Hélio Costa
Já começam os escritos
Dos temas tão eruditos
Bendizendo o Carnaval.
Quem leva isso a peito
Sabe dar-lhe bom efeito
E o tom de festival.
Hélio Costa, o autor,
Poeta e grande escritor
De linhas da diversão,
Do papel que bem apura
Os dons da nossa cultura
Nos ares duma canção.
É sortida a sua graça
Em cada ano que passa
Nos dá palcos de folia
Entre palmas e mais risos
Os valores tão precisos
Para alegrar cada dia.
Viva todo aquele que gosta
De ver sua mesa posta
Do sabor carnavalesco
Rima brava, verso fresco
Que ao coração encosta.
No livro que nos legou
Alguma água brotou
Do olhar da terceirense
Que por mais que uma vez
A sua leitura fez
Da pérola que lhe pertence.
Hélio Costa tem enredo
E nada lhe mete medo
Pelo treino que já tem.
Cada folha é tecida
Como uma jóia querida
Que lhe fica muito bem.
O Carnaval da Terceira
Está sempre na dianteira
Faça frio ou calor
Ferve na alma da gente
Vindo de antigamente
Numa lava de fulgor.
Há quem tema o futuro
Que se avista inseguro
Sujeito a males profundos
Mas os versos são fecundos
E desde já os procuro.
A nossa ilha Terceira
É uma tristeza inteira
Sem danças e sem touradas
Sem pastores no caminho
Sem cantadores e Pezinho
Fogem suas gargalhadas.
Preservem a diversão
Sejam rosas em botão
Por caminhos e ruelas
Façam festas de sucesso
E delas não me despeço
Nem das nossas rimas belas.
Se desta vida me for
Ou não mais tiver valor
Juro que levo uma pena
Uma saudade infinita
Da toada mais bonita
Que ouço desde pequena.
Eu nunca fui numa dança
Perdida na esperança
De tal me acontecer.
De sonhos só sei viver
No meu canto de bonança.
Rosa Silva ("Azoriana")