Os post's por telemóvel e as Cinzas
Começo por desabafar
que a Quarta-feira de Cinzas faz-me alguma inquietação, que vem desde
a infância, mas isso não interessa sequer colocar em artigo
bloguístico porque era capaz de se acinzentavar. Deixo essa parte para
os bastidores do meu pensamento que, hoje, insiste em me
atormentar.
Os artigos dos dias anteriores foram postados
através do telemóvel, recorrendo ao e-mail do SAPO e mediante o
pagamento mensal de uma tarifa mínima (nem chega aos oito euros) que
não permite grandes efeitos na edição. Após ter acesso, noutro local,
ao computador é que consigo reeditar o mesmo e fazer-lhe os ajustes
necessários (inclui colocar as "tags" e editar as "Opções").
O
que não me conformo, nos dias de hoje, é eu não conseguir sequer um
mísero computador, já que o portátil dizem não ser a melhor opção
porque está mais sujeito a intempéries. Eu não concordo pois um
portátil vai connosco para todo o lado e tendo a bateria carregada
torna-se um bloco de notas ambulante... Mas o caderninho e um lápis
serão os objectos a que terei de me sujeitar (mas não gosto de
escrever) ou, então, o recurso ao telemóvel desde que eu tenha
paciência para usar o teclado minúsculo que nem acompanha o meu
pensamento e, certas vezes, lá se vai a inspiração ou cai a
linha.
Isto tudo para vos revelar que o prazer está mesmo é no
directo, i.é., digitar em directo no editor do blog. Mas a esse nunca
mais tive acesso em condições porque dá sempre mensagem de erro,
inclusive no telemóvel. Portanto, vou continuando a postar com a
codificação html que já decorei. Sabem o que me faz fazer isto tudo?
Pois eu digo-vos... É o facto de gostar tanto de blogar... Estou quase
a completar o lustro (espaço de cinco anos)... Será muito? Valerá a
pena o esforço? Acho que sim porque nem que seja por mim e por quem me
visita, tudo vale a pena.
"Lembra-te mulher que és pó e que em
pó te hás-de tornar"... Eu sei disso e talvez por isso é que tenho
receio de tantas letrinhas serem devastadas pelas cinzas do
equipamento. A verdade é que a vida é uma passagem e nada é nosso,
tudo nos é emprestado. Mesmo assim gostava de ter uma cópia, em papel,
intacta do meu blog... Quando chego a casa e fecho a porta de entrada
é que me ocorre que não imprimi, ainda, o meu blog tal como ele é...
Quase cinco anos de papel é muita coisa... Este o pensamento que me
ocorre numa Quarta-feira de Cinzas em que, simbolicamente, tudo parece
uma "máscara de vida". Por fora tudo é belo, majestoso, colorido,
radiante, vistoso; por dentro, há um panorama que evoca o pensamento
que se queda um tanto turbulento. O que me vale é olhar a terra tal
como ela é, após ter usado a enxada para lhe tirar as ervas daninhas.
Esse é outro dos gostos que eu tenho: sachar. Hoje não posso pensar
nisso mas sim reflectir:
"A quarta-feira de cinzas é o
primeiro dia da Quaresma no calendário cristão ocidental. As cinzas
que os cristãos católicos recebem neste dia é um símbolo para a
reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a
passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à
morte. Ela ocorre quarenta dias antes da Páscoa sem contar os domingos
(que não são incluídos na Quaresma); ela ocorre quarenta e seis dias
antes da Sexta-feira Santa contando os domingos. Seu posicionamento
varia a cada ano, dependendo da data da Páscoa. A data pode variar do
começo de fevereiro até a segunda semana de março. - Fonte: Wikipédia.