Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana).
Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1
Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos
Motivo para escrever: Rimas são o meu solar Com a bela estrela guia, Minha onda a navegar E parar eu não queria O dia que as deixar (Ninguém foge a esse dia) Farão pois o meu lugar Minha paz, minha alegria. Rosa Silva ("Azoriana") ********** Com os melhores agradecimentos pelas: 1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3" 2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze" 3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor" 4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado **********
Não sei se foi uma questão de sorte ou se não era o meu dia de ir para a terra fria.
Saí de casa relativamente a boas horas para conduzir um carro em ponto pequeno que, ultimamente, serve para a travessia entre a Canada dos Folhadais e algumas ruas da cidade, passando pela via rápida, circular a Angra do Heroísmo. A pouca distância da bomba de gasolina e na subida que nos leva à rotunda que dá acesso a Santa Luzia, deparo-me com um carro estacionado na via com o sinal de pisca accionado à direita. Pensei rapidamente... Tenho de dar sinal para a esquerda e ultrapassar... Num ápice vejo pelo espelho do lado esquerdo um carro com a mesma ideia e já NÃO me deu tempo de ultrapassar o parado na via... STOP!!, foi o que me ocorreu antes que embatesse em mim o que me ultrapassava ou que eu batesse na traseira do que estava parado. Eu não ia com grande velocidade porque o carrito é velhinho e anda nas calmas. Naquela subida até que tem mesmo de ir nas calmas e pronto, o travão até que obedeceu.
O carro que me ultrapassou foi tão rápido e nunca mais lhe pusemos a vista em cima. O problema chegou após eu sentir um toque na traseira do meu. O outro veículo que vinha atrás do que ultrapassara dois carros parados, em agonia, fez com que o quarto carro não tivesse tempo de accionar o travão até deitar fumo, como aconteceu, dali a bocado, com um que se assustou tal como muitos e accionou o travão com quanta força tinha no pé, e claro que foi impossível não dar uma pancada de se ouvir. Acontece que tive que sair do carro horrorizada com a situação e bradei o quanto pude. Nisto olho para o veículo que me batera na traseira e reparo que derramava água e dali não conseguia sair.
Entretanto, arredei o carro que levava mais para a frente porque previa que pudessem vir mais batentes. A hora de ponta estava próxima e muitos veículos circulavam apressadamente e nem davam pelo triângulo das emergências. Partiram um e o meu teve de avançar até que uma alma caridosa emprestou o seu.
Passado um bocado e após algumas conversas ora exaltadas ora amansadas pela prontidão da PSP, eu segui o meu rumo e os restantes ficaram lá para a assistência necessária e os vistos habituais.
Já depois de chegar ao trabalho é que pensei: quando fui buscar os documentos necessários para apresentar às autoridades policiais é que vi a estampa de Nossa Senhora dos Milagres. Olhei e pensei: "Salvaste-nos!". Não era ainda a minha hora... Quando será a minha e/ou a nossa hora? Estive precisamente na mira da morte pois ficaria entalada entre chapas... Lembrei-me da minha querida prima Vânia... O mês de Janeiro é um mês, quanto a mim, traiçoeiro. Seria mais uma tragédia... Renasci hoje e tremo ainda. Que o Santo do dia proteja quem circula pelas vias do mundo pois ninguém sabe qual a hora de não dar tempo de travar...