Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana).
Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1
Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos
Motivo para escrever: Rimas são o meu solar Com a bela estrela guia, Minha onda a navegar E parar eu não queria O dia que as deixar (Ninguém foge a esse dia) Farão pois o meu lugar Minha paz, minha alegria. Rosa Silva ("Azoriana") ********** Com os melhores agradecimentos pelas: 1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3" 2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze" 3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor" **********
A mãe está no Céu No recado que me deu Enquanto meu chão mondava; Dizia que a sua filha, Com mão para a rosquilha, Era quem dela bem tratava.
Se a outra filha a canta É porque a mãe já é santa Num reino cheio de paz; A vida cá continua Mesmo que em outra rua Nova luz então se faz.
Louvo a Humberta Maria Por tudo o que ela fazia Enquanto a mãe foi viva; Louvo o filho e o marido Por terem compreendido A faceta que se priva.
E privo o maior sofrimento Que me deixa sem alento Nas horas negras da vida. Dizer-lhe isto frente-a-frente Não é tão eficiente: Bem-haja "piquena" q'rida!
Li, e voltei a ler, uma notícia da actualidade no jornal "A União" sobre as idosas visitadas pelas "meninas da junta", como são gentilmente chamadas por quem as recebe com carinho em troca do mesmo. O autor da notícia fez-me emocionar com a clareza e sentimento da notícia.
É de louvar: o apoio das Meninas, o Centro Social e Junta de Freguesia de São Bento, e o espírito do autor da notícia. Não é nada fácil enfrentar um quadro de sofrimento, eu que o diga. Por mim, já não consigo ver sofrer. Vi o sofrimento bater à porta da minha família por volta dos meus 12 anos... Foi até ao ano de 2003, com a morte da minha mãe, numa cama de hospital, no próprio hospital... A minha dor e remorso é não conseguir lidar e ver o sofrimento... Internamente morro e fico impotente, as forças caem-me. O que farei quando estiver nesse átrio?! Penso que não chego a velha, mas se chegar e se tivesse o apoio das "meninas da junta", se as houver, desde já um grande agradecimento merecem.
Há que ter vocação e saber enfrentar a pior fase da vida. Há que saber dar um sorriso, sem chorar, a quem já não consegue sorrir...
A mim, perante casos de sofrimento, o que acontece é chorar convulsivamente ao ponto de ter de ser consolada ou me afastar para não me verem assim...
O que é certo é que o autor da notícia teceu em mim um quadro de ternura pelas "velhinhas" (uma em especial) e pelas "meninas da junta".
Que a Senhora dos Milagres seja o seu amparo e continue a dar o Sorriso...