Cantigas de sexta-feira dedicadas aos (às) fãs
E um bom
fim-de-semana
Para todos, em geral,
São os votos
d'Azoriana
Que nele pensa, por sinal.
Quando surgiu a
manhã
Prós lados dos Folhadais
Comecei logo por ser fã
Dos
melros daqueles quintais.
Cantei com a voz calada
Uma rima,
logo cedo,
E na parede pintada
A ninguém metia
medo:
Em dobro eu te desejo
O que desejas a mim
Um
abraço e um beijo
Nunca mais teriam fim.
Se vens aqui por
maldade
Vira já nos calcanhares
Mas se vens por
amizade
Dou-te rimas aos milhares.
Foi assim o que
cantei
Antes de seguir viagem
E cá fora, então, lancei
Um
olhar para a garagem.
Quem me dera uma pintura
Nas paredes,
tão vazias,
E depois a assinatura
De quem lá plantar
alegrias.
Era motivo de festa
E de grande animação,
Uma
cena como esta
Lá prós meses de Verão.
Se calhar é má
ideia
Da cabeça pensadora,
Porque a ter a casa cheia
Tinha de
ser "a cantora".
Se não tiver companhia
Na cantiga
ao desafio,
Acaba-se tal euforia
E fica o verso sem
pio.
Faz-me falta a Joanina,
Para levar isto avante;
Ela é boa
menina,
Um querida emigrante.
E «Guardadora de
Gatos»,
Sua grande vocação,
Aposto nos ricos actos
Que fará
de coração.
E louvo tal atitude
Perante esses
animais:
Que Nossa Senhora ajude,
Retribua ainda
mais!
Antes eu nem admirava
Um gatinho ou um cão,
Agora a
qualquer dava
O mesmo que ao "Leão".
É um bicho
ternurento,
Defensor do que é seu;
Beija-me a todo o
momento
E olha pelo que é meu.
Tenho pouco nesta vida
E o
pouco que eu tenho
Lembro na rima tecida
Que afixei num
desenho.
Um desenho singular
E feito às três
pancadas,
Ficará no meu lugar
Lembrando minhas
passadas.
Eu te amo minha mãe
E meu pai, que tens ao
lado...
Se choro, rio também,
Neste meu jeito
rimado.
E peço a Deus, com carinho,
Neste verso
derradeiro:
Que depare um caminho
Para eu cantar no
"terreiro".
Há um terreiro singelo,
Feito de alma
e coração,
Com um traço amarelo
E vermelho de paixão.
A
paixão pelas cantigas
Surgiu no mês de Abril:
Ganhei amigos e
amigas
Das letrinhas de anil.
De azul sempre
gostei,
[Lembra o céu e o nosso mar],
Por isso assim
pintei
As letrinhas do placar.
Quem passar pela morada
Da mulher que
aqui lês
Há-de ver lá na entrada
O que ficará de
vez.
Fica grata a todos vós,
Que comigo aqui
partilham
O gosto que há em nós
E que outrora também
viram.
Assim é que sou feliz!
E nada venha em
contrário:
É a força da raiz
Que dá versos ao meu
diário.
Rosa Silva ("Azoriana")