Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana).
Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1
Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos
Motivo para escrever: Rimas são o meu solar Com a bela estrela guia, Minha onda a navegar E parar eu não queria O dia que as deixar (Ninguém foge a esse dia) Farão pois o meu lugar Minha paz, minha alegria. Rosa Silva ("Azoriana") ********** Com os melhores agradecimentos pelas: 1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3" 2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze" 3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor" 4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado **********
Olá amiga Rosa
Silva. Os Açores devem-lhe um grande tributo. Só pela forma como
enaltece a sua terra. Mais um poema maravilhoso, alusivo à sua terra.
Parabéns. E um grande abraço. Eduardo. Fisga a
24 de Agosto de 2009 às 21:05
O meu local de nascimento
sempre se caracterizou pelo lenço de nuvens que parece querer abafar
as cores esperançosas dos dias claros.
Hoje senti o apelo
interno e segui na carreira que nos leva junto à orla marítima até
entrar na imensidão de verdes matizados de alvas moradias e
campanários alegres. Contam-se, no percurso, cinco sinos, de São
Mateus até à Serreta. Os sinos são alegres ou tristes: anunciam Vida e
são o seu único adeus audível. Não o ouvi. Simplesmente o vi e à Mãe.
Tinha saudades. Daquelas saudades que apertam a quem leva demasiado
tempo ausente do ninho. Não há ninho como o primeiro mesmo que esteja
coberto de nevoeiro que, aos poucos, tende a levantar. Quem conhece a
Serreta não estranha essa forma de receber.
Fui ver a praça do
pico. Está preparada para a Festa que se quer bonita e
alegre.
Na Sociedade perguntei porque o «estrelinha», o pássaro
da Lagoínha, não vinha para o centro da freguesia e o Pedro revelou-me
que se viesse os outros pássaros maiores acabariam com ele. Portanto,
é uma espécie única, preservada pela pacatez de um lugar mais perto da
serra.
O que me parece incrível é nunca ter visitado a Lagoínha
tendo vivido bem perto dela. Talvez num dia de sol radiante alguém me
levará ao coração pulsante de azevinho e encanto natural.
Talvez...
A Serreta é marcante Para todo o caminhante Que por lá passou ou passa. Fica na recordação A boa aceitação Da Virgem Cheia de Graça.
Sr. Francisco Oliveira Das Fontinhas, da Terceira, Registou prosa poética Logo a seguir ao primeiro Dia do mês de Janeiro Ano dois mil, com ética.
Seguiu com olhar atento, Todo o bom envolvimento Que rege uma romaria; Desde os tempos mais antigos Faziam-se grandes amigos No rumo à freguesia.
Era tamanha a alegria Que ali se aprendia Deixando uma saudade; Era doce a juventude Que repleta de virtude Plantava sua amizade.
As carroças noutra altura, Numa viagem segura, Ornavam o ar de festa; De cantigas enfeitadas, Tingidas pelas toadas Que um sorriso apresta.
Meu Deus, como é bom lembrar, Os poderes daquele Altar, Que atrai um mar de gente; Romeiros da alvorada Faziam a caminhada Da promessa repetente.
Tomavam a refeição Num ponto de eleição Para forças recuperar: São Carlos foi a primeira Que o Sr. Oliveira Resolveu retemperar.
Outrora os viajantes Na coragem dos semblantes, Tinham pontos de paragem: Era a massa sovada Vinho e festa animada Que sortia a viagem.
O pico e sua praça Que perfuma quem lá passa, É centro de atenções; Lembrava lápis de cores Nos verdes ramos pintores D'alegres recordações.
O povo de toda a ilha Que a romagem partilha Nunca mais dela olvida Se junta a devoção E ventila a oração Tem ali santa guarida.
Sábado da Tradição, Domingo da Procissão Ao crente a alma inflama; O sorriso da Senhora Já vem dos tempos d'outrora E para quem muito a ama.
Dos Milagres, a Rainha Da Serreta, do «estrelinha» Que na encosta da serra Faz o ninho florestal E atrai mais pessoal À beleza que encerra.
Há quem ainda não viu Esse pássaro sadio Pelos ares da natureza; É pequeno nesse maciço De verdura ao serviço Desse padrão de beleza.
Terreiro do Azevinhal, Pico do Negrão central E o Pico da Lagoínha, São terceto deslumbrante Para qualquer visitante Cuja volta se adivinha.
Julgo que o Cedro do Mato, Fica bem neste retrato, De verde a perder de vista; Fetos, Tamujo e Louro, Folhado, Negrito são ouro, Numa capa de revista.
Quem nos conta tudo isto, Merece de Jesus Cristo, Cristalina recompensa; Nasci lá e nunca fui Ao altar que em campo flui Numa verdura imensa.
Sonho com a Lagoínha Num dia de manhãzinha Com a aurora a crescer; O trilho sendo rupestre, Íngreme encosta terrestre, Gostava de conhecer.
Urge guardar pensamento, Que dedico ao povo atento À lendária ravina: Tromba d'água a cavou E seus pés a Mãe lavou Na contemplação divina.
A água além ficou E também não transbordou Embelezando o local: O «estrelinha» é residente Que ali vive contente Cantando seu ideal.
Sr. Francisco Oliveira Se estiver na Terceira E voltar àquele encanto... Pergunte então por mim Para que no seu jardim Preserve as rimas que canto.
Canto à Virgem Maria, Que a seguir ao seu dia Tem brava Segunda-feira; Ela gosta de Tourada Com a praça adornada Da folga da ilha inteira.
E nasceu o novo plano, Santuário Mariano, D'Imagem original; É centro de santidade Do emigrante saudade Quando dali natural.
Serreta, terra de encanto E dela gostamos tanto Mesmo antes do que lembro; Todo aquele que é natural Honra o santo portal Na dezena de Setembro.
Avé, ó Cheia de Graça Livrai-nos da ameaça E dos perigos mundanos; Abençoa os pecadores Que no auge de suas dores Se rendem aos santos planos.
Ó Santa Virgem Maria És a Mãe da Romaria, És amparo das nações, És a Mãe do Sacramento, Da Serreta e do talento Que povoa os corações. És rainha imaculada De Jesus, Mãe adorada O Mistério universal És uma flor dos Açores És a fonte de valores Rainha de Portugal.