Até sempre!
Vânia Dinis Teixeira
http://www.pelhamfuneralhome.com/vaniateixeira.html
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Vânia Dinis Teixeira
http://www.pelhamfuneralhome.com/vaniateixeira.html
Parece-me que toda (ou quase toda) a gente sabe do meu gosto por escrever, não em papel mas em directo, para as linhas tecnológicas, as rimas do meu ser que explodem qual vulcão acelerado ou ventania sobranceira. Desde o dia quatro do mês de Janeiro do ano de dois mil e dez (04-01-2010) que o vento amainou, a escuridão me tomou e um vale de lágrimas e tormentas me abraça como quem se despede de alguém, que realmente não me despedi...
Gosto sempre mais das chegadas e nunca das despedidas ou partidas sem volta...
Hoje só me apetece a prosa (que raramente me ataca e quando me ataca é porque estou diferente).
Hoje só me apetecia ler "Santo Amaro Sobre o Mar", de Urbano Bettencourt que nasceu na Piedade, ilha do Pico, em 1949. O nosso jornal Diário Insular com o "Vento Norte" de Álamo de Oliveira traz uma página inteira sobre Urbano Bettencourt. É outra das pessoas estudiosas e ilustres que gostava de cumprimentar e segredar-lhe que adorava ler o seu livro sobre a "minha" querida freguesia de Santo Amaro, do concelho de São Roque, da Ilha do Pico. Sinto saudade: Santo Amaro é e será sempre a minha metade que junta com a da Serreta, freguesia do concelho de Angra do Heroísmo, ilha Terceira, me faz ser ilhoa por inteiro.
Hoje, sinto o desgosto percorrer-me as entranhas por mais não ver «uma flor nada e criada na Serreta» e que me surge no pensamento para me tirar o alento. Saudade...
A escuridão tinge-me. Hoje continuo de negro por fora e por dentro. É terrível a sensação de não saber nada, de não ver mais, alguém que permanece "viva em visões" diurnas e nocturnas. SAUDADE e esta:
ESCURIDÃO
(1) Poema vespertino para 9 de Janeiro de 2010
A lava secou, perdeu.
É pedra negra e mais nada;
A criação que me deu
Ruiu e ficou calada.
Porque tal aconteceu?
Rogo e sinto-me quebrada.
Escuridão se acendeu
Quando a última balada.
Minha alma está de luto,
[Vejo um sorriso além
Que ocorre num vaivém.]
Criou-me um aqueduto:
Teus quatro anos foram gosto,
Mais vinte e cinco, o desgosto.
Rosa Silva ("Azoriana")
(1) Lembro bem das meninas que subiram ao altar levando uma cesta com duas alianças. Estávamos em 28 de Julho de 1985. Era o dia do meu casamento que se desfez antes das bodas de prata. Uma das meninas, de quatro anos na altura, faleceu aos vinte e nove anos (isto é, com mais vinte e cinco anos), no dia 4 de Janeiro de 2010. Os números marcam-me junto de uma ETERNA SAUDADE.
Condolências a toda a família pela comum dor infinita.
Rosa Maria