13.02.09 | Rosa Silva ("Azoriana")
A verdade há que ser
dita, P'ra isso não há remédio: Há sempre hora bendita Que
não causa qualquer tédio. Se hoje é dia de azar, Para mim
até foi sorte, Vim na urbana devagar E não vi qualquer
desnorte. Da "143" (Centro e quarenta e
três) Bendigo o seu condutor, Mesmo que triste, talvez, Sorri
p'ró utilizador. Eu já vi este senhor, Em Danças de
Carnaval, Representa com humor Junto com seu pessoal. A
Empresa Terceirense, Que trata da Viação, Brinde a quem lhe
pertence E que cumpre a missão. E quem lida com
fregueses Que fazem tanta viagem, É cortês todas a vezes Seja
qual for a bagagem. P'lo andar da carruagem Já se vê quem lá
vai dentro, Mas se entra em derrapagem Range logo o
epicentro. Os utentes das urbanas (O transporte
colectivo), Rodam todas as semanas E há que ter olho
vivo. Louvo então os condutores, Que zelam pelos
velhinhos, Que são muitos nos Açores, E precisam de
carinhos. E ao senhor em questão, Dou o meu melhor
apreço, Que o Chefe da Viação Lhe dê sempre melhor
preço. E há outros que merecem, Alguma repreensão, Porque
nem sempre parecem Conduzir com atenção: Da
"145" Que é a da minha zona, Não lhe dou tanto
afinco Porque o zelo abandona. Isto de lidar com
gente Que anda nesses assentos, Há que ser muito
prudente Porque há olhos atentos. Que é feito do
Revisor, Essa figura imponente, Que era respeitador E zelava
p'lo cliente?! Sinto que foi retirado, P'ra fazer outro
serviço... Devia já ter voltado A este posto castiço. Mas
não revia bilhetes, Porque isso não está mal; Disciplinava
"os cadetes" Que pensam que tudo vale. Rosa Silva
("Azoriana")
13.02.09 | Rosa Silva ("Azoriana")
Uma carta para a
poetisa Clarisse Sanches, amiga de Góis 13-02-2009 Muito trabalho pela
frente; Com um quintal todo sujo, Tenho sido mais
diligente Mas falha-me o dito cujo. O computador lá de
casa Não abre sequer a luz Deixou de arrastar-me a asa E nem
sequer me seduz. Volta e meia, noutro lado, Dou um ar de
minha graça Mas é triste o meu fado Que logo a vontade
passa. Malditas tecnologias Qu'exigem um grado
preço... Sou fã destas novas vias Mas assim eu
esmoreço. Há quem diga que virão Melhorias coisa e
tal, Mas agora o meu serão É virada p'ro canal. Com
antena interior, Já me virei para o mundo; Valha-me Nosso
Senhor Não sou feliz lá no fundo. Oh, tanta notícia
triste Que me entra porta dentro; Pelo mundo fora existe A
crise que vem do centro. No centro da humanidade Rola
tristeza sem fim, Resta a solidariedade P'ra deixar de ser
assim. Treze nesta sexta-feira, Que p'ra muitos é
azar, Está sombria a Terceira O melhor é eu bazar. Mas
antes de fazer isso, Mando um abraço apertado: Há versos em
reboliço Que me prendem ao teclado. Está quase o
Carnaval, Que alegra a ilha inteira; Vamos ver o pessoal Nos
palcos desta Terceira. Coscorões e malassadas, E bebida em
porção; Cantigas são festejadas Na ilha da tradição. Rosa
Silva ("Azoriana")
13.02.09 | Rosa Silva ("Azoriana")
Ao amigo "Fisga " A vida é um desafio, Daquele que "racha a
molha", Mas 'inda nunca se viu Ter milho sem ter
desfolha. Lembro agora do milho Por causa de uma
fisga Que faz um bravo sarilho À ave que ela
"pisga ". E por falar neste objecto, De tempos já bem
antigos, Foi para lhe dar o afecto Que se dá a bons
amigos. Eduardo é sua graça, E lhe desejo saúde, Porque
muito do que passa É para lhe dar virtude. No céu está o
condutor Da vida cá deste mundo, E Ele é o Salvador Que gosta
de nós a fundo. A virtude da alegria Seja outra que lhe
abeira E que fique neste dia A sorrir a tarde inteira. Um
sorriso cá na ilha É sinónimo de bem, E porque sou dela
filha A sorrir estou também. Um abraço apertado, E um bom
fim-de-semana, E que fique agradado Com versos
d'Azoriana. Rosa Silva ("Azoriana")