosto e soube o nome: Arlindo Nascimento.

Avancei na leitura das duas páginas dedicadas a este pianista que completa cinquenta anos da sua existência ao piano e vai apresentar (apresentou) o seu primeiro registo discográfico. Dizem ser "a história de um homem da música e da televisão".

Encantou-me ter-me cruzado, sem o saber sequer, com um grande pianista que está sem trabalho e afina pianos para sobreviver... Parece impossível mas é verdade! ... À parte esta parte, li o resto da reportagem... E fiquei mais animada porque este ilustre senhor tem admiradores por todo o lado.

O que me emocionou forte foi o facto de ser o filho a "ofertar" o registo discográfico... Feliz daquele que tem filhos que dão valor ao trabalho de uma vida de amor. Sim, também se ama a música, também se ama a ilha e o que ela nos proporciona. Feliz daquele que vê, em vida, o resultado de tantas horas de dedicação ao que realmente lhe dá prazer e satisfação. Feliz daquele que sorri perante obra feita e consegue deixar algo para memória futura.

Confesso que chorei quando li: "Um dia o pai morre e não temos prova nenhuma de que tocava bem!"... Foi um choro egoísta, talvez ouça alguém dizer-me... Mas chorei porque não sei se algum dos meus filhos me diria tal frase sentida e reconhecida... Tenho a consciência de que tudo fiz para que não faltasse o essencial a meus filhos mas sinto que as minhas rimas não os entusiasmam como gostaria que entusiasmassem (excepto a um deles) ... Eles talvez não manifestam o carinho que uma mãe tem necessidade também, mas sempre vão dando provas de que são os meus queridos filhos... Não são meras lambidelas que me entusiasmam mas os actos e o enfrentar a vida que vai sendo cada vez mais dura nos tempos actuais. Se eles conseguirem sobreviver às intempéries, serei a mãe mais feliz do mundo e isso me basta.

As lambidelas, propriamente ditas, surgiram mais após travar empatia com o novo cachorrinho que manifesta a sua dedicação através dos "beijinhos", que é o mesmo que dizer, lambidelas carinhosas, ao jeito dele... Talvez seja por isso que me encantei por ele e lhe dou o melhor que posso e sei... Toda a gente gosta de um mimo. O meu mimo mais ansiado, neste momento, é o beijo reconhecido dos meus filhos numa altura especial: o registo das rimas da Azoriana em documento palpável, se tal lhes agradasse e se eu pudesse levar a efeito.

Que me desculpe o sr. Arlindo Nascimento por misturar "alhos com bugalhos" mas o sentimento falou mais alto e atingiu o meu coração que também é muito sensível. Bem-haja quem fez tão linda homenagem ao pianista Arlindo Nascimento e que felicidade tem ele nas suas mãos e dedos, em vida.

Sr. Arlindo Nascimento, aqui para nós que ninguém nos ouve, quem me dera que um dia nos voltássemos a cruzar no restaurante Ti Choa numa sessão de autógrafos, acompanhados pelos seus dotes de excelente pianista, e, aí, seriam duas pessoas felizes e viria a alegria estampada no olhar da Azoriana com o seu livrinho nas mãos... Ou, quem sabe, meu filho com sua trompa, junto com os demais colegas da Filarmónica me dessem um grande prazer... Sonhar é fácil... O difícil é acordar na realidade de um sonho, que cada vez mais custa a vir à tona.

E termino este monólogo com: Parabéns, senhor Arlindo Nascimento e votos de continuação de muito sucesso!

Uma nova fase: o "bébé" Leão

12.01.09 | Rosa Silva ("Azoriana")

A vida tem desafios que nem nos passam pela cabeça. Chegou a minha vez de passar por um grande desafio que, se fosse outrora, não seria capaz de aderir. Por causa dos "amigos do alheio" tive uma reacção inesperada e que me está a transformar radicalmente: aceitei criar um cachorro, que mais me parece um bébé, porque não penso que é cão mas sim um bébé. Não lhe mudo a fralda nem dou biberão mas limpo o que ele vai sujando e, com ajuda do pessoal de casa, vou tratando o recém-chegado cachorrinho. É um mimoso e já me lambeu o rosto, os braços e as mãos numa atitude de entrega como se de uma mãe se tratasse.

Com tal atitude e com o seu olhar azul-meigo, como que a pedir carinho, cativou-me 100%. Estou espantada comigo mesma. Jamais tinha dado tanto afecto a um animal de pêlo. É precisamente o pêlo o que mais temia, mas com a manifestação de carinho esqueci o dito cujo pêlo e adoro esta nova fase. Espero que seja sempre assim e que não me morda após passar a fase de conhecimento.

É mesmo um maroto, este "novo" Leão, nome pelo qual atende o chamamento. Não sei bem a sua raça mas a ver pelo que todos dizem, vai dar um cão grande. Por enquanto não afugenta ninguém mas estou em crer que com o avançar da idade pode vir a assustar quem passar na zona. Oxalá que, mais tarde, não assuste a sua dona :)

Com isto é caso para dizer e comprovar que o tal ditado é verdadeiro: "Nunca digas desta água não beberei" porque acho que me embebedei da nova água que aceitei. Onde é que já se viu a Azoriana gostar de um animal de pêlo?! Hehehehe... Mas quem resiste a um olhar-azul maroto num bichinho tão amoroso?! Aguardemos pelos próximos capítulos. Este episódio começou a 9 de Janeiro de 2009.