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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

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Blogagem de Fevereiro: No calor da votação

28.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

Costuma-se dizer que "até ao lavar dos cestos é vindima" e que "até à meia-noite é deste dia" mas nem que seja apenas por este momento, sinto-me feliz pelo seguinte:

No calor da votação, sinto que a ilha Terceira é a vencedora pelo seu Carnaval que, além da beleza e originalidade, ganha aplausos por movimentar os ilhéus de uma ilha inteira, e mais recentemente, outros locais do mundo através da possibilidade de ser visto pela internet. Os emigrantes terceirenses, com a balada da saudade nos seus corações, aguardam os três dias do Carnaval da Terceira, porque sabem que, aqui, todos (ou quase), desde o mais novo até àquele que ainda tem pernas boas para dançar os passos da coreografia, ou para ser o porta-voz eloquente de uma Dança ou Bailinho, ainda permanece e permanecerá uma alegria diferente, um festejo que merece os maiores louvores, sobretudo por parte de quem vive esta festa da arte popular em cima dos palcos dos Salões das Sociedades Filarmónicas da ilha Terceira, ou nos lares da terceira idade, ou, ainda, em locais que prendem a atenção dos assistentes que não arredam pé dos lugares para assistir ao seu Carnaval favorito.

Um louvor às costureiras,
Aos cantores e bailarinos,
Aos músicos e às carreiras
Que transportam tantos hinos.

Quanto a mim, e porque a escrevi, esta será a quadra que melhor traduz a minha participação na Blogagem de Fevereiro a convite da Lena. Ganhou o aplauso às costureiras que fazem milhares e belos trajes carnavalescos durante meses a fio, ganharam os cantores e bailarinos que levam meses a ensaiar num convívio alegre, risonho e de camaradagem, ganharam os músicos que também estudam as pautas e as sabem de cor, os condutores das carreiras e dos carros pessoais, que em três dias não tem descanso e transportam verdadeiros hinos de alegria, felicidade e que originam gargalhadas, fazendo esquecer as calamidades da vida no resto dos dias do ano.

Bravo, Lena! Perante este meu desabafo tens a liberdade de fazer dele o que melhor entenderes, porque eu vou publicá-lo no meu blogue mesmo antes das vinte e quatro badaladas porque a ilha Terceira merece e os autores e poetas das cantigas de saudação, despedidas e dos enredos que são os assuntos do riso ou casos da vida real feitos arte do nosso Carnaval.

Não desfazendo dos outros participantes, que também apresentam os seus melhores trabalhos e merecem o meu/nosso maior elogio, quero deixar vincado que o que quer que seja a surpresa será colectiva. Agradeço a quem votou nas quadras do Carnaval na Terceira e a quem até me telefonou a perguntar se havia maneira de dar mais um voto que fosse. Isto só prova que, quando se fala do nosso Carnaval, ninguém leva a mal qualquer tentativa de o fazer brilhar.

Beijos e abraços a todos!

Rosa Silva ("Azoriana")

Ao poema de Euclides Cavaco - TRAGÉDIA NA MADEIRA

27.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

Dedicatória a Euclides Cavaco e seu poema "Tragédia na Madeira"

Olá amigo verdadeiro
Destas ilhas portuguesas:
Madeira em Fevereiro
É tragédia, incertezas.

É uma dor, sofrimento,
Um nada perante tudo,
Tremida por água e vento,
Perante o grito desnudo.

Euclides é solidário
Com os ilhéus lá da ilha
Fazendo do semanário
Um poema de partilha.

Louvo a alma gentil
Poética de amor inteiro;
Venha Março e Abril
Apagar o mau Fevereiro.

Rosa Silva ("Azoriana")

À Tribuna Portuguesa e seu director: Se eu usasse chapéu...

26.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

E não estou muito fora de o vir a usar porque a cabeleira não é farta, nem o foi depois duma época. Isto vem a propósito de que, hoje, eu atirava o meu chapéu bem alto, tal como o faz José Ávila a bons acontecimentos, e rodava-o várias vezes nas alturas, para lhe agradecer a gentileza que me fez em proporcionar a visão real e palpável de seis dos quinzenários do segundo semestre de 2009. quot;Tribuna Portuguesa" vista através do monitor do computador e vista no papel tem outro gosto, outra sensação.

Acredite, caro amigo José Ávila, que já os folheei (e terei tempo de ler na calma da residência) e reconheci rostos com quem nunca falei pessoalmente mas que já me impulsionam o olhar para ler o que escrevem, mesmo que falte o acesso às tecnologias. Fico feliz com esta chegada, no último dia útil de Fevereiro de 2010, numa sexta-feira (considero este dia da semana sempre um dia "santo").

Não sei mais o que lhe escrever que mostre a tamanha gratidão e sei que fico com mais esta dívida para consigo.

Esta visão fez-me sonhar, sonhar... Com uma realidade que jamais poderei alcançar: Imaginei-me na América, imaginei-me (eu pobre criatura que apenas foi bafejada por um dom que até há bem pouco tempo desconhecia e se surgiu foi porque a vida se alterou de tal forma que a rima foi e é uma boa terapia), mas escrevia eu, imaginei-me a distribuir abraços, beijos e quadras de improviso por esses magníficos caminhos de sucesso para tantos, graças ao esforço pessoal, dedicação e uma "réstia" de saudade dos seus bons costumes ilhéus. Fico com a certeza que os E.U.A. nos recebem e aceitam com o que levamos de melhor: a nossa cultura e tradições. São lágrimas que se espelham no olhar da saudade...

Que Deus e Nossa Senhora dos Milagres (ou do Rosário), o proteja sempre e lhe recompense por tudo o que por mim tem feito, divulgando em papel e via tecnológica os pensamentos de uma ilhoa.

Um jornal é o registo da nossa passagem pelo mundo, é a história de um povo que, aos poucos, constrói um universo de letras bordadas pelo pensamento seja ele qual for.

Bem haja!

Tribuna Portuguesa

Rosa Maria Silva ("Azoriana")

Ai, este mar...

26.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

Ai, este mar que nos canta,
Num mexe-mexe marulhado;
Ai, este mar que me encanta
Com hinos por todo o lado.

Ai, este mar da saudade
Para quem já não o ouve;
Ai, este mar de amizade
Do sal que bem nos soube.

Ai, saudade marinheira
Numa onda que nos rasga...
E que vem ser companheira
Duma dor que nos engasga.

Queria ser onda e mar,
Um imenso oceano
Para sempre te cantar
Um hino açoriano!

Rosa Silva ("Azoriana")

mar da ponta do queimado - Serreta

Palavras claras, como água

26.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

Todos sabem da má sorte
Que é vir depois da morte
Homenagens e afins;
Na minha opinião
Não deixem chegar então
Boas falas só nos fins.

Por isso, tenho um propósito
Que se faça um depósito
De palavras bem reais
Para eu reter em memória
Nesta fraca trajectória
Mas com fortes vendavais.

Ser amigo é ser fiel
É cumprir o seu papel
Nas horas boas e más;
É ter muita atenção
A quem passa solidão
E sorrir não é capaz.

Há sorrisos amarelos
Que se parecem tão belos
Numa fase ou num momento;
Repeti-los com pujança,
Num leque de esperança,
Dá-nos, logo, outro alento.

Rosa Silva ("Azoriana")

O forno

25.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

Forno

Não é saudade isto que sinto
Por te ver fornalha ardente
Doutras eras que pressinto
Estarem dormindo somente.

Não é vontade de retorno
Do calor tão abrasivo
Que à boca desse forno
Mantinha meu ser activo.

Não é tristeza anilada
Por não mais ter o pão alvo
É simplesmente a toada
Que na mente ponho a salvo.

A lenha cantarolava
Sua queimada agonia
Mas ao povo ilhéu dava
O pão-nosso de cada dia.

Há o forno duma vida
Que arde por todo o ser
Em saudade adormecida
Por quem já não posso ver.

Suas mãos tão calejadas,
Junto à chama, tão quente,
Cozendo as escaldadas
Da Quaresma repetente.

Pela Páscoa: os folares,
Pela Festa: massa sovada;
Outros pães em alguidares,
P'lo tempo da desfolhada.

O milho vai rareando,
O trigo é importado;
O forno, de vez em quando,
Traz ao presente o passado.

Rosa Silva ("Azoriana")

Actualidade insegura

25.02.10 | Rosa Silva ("Azoriana")

Há males que vêm por bem
Mas coitado do tal vintém
Que anda tão procurado;
É ver as Seguradoras
Que dele são detentoras
E, no fim, não dão fiado.

A tragédia da Madeira
Que ouço à minha beira
É disso o testemunho:
Não cobrem a maioria
Dos desastres dum só dia
Nem abrem todo o seu punho.

Tantos meses a descontar
Para se amealhar
Um futuro prometido,
Mas, na hora da aflição,
Quebram as linhas, então,
Do "tesouro" adormecido.

São as linhas miudinhas
Do contrato, andorinhas,
Que só de lupa se lêem;
Depois é o que se vê,
É um tal "não sei o quê"
E desânimos a crescerem.

Rosa Silva ("Azoriana")

A propósito de:
http://economico.sapo.pt/noticias/seguradoras-nao-vao-cobrir-maioria-dos-prejuizos-na-madeira_82515.html

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