Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana).
Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1
Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos
Motivo para escrever: Rimas são o meu solar Com a bela estrela guia, Minha onda a navegar E parar eu não queria O dia que as deixar (Ninguém foge a esse dia) Farão pois o meu lugar Minha paz, minha alegria. Rosa Silva ("Azoriana") ********** Com os melhores agradecimentos pelas: 1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3" 2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze" 3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor" **********
A propósito deste tema "Poesia na rádio", que ainda não encaminhei nem sei se encaminho por não achar que haja resultados práticos, lembrei-me do seguinte: Na minha pacata terra onde a poesia se levanta logo cedo e caminha ao nosso lado com horizontes belos e inspiradores, não se falam dos poetas ou candidatos ao amor por um punhado de letras que, com ou sem sentido, fazem encher rios de papel (ou páginas da internet), sobretudo se são novos e pouco conhecidos.
De vez em quando lê-se um poema ou outro nas páginas impressas de jornais mas se se dá a entender que se gostava de ver isto ou aquilo publicado. Quando se morre, então, enchem-se páginas inteiras com a(s) escolha(s) do que melhor se fazia, ou do que, enfim, era do agrado de uma minoria, suponho.
Um grande poeta cá da ilha com o nome pelo mundo inteiro, deu-me uma alegria que ele nem faz (ou faz) talvez ideia. Colocou o meu nome, Rosa Maria, numa folha do seu "Vento Norte" divulgando algo que eu publicara no meu blog sobre um poeta centenário e por sugestão de uma amiga. Isso fez-me comprar o jornal, lê-lo por diversas vezes como se estivesse a contemplar o melhor do meu pequeno mundo. Gostei daquele acto que, para mim, foi solene. Guardo o jornal e a gentileza de pessoas que amam ser ilhéus e poetas.
Poeta é uma palavra que não me convém pronunciar nem me posso considerar assim. O que sei é que os meus olhos vêem doutro modo a poesia. Dizem-me que sou mulher de rimas, que trago comigo um naco da cultura popular. Sei que isso me faz viver feliz. Quando estou mais triste e no meu isolamento natural, a criação de rimas faz-me levitar dessa tristeza e ganhar novo ânimo. Afeiçoei-me a estes pergaminhos e gosto de receber, em retorno, palavras de amizade sincera, não aquela que se veste de ilusão ou hipocrisia.
Sim, gostava de ouvir na rádio alguém a declamar o que quer que fosse da minha autoria, porque não? Seria a maior surpresa alegre. Na minha existência as alegrias são pouco duradouras por isso agarro-me de alma e coração às que me surgem inesperadamente. É um consolo criar rebentos escritos e saber que são apreciados por alguém.
E Jorge Vicente, do jornal Fri-Luso, é outro amigo que (já não lembro bem como foi) me ampara alguns escritos e os divulga à sua bonita maneira, junto de bons poetas e escritores que também, estou certa, de que gostam de falar e/ou ouvir a Rádio emoldurar os seus nomes. Há pessoas amigas que já me deram dias felizes e que conheci graças às minhas criações ilhoas.
Actualmente espero ansiosa por um prefácio de um pequeno livro que nem sei se conseguirei editar, mas só o facto de saber que alguém iria dedicar um pouco do seu tempo a escrever algo sobre o meu livrinho já me fazia contente, mesmo que fosse para me indicar o montão de defeitos, mas sou eu e sou assim, uma "cantadeira" que nem sobe aos palcos mas escreve a cantarolar as rimas à minha maneira. Agarro-me às modas do Pezinho e da Cantoria e escrevo de noite ou de dia, há sensivelmente cinco anos e tal. Só me falta sair da rede para o papel ou para as vozes da rádio. Oh, quem me dera!
Rosa Silva ("Azoriana")
Nota: Prosa num dia triste: 10 de Setembro de 2009, terceiro dia após a perca de um amigo que olhava para mim e dizia: "Faz aí um poema para F...". Hei-de-me lembrar sempre disto na voz do «Amigo da Serreta».