Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
**********
Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

**********

Um "post-it" grande, amarelo-canário

03.08.09 | Rosa Silva ("Azoriana")

Colei um "post-it" na minha alma (noutro lado ficava à vista). À laia de carta (afinal o "post-it" tornou-se grande) escrevi uma mensagem a alguém cujo correio não é deste mundo.

"Mãe,

Fiquei muito contente quando, pela segunda vez, vi meu nome (foi mais a alcunha) num livro que já chegou. Estava muito bem encadernado, limpo e asseado. Gostei de me ler naquela alvura de papel. Bisbilhotei os artigos de «FFF». Lembras, mãe, aquele que descrevia uma Segunda-feira da Serreta? Que bom! Já está em livro. Talvez alguém leia, não sei... E aquelas rimas que contemplam os "Dois lados de mim"? Surpreendi-me. É verdade. Nunca pensei gostar tanto de me reler. Estremeci... Como consegui levar aquilo tudo a eito? E depois...

Depois não me saiu da cabeça um pensamento: queria tanto, mas tanto voar noutro livro (aquele que se intitularia - Serreta na intimidade - continua a aguardar melhores dias e o prefácio do tal senhor). Esse é o teu livro. O meu, minha mãe, com fotografia e tudo, ainda está, só, em pensamento. Sabes porquê, não sabes? Tu sabes tudo. Desculpa tratar-te por tu mas agora tanto faz. Só tu, mãe, é que podes tratar do assunto e fazer-me feliz por um dia, ou mais... Achas que se é feliz com um livro na mão? Eu já fui, graças a D. Clarisse Barata Sanches e a quem ela recorreu... Eu não sei recorrer bem.

Sabes, mãe, sei que ias gostar de vir à "tua" Festa, sem choros nem nada, simplesmente ver e ouvir as novidades. Desconfio que vão haver algumas novidades mas não me dizem nada. Eu já não faço parte desse ramalhete de fé, embora continue ligada à fé que me deste no berço. Lembro daquele fato que te ficava bem... Lembro perfeitamente da saia que te cobria as pernas que não andavam mais... Com as mudanças acho que lhe perdi o rasto. Desculpa!

Será que me terias ajudado neste sonho de editar o meu livro? Por vezes, penso que não, que me dirias para estar quieta; por outras vejo-te a sorrir dando-me incentivo. Temos pena, não é?! ("Sem guita, não há chita"). Alguma vez te passaria pela cabeça que tinhas uma filha que rimava por escrito, e que se não guardar as suas rimas em algo palpável morre de desgosto? Mas tu também morreste algo desgostosa... É sina de família....

Adeus!

Aquele beijo que não te dei."

Com a rima sou feliz

03.08.09 | Rosa Silva ("Azoriana")

Vejo tanta gente bela,
E seu rico vestuário...
Cá por mim sou tão singela
Só é "rico" o meu diário.

Vou blogando dia-a-dia
Enquanto a vida deixar;
Sou pobre em demasia
E há pouco quem queira dar.

Com a rima sou feliz,
Feliz é quem dela gosta;
Sou pobre e tanto fiz
Mas a miséria se encosta.

(...)

A Turlu também se viu
Forçada a ter de cantar:
Brilhou com seu desafio
Mesmo que fosse a chorar.

Mas eu não sou cantadeira
Aos palcos 'inda não fui:
A voz tem de ter maneira
Quando a melodia flui.

Estou passando por tristeza
Apresentando alegria:
Dói muito ver a pobreza
Cercar a réstia do dia.

Se houvesse alguém no mundo
Coroado de bondade
Fazia por um segundo
Um ser feliz de verdade.

Mas a crise é mundial
E todos passam por ela;
É uma dor universal
Que pousa em cada janela.

A janela do amor
Da paz, solidariedade,
É estreita e sem clamor
Quer no campo ou na cidade.

Só Deus tem na Sua Mão,
A bondade e o "castigo";
A clemência e o Perdão
Peço agora neste artigo.

Na Tribuna li primeiro,
Quem brindou a minha rima,
Foi talvez o pioneiro
Que a levou lá ao de cima.

Nas páginas desse jornal
Pela América fez içar
O que na ilha de Portugal
Uma mulher quis criar:
Uma rima ao natural
Na internet a cirandar.

Rosa Silva ("Azoriana")

2009/08/03